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Capítulo 6

  Capítulo 6: O bisavó Leggos

No bosque, Thorfill desistiu de comer mel.

Nas fileiras de montanhas tão altas que poderiam tocar o céu, haviam muitas árvores de maçã de florescência nos pomares do bosque. Thorfill deixou o seu cavalo lá para comer as frutas suculentas e ele escalou um pico montanhoso até encontrar uma tenda grande feita de pele de cordeiro e muitas ovelhas pequenas correndo pelo gramado pertencido ao seu bisavô, Leggos. 

O clima estava frio e o céu nublado indicava que logo iria chover. Thorfill apressou-se para retornar logo para Sukaipia.

"Bisavó Ylva!" Thorfill chamou na entrada da tenda com respeito. 

Ele escutou alguém tossindo como se estivesse morrendo por sufocamento. Uma voz de velha gritou dentro da tenda: "Vocês não me dão paz! Aquela praga do Bellamy veio com você também?!" 

Uma velha senhora de cabelos ralos e loiros saiu furiosamente da tenda e, sem perceber, esbarrou em Thorfill. 

A velha senhora coçou os seus olhos com as mãos gordinhas e exclamou surpresa: "Tilf! Que bom te ver, mesmo grávida a sua barriga tem muitos gominhos musculosos. Quando eu fiquei grávida do seu bisavô parecia que eu tinha engolido um boi! Você cortou o cabelo? Faz bem, faz bem. Cabelo é um trem tão chato! Tem que ficar lavando essa imundícia todo dia, aparando, passando óleo de rícino e abacate para ficar saudável. Tão insuportavelmente chato! Na próxima vida eu escolho ser um monge careca!"  

Thorfill sentiu a sua mente chegar em Valhalla depois de escutar a velha senhora falar tanto!

Thorfill envergonhadamente sorriu, "Bisavó…" 

"Oh!" A velha senhora exclamou surpresa, "Que voz grossa, arrepiei, arrepiei todinha. Bate na madeira, é você Thorfill?" 

A velha senhora mais uma vez coçou os seus olhos e notou que em sua frente estava o Lendário Viking de Reiwa, "Leggos, venha ver quem está aqui! O idiota sentimental do Thorfill!" 

Um velho senhor de olhos encantadoramente verdes e olhar bondoso levantou a cortina da tenda gritando ao ver o Lendário Viking de Reiwa: "Thorfill!" 

"Bisavô." Thorfill sorriu e disse com respeito, "Bom vê-los e saber que vocês estão vivos. Eu temo que a velhice um dia chegue para vocês dois." 

"Valhalla não irá me receber tão cedo! Eu ainda sou nova." A velha senhora exclamou bravamente, "Por que você está aqui? Veio pedir uma roupa de lã ou uma ovelha assada?" 

Thorfill fez uma careta e o velho senhor saiu da tenda defendendo um grupo de ovelhas, dizendo: "Ninguém toca nos meus bebês!" 

O velho senhor parecia um duende. Suas roupas eram inteiramente de cores verdes e ele usava sapatos engraçados e bordados. Ele usava uma boina também, ela era velha e com aba. Thorfill pensou sarcasticamente que quando envelhecesse queria ser que nem o seu bisavô. 

"Querido, entre. Está frio aqui fora." A velha senhora disse gentilmente, erguendo a cortina para Thorfill entrar em um ambiente caloroso que queimava IRIS para a iluminação. 

Thorfill se sentou em um tapete de pele de ovelha e se aconchegou dentro da tenda desorganizada. Já podia-se perceber que nenhum ancestral ou descendente do primeiro Lendário Viking de Reiwa tinha a famosa chamada organização, ao invés disso, Thorfill e a família dele era extremamente acumuladora e desorganizada! 

Sua bisavó havia dito uma vez que isso iria enfurecer a esposa de Thorfill até a morte! Porque ninguém conseguia suportar homens baderneiros. Mas Thorfill não era badernista, diferente de sua casa e sala pessoal cheia de livros espalhados pelo chão… 

"Você veio nos contar que finalmente irá se casar?" A velha senhora entregou uma xícara sem asa para Thorfill, "Finalmente! Sabia que um homem viking deve se casar com dezesseis anos?! Você finalmente encontrou a sua alma gêmea?" 

"Ainda não." Thorfill pegou a xícara e deu uma bebericada achando que havia chá quente na mesma, mas ao contrário do que ele pensou, o conteúdo na xícara era cerveja amarga. Thorfill fez uma careta, "Quem oferece cerveja uma horas dessas?! Ainda mais em uma xícara de porcelana delicada?!" 

"Eu." A velha senhora deu de ombros e mudou o rumo da conversa, "Você quer comer feijão estrelado?" 

"Não?!" Thorfill ergueu as sobrancelhas, "Eu vim apenas perguntar a situação no solo das montanhas." 

"Oh, então é isso." O velho senhor se aproximou de Thorfill e se sentou ao lado dele calmamente. 

No mesmo momento, o velho respirou pacientemente e gritou furiosamente no mesmo instante: "Eu estou aposentado! Mas ainda cuido da fiscalização de IRIS! O que você quer com as montanhas?! Eu já disse que eu não permitirei extração abundante!" 

"Não é sobre isso." Thorfill disse calmamente. 

A substância IRIS era extraída do solo montanhoso onde o casal de velhos moravam. O velho senhor era um Viking de Reiwa velho, mas forte e inteligente. Ele fiscalizava a extração de IRIS e por mês permitia apenas cem litros da substância preta ser compartilhada. 

Ele era responsável pelo os Vikings Mercantes que estavam vendendo IRIS para a cidade Báltica. 

Thorfill não sabia a localização certa de onde a substância era extraída, e também não sabia como extraí-la. O velho senhor dizia que iria revelar isso para Thorfill apenas em seu leito de morte, para não ocorrer disputas entre os vikings e a escassez de IRIS. 

Então, a localização do solo era secreta. 

Sozinho, o velho senhor era capaz de extrair IRIS, colocá-la em barris de madeira e entregar para os Vikings Mercantes compartilhar entre as cinco cidades. 

O Lendário Viking de Reiwa olhou seriamente para o velho senhor e declarou: "Estou aqui para avisar que os seus Vikings Mercantes estão vendendo IRIS e não distribuindo gratuitamente." 

"Epa, que história é essa?" A velha senhora perguntou. 

"O quê?" O velho senhor arqueou as suas sobrancelhas com pouco pelos brancos. 

"A Ilha de Reiwa trabalha em conjunto, e nenhuma das cinco cidades deve ser tratada de forma diferente. Báltica estava sofrendo com a ignorância dos Vikings Mercantes e começou a planejar um golpe contra mim." Thorfill disse, "De certa forma, eu tenho culpa nisso. Eu deveria ter sido um líder mais prestativo e presente." 

A velha senhora engoliu em seco e sussurrou algo inaudível para Thorfill, "Aqueles garotos de fora!" 

"Bisavô, não sei que punição aplicar para os Vikings Mercantes, porque isso aconteceu por eu estar ausente e, de certa forma, tenho culpa nisso." Thorfill disse e franziu os lábios, "Não acho que vender IRIS tenha sido um erro grave, mas a cidade Báltica não pensa o mesmo. Torquiu como desculpa, quer trinta barris de IRIS todo mês." 

O velho senhor escutou tudo em silêncio, o rosto enrugado dele estava até vermelho e ele fechou a mão em punho e socou uma mesa próxima, fazendo a velha senhora entrar em estado de derrame. O velho senhor rugiu nervosamente: "Aqueles desgraçados!" 

Thorfill franziu os lábios com confusão. 

"Aqueles bastardos! Aqueles vadios de fora!" O velho senhor gritou novamente mostrando estar furioso, "Como eles ousam! Isso é traição contra o meu povo. Eles trabalharam comigo por tantos anos e, quando você vira as costas, eles o trai?!" 

"Oh, céus." A velha senhora se recompôs e tentou acalmar o velho senhor, "Se acalme! Você é velho!" 

"Isso é um absurdo!" O velho senhor não se acalmou como a velha senhora pediu e ficou ainda mais bravo, "Chame Rael aqui! Eu quero um esclarecimento!" 

A velha senhora correu para chamar um jovem chamado Rael, enquanto Thorfill tentava acalmar o velho senhor: "Não precisa lidar tão furiosamente com esse pequeno assunto." 

Thorfill pegou um jarro de barro e cheirou, sentindo o forte cheiro de cerveja e ele jogou o líquido goela abaixo na boca do velho senhor que se engasgou. Thorfill disse, "Perdão, bisavô." 

O velho senhor agarrou o jarro e deu grandes goladas ignorando a tosse constante: "Como eu não percebi isso antes?!" 

Deve ser porque você fica com a cabeça enfiada dentro de um solo, cavando dia e noite sem se preocupar com mais nada… Thorfill pensou. 

A velha senhora chegou com um jovem receoso, "Rael está aqui!" 

O jovem desabou no chão chorando, "E-Eu não queria!" 

"Rael! O velho senhor gritou, "Explique-se!" 

"Eu peguei sim uma ovelha do senhor, mas era porque eu estava com fome!" O jovem Rael chorou compulsivamente, "Eu não queria, mas eu estava com muita fome." 

"Do que você está falando?" O velho senhor arqueou as sobrancelhas, "Você comeu uma ovelha minha?! Um ladrão, você mordeu a mão que o alimentou!" 

"Mas você não me alimenta…" O jovem Rael sussurrou. 

A velha senhora deu um tapa no velho senhor, "Bota essa cachola para funcionar! Pergunte corretamente." 

"Ah sim, é verdade." O velho senhor recobrou a sanidade, "Você é o supervisor dos Vikings Mercantes! Como ousa vender IRIS para o meu povo?!" 

"Eu tive os meus motivos!" O jovem Rael desmaiou no chão, chorou, pediu desculpas desesperadamente e chorou novamente, "Foi só recentemente!" 

"Espera!" Thorfill interrompeu, "Ele é o supervisor dos Vikings Mercantes? Uma criança?!" 

O Lendário Viking de Reiwa encarou o pequeno garoto que tremia mais que uma vara verde. De fato, Rael era uma criança de aparência neutra e parecia ter entre doze ou treze anos. Ele e seus seis irmãos trabalhavam para o velho senhor entregando barris de IRIS pela ilha toda. 

O velho senhor tremia de fúria ao olhar para o jovem Rael, e disse: "Eu deveria ter deixado vocês para o mar engolir." 

O jovem Rael engoliu em seco e soluçou amargamente chorando, "Desculpa senhor, desculpa." 

Thorfill suspirou pesadamente e segurou a testa com a mão, "Vocês precisam devolver o dinheiro que adquiriram da venda." 

"Mas eu e meus irmãos já gastamos!" Rael disse com a voz embargada de choro, "Compramos comida e roupas quentes para o inverno!" 

"Por bem próprio? Você está gordo o suficiente para mim, por que você precisa comer se tem os seus seis irmãos para o agraciar com um banquete?! E sua gordura corporal pode te aquecer!" O velho senhor se levantou abruptamente, agarrando uma vara ao lado da mesa de madeira e caminhou para a direção do jovem Rael dizendo furiosamente: "Eu ensinarei uma lição para você e para os seus irmãos! Escravos insolentes!"

"Que coisas absurdas estão saindo de sua boca?" Thorfill como um raio segurou o pulso do velho senhor, "Não aplique uma disciplina assim e não ouse."  

"Eles me traíram, seu benfeitor!" O velho senhor gritou furiosamente, "Ele merece apanhar até que sua carne seja reduzida em polpa de sangue!" 

"Que absurdo é esse?!" A têmpora de Thorfill latejou e ele encarou o velho senhor, "Se eles trabalham para você… então você não deveria alimentá-los e vesti-los? Eles recebem pelo menos alguma quantia entregando os barris de IRIS?" 

"Pagar escravos?" A velha senhora franziu os lábios com desgosto. 

"Por que eu faria isso?" O velho senhor negou com a cabeça, "Eu não pago eles. Eu encontrei ele e os irmãos deles à deriva no mar, e eles não são garotos vikings. Os contratei originalmente para trabalhar na lavoura, mas Rael me pediu para entregar os barris de IRIS… esse era o seu plano? Vender para o meu povo? O que garotos de fora como vocês sabem sobre fidelidade?!" 

O peito de Thorfill se encheu de fúria. 

Ele encarou o garoto pequeno de traço facial marcante e já tinha percebido que o velho senhor estava tratando o garoto assim por ser de uma etnia diferente. O velho senhor e a velha senhora não eram navegantes exploradores, eles não conheciam muito o mundo igual a Thorfill. O casal de velho achavam o jovem Rael diferente deles. Provavelmente, o garoto tinha uma cultura e uma religião diferente também, mas agora ele estava na Ilha de Reiwa e deveria servir os vikings e ser crente à Odin. 

"Você infringiu o significado de ser um antigo Lendário Viking de Reiwa." Thorfill encarou o velho senhor friamente, mas os seus olhos mostraram um lampejo de decepção. "Essas crianças fizeram de tudo para sobreviver, enquanto você tinha o suficiente para viver por três vidas. Eu sempre me perguntei de onde vinha o jeito ignorante e abusivo de Enon, e agora eu encontrei a figura paterna que ele teve." 

O velho senhor escutou em silêncio e Thorfill olhou para a velha senhora, "Você observou tudo isso em silêncio?" 

A velha senhora ficou em silêncio e engoliu em seco. 

O Lendário Viking de Reiwa levantou-se. Sua postura alta e reta com dignidade, sua voz tão fria quanto as geleiras ao dizer: "Hoje eu retiro o seu título. Você não está mais responsável por cuidar da extração de IRIS." 

"Isso é um absurdo!" O velho senhor se levantou rapidamente e estufou o peito com raiva, "Como você ousa?! Você é só um garoto mimado e fraco com o título de Lendário Viking de Reiwa! Se eu não extrair IRIS, então quem fará isso?!" 

"Então temo que a Ilha de Reiwa tenha que se acostumar a viver sem IRIS." Thorfill respondeu levianamente. 

O velho senhor teve um choque de realidade e deu alguns passos para trás, "Como… impossível!" 

"Veremos se é impossível ou não." Thorfill disse e logo em seguida olhou para o jovem Rael, "Você sabe de onde você pertence?" 

O garoto tremeu ao escutar a voz fria de Thorfill, "Somos do Cairo! Fomos sequestrados por traficantes de pessoas e colocados dentro de um barco que naufragou! Por Osíris, nos perdoe, Lendário Viking de Reiwa! Não queríamos vender IRIS!"  

Thorfill controlou a chama de ódio em seu peito e tentou controlar o seu tom de voz para não assustar o garoto, "Você quer voltar para a casa? Para um viking será rápido navegar para o Cairo." 

O velho senhor perguntou: "O que você pensa que está fazendo?! Eles são meus!" 

Thorfill o fuzilou com um olhar frio, "Sua sentença ainda irá chegar, até lá, não me faça notar a sua existência." 

"Eu quero ir para casa!" O jovem Rael levantou-se do chão com os olhos inchados, "Por favor, nos leve para casa! A mamãe está nos esperando. Ela está doente, eu preciso voltar pra casa para cuidar dela!" 

Um murmúrio de choro baixo começou. Uma voz infantil dizendo distante: "Eu quero voltar para a mamãe!" 

"Pare de chorar! O Lendário Viking de Reiwa irá te escutar." Alguém disse. 

"Ele irá matar o nosso irmão!" Outro murmúrio de choro.  

Thorfill focou o seu olhar para a entrada da tenda, que estava se movimentando disfarçadamente e encontrou várias crianças parecidas com o jovem Rael. 

Os olhares delas demonstravam medo e ansiedade ao olhar para todas as pessoas dentro da tenda. 

Thorfill não se esforçou para dar uma segunda olhada para o casal de velhos e disse para o jovem Rael: "Você não deve permanecer mais neste lugar. Arrume suas coisas." 

"Não tenho nada. Apenas as roupas do corpo." O jovem Rael nervosamente amassou os seus trapos velhos cheio de buracos, "Meus irmãos também não tem nada." 

O Lendário Viking de Reiwa olhou friamente para o velho senhor antes de sair da tenda em passos firmes. O jovem Rael acompanhou ele com receio e com o corpo tremendo, ele deu uma última olhada para o velho senhor e depois saiu correndo atrás de Thorfill. 

"Lendário Viking de Reiwa!" O jovem Rael tropeçou por conta do nervosismo, "Não faça nada com os meus irmãos, foi eu que vendi IRIS!" 

"Não farei." Thorfill o tranquilizou. 

Fora da tenda, havia seis crianças magras e o jovem Rael correu na direção delas as protegendo.

Thorfill encarou as outras crianças. Algumas pareciam mais velhas que o jovem Rael e as outras mais novas. Todas absurdamente magras e com medo de Thorfill. 

O Lendário Viking de Reiwa não sabia como conversar com essas crianças e apenas afirmou: "Os levarei para casa." 

"Onde está a mamãe?" Uma criança olhou rapidamente para Thorfill, desviou o olhar e se escondeu atrás de seu irmão maior. "Ela está doente, precisamos voltar para cuidar dela. O velho senhor disse que ela estava morta, mas não é verdade!" 

"Não é verdade. A mamãe está viva!" O jovem Rael olhou para Thorfill com um pouco mais de confiança, "Realmente irá nos levar?" 

Thorfill afirmou que sim e perguntou: "Vocês só precisam decidir quando querem ir." 

Os olhos do jovem Rael brilharam e ele custou dizer por estar gaguejando: "Po-podemos… ir agora?" 

O Lendário Viking de Reiwa concordou e andou na frente e as crianças estavam logo atrás dele andando em fila. 

"Iremos voltar! Irei finalmente ver uma vastidão de areia e irei cuidar da mamãe com muito cuidado!" Uma criança sorriu inocentemente para o jovem Rael. 

"Iremos orar muito para Rá e Osíris para agradecer." O jovem Rael retribuiu o sorriso, "Mas com consciência que o Lendário Viking de Reiwa está nos ajudando." 

O velho senhor observou friamente as crianças partirem e seguiu com o olhar a trajetória delas até Thorfill desaparecer do campo de vista dele. Ele resmungou algo e entrou furiosamente dentro de sua tenda.

Thorfill tinha uma aura tranquila, que deixava as crianças confortáveis. Ele pegou o seu cavalo no bosque e deixou duas crianças pequenas galoparem nele, para que suas pernas não fraquejassem durante a viagem. O jovem Rael tinha um jeito apegado e gentil, enquanto os seus outros irmãos eram mais contidos e silenciosos. 

Ele disse para Thorfill: "Me desculpe por causar problemas para você, Lendário Viking de Reiwa. Eu teria evitado fazer isso só por mim, mas eu não pude ignorar a necessidade dos meus irmãos. Estive nesta ilha por dois anos, tentando evitar cometer atrocidades pelo meu próprio bem, mas o inverno este ano foi rigoroso e as árvores frutíferas deu frutas secas. Nós nos alimentamos com elas, mas continuamos fracos e tivemos que trair o velho senhor para o nosso bem. Minha mãe me ensinou a não pegar algo que não fosse meu, mas…" 

Thorfill o interrompeu cerrando os dentes, "Você não tem que se desculpar de forma alguma. A cidade Báltica irá compreender os seus motivos, que em minha visão está completamente de acordo com a ação de qualquer pessoa. Você não fez nada grave, não se puna." 

"Fico feliz em escutar isso!" O jovem Rael disse surpreso e o peso da culpa em seu coração diminuiu, "Obrigado por compreender." 

"Irmão." Uma criança no cavalo fez beicinho, "Estou com fome…" 

"Oh." O jovem Rael olhou para o Lendário Viking de Reiwa nervosamente, "A gente…" 

"Vamos para Sukaipia." Thorfill disse, "Está acontecendo um festival, vocês podem comer tudo o que quiserem." 

As crianças arregalaram os olhos surpresas. 

Thorfill foi para Sukaipia acompanhado das sete crianças e assim que ele chegou na cidade foi recebido com o festival dos amantes acontecendo. As crianças sentiram o cheiro de comida e lamberam os beiços vendo os carrinhos de madeira infestados de comidas. A música calma que era cantada por um grupo de vikings bêbados fez os lábios das crianças se curvarem em um sorriso genuinamente inocente de admiração e conforto. 

Thorfill riu ao escutar as barrigas das crianças roncando e disse sorrindo: "Podem comer o que quiserem." 

"Realmente?!" O jovem Rael perguntou com receio, "Mas não temos mais dinheiro!" 

Os Vikings de Reiwa pararam de dançar com as suas esposas ao notarem a chegada do Lendário Viking de Reiwa. Eles olharam em uma direção específica e viram Thorfill distraído conversando com várias crianças que tinham sorrisos genuínos. 

Villan foi a primeira no festival dos amantes a correr até Thorfill, "Lendário Viking de Reiwa!" 

O chamado dela atraiu a atenção de Bellamy, que tentava engolir um grande pedaço de carne de rena. Ele engasgou: "Quem?!" 

Ele estava acompanhado de um homem que parecia um iceberg ao seu lado. Bellamy o puxou pela manga e disse: "Meu irmão chegou? Sou muito baixo, não consigo vê-lo daqui General Guts!" 

O General Guts apenas olhou furtivamente para Thorfill, colocou um doce de mel em sua boca, ignorou completamente Bellamy e o rebuliço que os Vikings de Reiwa estavam fazendo com a chegada do Lendário Viking de Reiwa. 

Os vikings da cidade Sukaipia murmuravam com agitação: 

"Lendário! Você trouxe convidados para o festival?" Um viking perguntou. 

"Eles são de fora? Não acho que eles vão gostar da nossa comida temperada com muita pimenta. São crianças, seria melhor eu preparar doces para elas!" Uma mulher dialogava preocupada, "Qual o paladar de vocês queridos?" 

"Qualquer coisa que seja comestível…" Uma criança respondeu timidamente. 

Os vikings da cidade Sukaipia eram bastante gentis. Normalmente, eles viajavam com Thorfill sempre e conheciam muitos povos e culturas diferentes. Eles eram abertos a qualquer ambiente e sempre se adaptavam facilmente com outras pessoas. Eles gostavam de navegar muito para a Península da Ásia por causa da comida e até mesmo aprenderam alguns novos idiomas. Quanto às outras cidades da ilha… elas eram bastante ignorantes e tinha preconceito com as pessoas de fora. 

As cinco cidades da Ilha de Reiwa estavam no festival.

O lugar estava absurdamente cheio de vikings grandes e de aparência robusta. As crianças se esconderam atrás de Thorfill quando um viking da cidade Báltica apontou para o jovem Rael: "Foi você que vendeu IRIS para a cidade Báltica!" 

Esse grito chamou a atenção das pessoas da cidade Báltica, que se amontoaram para observar o garoto. 

"Foi você mesmo!" Uma mulher viking gritou, "O Lendário Viking de Reiwa finalmente resolveu fazer justiça por nós?" 

O jovem Rael agarrou o tecido da roupa de Thorfill e sussurrou: "Desculpa…" 

"Ele merece ser mutilado!" Um viking da cidade Báltica gritou, "Quem esse estrangeiro acha que é para vender nossos suplementos?!"

"Que raios você está dizendo?!" Uma mulher viking da cidade Sukaipia perguntou, "Que ferocidade é essa contra uma criança?!" 

"Eu não ligo que ele seja uma criança!" O viking da cidade Báltica respondeu. 

Thorfill não imaginou que Torquiu iria trazer o seu povo para o festival dos amantes, já que o homem parecia estar ressentido com o Lendário Viking de Reiwa. 

Thorfill se colocou na frente do jovem Rael, dizendo: "Se acalmem!" 

"Esse colonizador!" Vários gritos ferozes assustaram as crianças. 

"Estrangeiros não temem mais os Vikings de Reiwa!" Um viking da cidade Báltica gritou, "Ousando vender nossos próprios suplementos!" 

Bellamy tentou se espremer entre as pessoas para chegar até Thorfill, mas não conseguiu. Ele olhou para o General Guts com esperanças. 

"Não." O General Guts disse com ignorância. 

"Você nem ao menos sabe o que eu iria pedir!" Bellamy disse indignado, "Me ajude a chegar até ele! Thorfill não gosta de discutir, ele sempre irá perder em uma discussão. Eu não posso aceitar isso!" 

"Lendário Viking de Reiwa, aplique a execução Águia de Sangue!" Um viking da cidade Báltica gritou, "Essa prática foi banida pelo terceiro Lendário Viking de Reiwa, mas você pode retornar com ela!" 

"Abra as costas e quebre as suas costelas da coluna com um machado e arranque seus pulmões." Outro viking da cidade Báltica gritou, "Só não fizemos isso com os Vikings Mercantes antes, porque eles eram empregados do velho senhor! Agora temos o Lendário Viking de Reiwa ao nosso lado." 

Thorfill realmente não sabia discutir, no momento ele só poderia usar um tom autoritário ao gritar: "CALEM A BOCA!" 

Não era nenhum segredo que os seres humanos do sexo masculino aceitavam os conceitos da guerra e da violência com muita naturalidade. Se Thorfill não tivesse fugido da Ilha de Reiwa uns anos atrás, ele seria completamente diferente do que é agora. Seria idêntico ou talvez pior do que os vikings da cidade Báltica. Os deuses observavam com os olhos atentos os acontecimentos, pensando que, embora fosse algo desconfortável, eles estavam gostando de assistir a bravura de Thorfill. Odin estava ansioso, com desejo de combate, pensando que Thorfill deveria matar todos aqueles vikings da cidade Báltica. 

"Vocês não sabem pelo o que estão pedindo!" Thorfill rugiu furiosamente, "É proibido dizer que vikings são bárbaros, mas eu realmente estou criando a concepção de que vocês são! Alguns de vocês, de fato, estão pregando a barbaridade! Eu não tinha a mínima noção que vocês fossem assim, e sinceramente isso me dá vontade de desistir de vocês." 

"Lendário Viking de Reiwa…" Os vikings o chamaram em grande conflito. 

"Eu estou com tanto desgosto de vocês que eu poderia abandonar o título de Lendário Viking de Reiwa!" Thorfill disse em um tom de voz alto, colocando todas as suas frustrações para fora. "Mas eu não farei isso! Porque 
isso só mostraria como eu sou um líder fraco que liderou pessoas mais fracas ainda!" 

"Irmão." Bellamy sussurrou, franzindo as sobrancelhas e os lábios com surpresa. "Eu não sabia que ele estava aguentando tantas coisas em silêncio…" 

O General Guts olhou para Bellamy brevemente antes de fixar o seu olhar em Thorfill com interesse. 

"Essas crianças não venderam IRIS para a cidade Báltica em busca de abundância de dinheiro, elas só queriam o suficiente para se alimentarem e se protegerem do frio." A mandíbula de Thorfill contraiu-se ao gritar: "Torquiu diz que a cidade Báltica ficou furiosa por conta disso, e estava se revoltando contra mim, mas como comprar alguns barris de IRIS afetariam vocês… sendo que riqueza é o que não falta nesta ilha?!" 

Thorfill rugia cada vez com mais fúria, "Sempre, não teve uma única vez que em minhas navegações que eu e os vikings não trouxemos ouro e prata para esta maldita ilha!" 

Os vikings que normalmente navegavam com Thorfill eram todos da cidade Sukaipia, e eles afirmaram dizendo: 

"Ele está dizendo a verdade." Um viking disse cruzando os braços. 

"Acho um pouco injusto!" Uma mulher disse, "Navegamos enquanto os vikings das outras cidades ficam coçando as suas bundas peludas!" 

"Eles ao menos podem ser considerados vikings?" Um homem da cidade Sukaipia ergueu as sobrancelhas, "As pessoas das outras quatro cidades ficam apenas na ilha, aproveitando o conforto, eles não navegavam! Apenas os vikings da cidade Sukaipia vão para o mar com o Lendário Viking de Reiwa!" 

Os vikings começaram a discutir. 

"Vocês não ficaram incomodados com o fato dos Viking Mercantes venderem IRIS, vocês quiserem arrumar um motivo para se virarem contra mim!" Thorfill gritou furiosamente.  

No Conselho dos Deuses, Odin caiu de seu trono! Bateu palmas, dizendo que Thorfill finalmente parou de ser idiota. E pela primeira vez, Tupã quis fazer um comentário, defendendo o Lendário Viking de Reiwa, dizendo que ele era apenas novo demais, com esperanças demais nas pessoas. Embora isso pudesse ser considerado um ato de burrice, também era um ato de bondade, algo que faltava nos deuses. Subitamente, Odin ficou em silêncio e sentou-se em seu trono novamente. Danu já conhecia Thorfill, sabia como aquela pessoa era e concordou com Tupã; que saiu do Conselho dos Deuses rapidamente, dizendo que iria ajudar alguns nativos. 

Todo mundo percebeu que Thorfill estava defendendo aqueles garotos sujos, criados por outros deuses. Os vikings da cidade Báltica tiveram um misto de emoção com isso: raiva e desgosto. 

"Eles nem ao menos são vikings…" Alguém sussurrou enquanto Thorfill falava. 

"Se virar contra ele?" Um murmurou começou e depois outros. 

"Eles negaram o nome de Odin!" Um viking da cidade Báltica gritou, "Dizendo que acreditam em Rá!" 

As crianças se esconderam atrás de Thorfill rapidamente por se sentirem culpadas.  

Bellamy saiu de perto do General Guts e correu tentando afastar os vikings da cidade Báltica, que estavam ficando agressivos. O garoto gritou: "O que vocês idiotas querem dizer com isso?! Vocês idiotas ficam com as suas bundas fedidas sentadas o dia inteiro e apenas os Vikings de Reiwa da cidade Sukaipia ajudam nas navegações!"

O General Guts ergueu as sobrancelhas impressionado com Bellamy. 

"A gente viaja por diversos países, conhecendo pessoas com peles tão lindas! Pessoas com olhos puxados que me fizeram olhar para elas sem conseguir piscar os olhos! Pessoas com outras crenças e seja Deus, Zeus, Odin, Rá e vários outros deuses existentes! Não tente desfazer de alguém por ser diferente em sua concepção e ter uma religião diferente!" 

"O que você está querendo insinuar contra a cidade Báltica?!" Um Viking de Reiwa perguntou, "Fomos extorquidos e ainda somos os errados?!" 




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