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Capítulo 4

     Capítulo 4: O Lendário Viking de Reiwa parte para a cidade Báltica. 

Thorfill estava planejando voltar para casa, mas no meio do caminho aconteceu uma situação extremamente chata. 

Os anciões do Conselho Vikings acabaram encontrando ele. 

Eles eram os responsáveis por ditar as regras da Ilha de Reiwa. 

"Lendários Vikings de Reiwa." Um ancião de rosto azedo disse: "Você cometeu uma violação grave." 

"A segunda regra da Ilha de Reiwa é: o Lendário Viking de Reiwa não tem autorização para navegar!" Um ancião explodiu de raiva, "Qual parte você não entendeu das regras?! Apenas fiquei quieto e comande o seu povo!" 

Thorfill mastigou os seus lábios com raiva e disse: "Um viking pertence ao mar…" 

Um ancião viking rapidamente o interrompeu, "Que roupa é essa que você está usando?! Cadê a sua vestimenta oficial de lendário?" 

Thorfill deu um sorriso forçado, "Eu esqueci de colocar…" 

Os anciões do Conselho Viking rapidamente arrastaram Thorfill para a sede da cidade Sukaipia. Ele foi obrigado a vestir uma calça feita de pele de lobo fervida em piche, ela era grossa e resistente. Uma blusa fina de seda e por cima uma armadura vermelha-sangue adornada de acessórios dourados. Ele vestiu uma bota pesada e algumas mulheres vikings fizeram algumas tranças em seu cabelo loiro escurecido. 

Thorfill bufou amargamente, não querendo vestir aquela coisa ridícula! 

Após ter terminado, ele saiu correndo da sede! 

Já havia escurecido e Thorfill sentiu um gosto amargo na boca… ele havia planejado que assim que terminasse de treinar o General Guts, ele iria dar uma breve navegada pelo mar. Mas seu plano foi destruído pelos os anciões do Conselho Viking! 

Thorfill não gostava da vestimenta oficial de lendário. 

Não gostava de ficar na ilha. 

Ele queria ir para o mar. 

Um viking pertencia ao mar… 

Todavia, por que ele estava preso em uma ilha?

Thorfill retornou para a sua casa quando percebeu que vários vikings estavam correndo em sua direção para pedir favores. Ele estava muito ocupado com as queixas da cidade Báltica e dos Vikings Mercantes, e não teria tempo para lidar com o seu povo por enquanto. Sua casa estava escura e Bellamy ainda não havia retornado, então Thorfill pegou um objeto estranho e de repente a casa se iluminou. 

Havia algo feito de vidro na mão de Thorfill, que às vezes dava alguns choques, porém nada que ele não pudesse suportar. Ele havia ascendido uma espécie de lamparina, porém essa continha IRIS e água dentro, e ela era capaz de iluminar a sua casa inteira! 

Sua sala pessoal, mais uma vez, estava desorganizada e Thorfill pegou diversos papéis que continham queixas antigas da cidade Báltica. Ele passou mais uma madrugada revisando diversas acusações e suspirou pesadamente quando percebeu que havia amanhecido… 

Houve uma batida suave na porta assim que os primeiros raios solares banharam o horizonte da ilha tranquila. 

O General Guts era muito pontual!

Thorfill abriu rapidamente a porta, encontrando de fato, o General Guts. 

Ele deu um sorriso nervoso e disse: "Eu não sei onde Bellamy está…" 

Os olhos do General Guts cerraram-se, "Então, não tenho motivos para estar aqui." 

Os dois se encararam por alguns segundos, quando de repente Bellamy apareceu gritando com uma mulher ao lado: "Eu estava na casa de Villan, comendo bolo de framboesa com calda doce!" 

Bellamy correu e ofegou quando se aproximou do General Guts com Villan ao seu lado, "Gu, eu cheguei! Pode me avaliar." 

O General Guts ficou em silêncio diante daquele apelido ridículo, ".................…" 

Ele obviamente ficou em absoluto silêncio, porque ele já havia dito para aquele garoto não CORRER! 

O semblante do General Guts ficou irritado instantaneamente e Thorfill riu nervosamente, "Vamos entrar… Oi, Villan!" 

Villan sorriu ao lado e perguntou: "Tentando mudar o clima, né?" 

As sobrancelhas de Thorfill se ergueram com nervosismo, "Preciso da sua ajuda…" 

Thorfill estava realmente tentando mudar o clima, para que o General Guts não surtasse com Bellamy. Mas isso não pareceu funcionar, porém o General Guts resolveu ignorar eles por sua própria saúde mental. Ele entrou dentro da casa de Thorfill e começou a sua sessão de acupuntura com Bellamy, enquanto Thorfill ia para a sua sala pessoal com Villan. 

"O que você quer?" Villan perguntou e sorriu, "Não me diga que o Lendário Viking de Reiwa quer bolo de framboesa com calda doce?!" 

Thorfill fez uma careta, "Eu não gosto de nada que seja doce."  

O paladar dele realmente não podia suportar nada doce… 

Villan se aproximou com receio, "Então, por que você me chamou?" 

"O que você acha da cidade Báltica?" Thorfill perguntou e escorou-se em um barril de vinho cheio, cruzando os braços e encarando Villan. 

Os olhos de Villan se reviraram, "É uma cidade que não tem um pingo de respeito ao Lendário Viking de Reiwa! Há apenas cem habitantes e todas as crianças fugiram de lá para cá, em Sukaipia. Há muito tempo eles parecem não serem vikings, eles não navegam, não fazem saques, não fazem absolutamente nada! Até agora não compreendo porque eles ainda se dizem serem Vikings de Reiwa." 

Thorfill concordou com tudo em silêncio e depois disse: "Eu irei para a cidade Báltica hoje então." 

"Tome cuidado." Villan disse se aproximando ainda mais. Ela encarou Thorfill profundamente e disse: "É uma cidade perigosa e lembre-se que vikings não vivem em conjuntos realmente, a Ilha de Reiwa é apenas uma utopia cheia de traições." 

Thorfill bufou amargamente. 

Ele realmente não gostava desta ilha. 

Thorfill estava bufando ainda, quando sentiu um leve toque em seu rosto. Ele olhou para Villan e se afastou nervosamente dizendo: "Irei ver como Bellamy está!" 

Villan puxou a sua mão do rosto de Thorfill e sorriu nervosamente, "E eu vou ver como meus bolos de framboesa estão!" 

Os dois saíram correndo ao mesmo tempo e retornaram para a sala, encontrando o General Guts pacientemente enfiando agulhas no peito de Bellamy, que se levantou encarando Villan sair correndo da casa de Thorfill. 

Bellamy franziu o cenho e perguntou: "Por que ela foi embora?" 

Thorfill deu de ombros, estando com o rosto avermelhado, falou: "Disse que foi ver os bolos de framboesa dela." 

Os lábios de Bellamy se curvaram em um sorriso e ele riu: "Kikiki." 

O General Guts pareceu ficar impaciente e pediu: "Fique quieto." 

Com Bellamy sentado era um pouco difícil enfiar as agulhas de acupuntura no peito dele! 

"Por que você riu?" Thorfill perguntou desconfiado. 

"Ela gosta de você, seu burro!" Bellamy tinha acabado de se deitar e, no momento seguinte, se levantou novamente para gritar com Thorfill. 

O General Guts pressionou o peito de Bellamy para baixo e disse: "Fique quieto!" 

Ele estava em seu limite já! 

ERA IMPOSSÍVEL ENFIAR ESSAS MALDITAS AGULHAS COM AQUELE GAROTO SE MEXENDO TODA HORA! 

Thorfill sentiu um choque de realidade e encarou a porta que Villan tinha acabado de atravessar. Ele engoliu em seco e disse: "Você deve estar errado…" 

"Não estou, eu simplesmente nunca estou errado!" Bellamy disse deitado desta vez, por conta do olhar restritivo do General Guts. Bellamy de repente se lembrou de algo e disse: "Thorfill, eu perdi o Kiwi novamente! Procure por Villan, ela sabe onde ele está." 

"Tudo bem." Thorfill disse, se retirando de sua casa. Depois ele voltou e disse ao General Guts: "Irei te treinar amanhã!" 

O General Guts apenas o encarou em silêncio. 

"Amanhã é o festival dos amantes." Bellamy relembrou Thorfill. 

"Então eu irei te treinar depois de amanhã." Thorfill sorriu nervosamente. 

"Que seja." O General Guts disse e atraiu a sua atenção em fazer a acupuntura em Bellamy. 

Thorfill coçou o seu pescoço envergonhado e partiu. 

O Lendário Viking de Reiwa foi para o centro da cidade Sukaipia e encontrou uma aglomeração de Vikings de Reiwa. As casas no meio da floresta ganharam lanternas de IRIS e balões vermelhos pendurados nos galhos das árvores. As mulheres estavam montando carrinhos feitos de madeira, infestados de comidas típicas da Ilha de Reiwa, enquanto os homens carregavam barris de vinho de framboesa nos ombros. 

"Lendário Viking de Reiwa, animado para o festival dos amantes?" Uma mulher viking apareceu ao lado de Thorfill e sussurrou. 

"Villan…" Thorfill encarou a bela mulher, "Você de novo?" 

"Eu!" Villan sorriu, "Eu encontrei algo e estava indo entregar para o Bellamy."  

Thorfill se virou para ela, "Você encontrou o Kiwi?" 

A mulher sorriu e tirou algo do bolso de seu vestido, "Bell vive perdendo esse grilo!" 

O Lendário Viking de Reiwa começou a rir. Bellamy tinha um grilo de estimação chamado Kiwi. Kiwi era verde com pernas finas e olhos pretos, ele escapulia várias vezes das mãos de Bellamy. 

"Obrigado, irei entregar para ele." Thorfill disse quando Villan entregou Kiwi para ele, "Irei me retirar agora." 

Villan sorriu e balançou a mão se despedindo. 

Thorfill viu que estava tudo certo com a principal cidade da Ilha de Reiwa e convocou Tlf para ir para a cidade Báltica com ele. A mulher xingou e gritou, dizendo que estava grávida e que não iria fazer missão por causa disso! Então, no final ele teve que chamar por Flony e Aske. 

"Não, eu passo." Flony respondeu colocando uma mão na frente de seu peito, "Sou um homem comprometido agora, está vendo este anel?" 

"Que desculpa é essa?" Thorfill perguntou confuso encarando o anel no dedo de Flony. 

"De certa forma, passo." Flony respondeu mudando de assunto, "Que calor desgraçado!" 

Aske estava com os braços cruzados e morrendo de tédio, então ele respondeu: "Iremos com você sim." 

"Por que você está me colocando nesse rolo?!" Flony perguntou indignado. 

"Cala a boca!" Aske rugiu furiosamente, "Você não está fazendo nada de importante, o que custa acompanhá-lo até aquela cidade cheia de bárbaros?! Além do mais, Torquiu está naquele lugar, eu não confio nele!" 

"Você não confia em ninguém!" Flony bravejou, "Só no Feupzinho." 

Aske rapidamente se jogou em Flony e os dois trocaram vários socos e pontapés. 

"Pare de brigar vocês dois!" Thorfill gritou furiosamente. 

Flony e Aske arregalaram os olhos e se encararam dizendo ao mesmo tempo: "Ele gritou?" 

Thorfill ficou em silêncio, "......................."

"Extra! Extra! O Lendário Viking de Reiwa gritou!" Flony anunciou no mesmo momento. 

Thorfill desistiu de levar esse par de irmãos idiotas e resolveu ir para a cidade Báltica sozinho. 

No final do dia, toda a Ilha de Reiwa sabia que ele estava partindo para a cidade Báltica e um frenesi começou. 

"Amanhã é o festival dos amantes!" Uma Viking de Reiwa disse indignada, "E você irá partir agora?!" 

"Tome cuidado na cidade Báltica." Gruti disse, "Mesmo sendo o nosso povo, eu não confio nas pessoas de lá." 

Leonard apertou levemente os ombros de Thorfill, "Faço as palavras dela as minhas." 

"Ninguém se importa com as suas palavras não ditas." Bellamy pulou em Leonard, "Irmão, deixe-me acompanhá-lo!" 

Thorfill negou, "Você precisa ficar aqui para que o General Guts possa fazer as sessões de acupuntura em você." 

Thorfill aproveitou que o garoto havia aparecido de repente e entregou Kiwi para ele. Bellamy gritou com felicidade: "KIWI!"

"O leve com você." Alguém disse atrás de Thorfill, "Uma viagem pode fazer bem para a saúde dele. Eu posso acompanhar vocês até a cidade Báltica também." 

O Lendário Viking de Reiwa olhou para trás encontrando o General Guts. 

Bellamy com um grilo na mão pulou contente, "Vamos! Por favor irmão! Kiwi quer conhecer a cidade Báltica." 

"Kiwi não fala." Thorfill foi contra a ideia. 

"Fala sim!" Bellamy disse contraído, "Você só não fala a língua dele. Pia Kiwi." 

Thorfill disse: "Ele não é uma galinha…" 

Bellamy com certeza iria fugir de Sukaipia indo atrás de Thorfill e ninguém iria conseguir impedir o garoto. Thorfill olhou para o General Guts e perguntou: "Tem certeza que quer ir?" 

A cidade Báltica era um pouco violenta e o General Guts tinha pendências com algumas mulheres de lá por quase ter sido abusado por um grupo. O General Guts apenas acenou levemente com a cabeça, indicando que estava tudo bem. 

"Me traga três cavalos, por favor." Thorfill pediu para um Viking de Reiwa que retornou rapidamente com três cavalos de porte grande e pelagem marrom avermelhada. 

Bellamy mesmo sendo novo montou no cavalo como um furacão e se despediu apenas de sua mãe, dizendo: "Tchau Gruti, não deixe Leonard perto de você!" 

O Lendário Viking de Reiwa e o General Guts subiram nos cavalos com precisão, modéstia e partiram juntos, deixando uma orla de vikings para trás. 

O General Guts estranhou algo e perguntou: "Por que os cavalos não tem celas?" 

"Usar isso em animais é um crime nesta ilha." Thorfill respondeu levianamente. 

As sobrancelhas do General Guts arquearam-se, "Algumas coisas nesta ilha me surpreenderam muito…" 

"Tipo o quê?" Thorfill perguntou com curiosidade. 

O General Guts, na opinião de Thorfill, era alguém muito determinado, que fazia de tudo para alcançar os seus objetivos e não se importava de magoar alguém por isso. 

Thorfill sempre conseguia ler as pessoas e, o General Guts parecia ser muito inteligente e racional, tudo o que ele fazia era pensando no objetivo final de algo e no que iria ganhar com isso. Thorfill supôs também que ele era um homem que mantinha apenas pessoas por perto que pudessem beneficiá-lo, motivo esse que o levou a ser bastante distante na Ilha de Reiwa, pois os vikings não tinham nada a oferecer de bom para ele. Por isso ele havia salvado Enon, mas, estranhamente, Thorfill tentava achar uma conclusão do porquê o General Guts havia ajudado ele, há alguns anos atrás. 

Thorfill ao tentar engajar uma conversa com o General Guts, não imaginou que o homem pudesse responder, porém o General Guts respondeu tranquilamente enquanto galopava: "Não imaginei que o Lendário Viking de Reiwa fosse um líder tão mole diante de um provável povo traidor." 

Thorfill mastigou os seus lábios fortemente, "Realmente sou um líder mole… talvez o motivo seja porque eu nunca quis ser o Lendário Viking de Reiwa." 

Thorfill era realmente sincero demais e ele poderia dizer para qualquer pessoa: eu nunca quis ser o Lendário Viking de Reiwa, eu apenas queria ser um viking que navega sem rumo pelo mar. Odin claramente sabia disso, mas não poderia mudar o destino das pessoas! 

O General Guts se acomodou em seu cavalo sem cela e fitou Trorfill sem emoção alguma, perguntando: "Então por que você é o Lendário Viking de Reiwa?" 

"Não havia outra opção." Thorfill sorriu encarando Bellamy, que estava cavalgando na frente. Ele disse: "Se não fosse eu, seria Tilf, ou Aske, e até mesmo Flony. Eu não poderia permitir este grande fardo sobre os ombros de meus irmãos." 

As sobrancelhas escuras do General Guts se arquearam, porém ele apenas encarou Thorfill por um momento e não disse nada. 

Talvez ele estivesse pensando que o Lendário Viking de Reiwa fosse muito idiota. 

Bellamy trotava o seu cavalo na frente deles, já conhecendo o caminho para a cidade Báltica e eles chegaram em meia hora ao seu destino. 

Os vikings da cidade Báltica saudaram o Lendário Viking de Reiwa com respeito e se ajoelharam respeitosamente. 

Thorfill encarou isso tranquilamente e perguntou: "Se prostrem de pé. Onde está Torquiu?" 

"O chefe está na fonte de água quente." Um Viking de Reiwa apontou em direção à uma montanha íngreme. 

"Deveríamos ir procurar por ele sem distrações." Bellamy aconselhou, "Eu quero voltar para Sukaipia na hora do festival dos amantes." 

Thorfill estava pensando em fazer isso, mas seus ouvidos captaram um suave e baixo 'isso' saindo da boca de algum viking. 

Os vikings da cidade Báltica encararam Thorfill e companhia com os olhos cerrados e os semblantes fechados; como se não estivessem gostando da presença deles ali. Thorfill não era burro, ele trotou o seu cavalo para ir em direção à cadeia de montanhas e desviou o seu caminho no último momento, desceu de seu cavalo e foi caminhando até uma cabana coberta de palha, com piso abatido de terra e a área interna era escura, abafada e suja. 

O dono da casa rapidamente impediu a vasculhação de Thorfill, dizendo: "Lendário Viking de Reiwa, há apenas armas aí dentro. Eu sou um ferreiro." 

"Oh, compreendo." Thorfill disse calmamente, "Tem muitos barris de IRIS em sua casa. Continue produzindo armas, isso é muito importante." 

O viking da cidade Báltica afirmou levemente com a cabeça e deu um sorriso forçado. Thorfill retornou para o lado de Bellamy e do General Guts, subiu em seu cavalo novamente e embarcou na procura de Torquiu. 

Ao chegar no sopé da montanha, eles desceram dos seus cavalos e foram para o topo da montanha a pé. A área tinha uma temperatura escaldante e fazia todo sentido nela ter uma fonte de água quente. Bellamy, para não fazer esforço físico, acabou sendo carregado por Thorfill; o pequeno girino ficou sentado nos ombros do Lendário Viking de Reiwa e seus olhos avistaram um lago de água quente à distância. Ao se aproximarem, eles foram atacados pelo vapor abafado e caloroso.  

Dentro do lago, estava um homem de costas e de pele bronzeada. 

Apenas pelos passos, o homem pôde perceber que visitantes não esperados haviam chegado. Contudo, ele não virou-se para descobrir Thorfill e companhia, e apenas permaneceu em seu lugar, dizendo frouxamente: "Se vocês queriam ver o meu belíssimo corpo era só pedir." 

"Não estou aqui para isso." Thorfill disse contorcendo o seu semblante com desgosto, "Torquiu, precisamos conversar." 

"Oh, o que eu fiz desta vez?!" Torquiu gemeu de frustração e se virou dentro do lago para encarar os visitantes, "Lendário Viking de Reiwa! Que prazer vê-lo depois de tanto tempo. Você ficou ainda mais bonito." 

"Não corteje o meu irmão!" Bellamy pulou dos ombros de Thorfill furiosamente. 

"Bell!" Torquiu riu, "Você continua protetor como sempre! E quem é esse homem incrivelmente bonito ao lado?" 

Os olhos de Torquiu encararam o General Guts com interesse e o mesmo respondeu sem emoção: "General Guts." 

"Pequeno nove." Torquiu nadou tranquilamente na água quente do lago, balbuciando palavras sem sentido e dizendo: "Você gostaria de tomar banho? A água está tão quente!" 

Sem modéstia e emoção, o General Guts respondeu um breve e frio: "Não." 

Foi apenas aquilo e só. 

"Eu quero!" Bellamy removeu as suas roupas e pulou dentro do lago disparado como um pato. 

A água espirrou no rosto de Torquiu e ele virou-se para o lado, encarando o General Guts. O mesmo se escorou na borda do lago e perguntou: "Você é aquele General Guts horripilante que nasceu no País de Gales e o Reino da Nortúmbria está temendo? O Corvo do Penhasco de Cadáver? Ouvi alguns rumores." 

O General Guts simplesmente respondeu sem emoção novamente: "Não sou." 

"Oh! Que detalhista, que detalhista." Torquiu riu e balançou a mão, "Lendário Viking de Reiwa, eu sei que você me ama muito… mas qual o motivo de sua vinda aqui? Mesmo que esta ilha seja sua e o povo também, é um pouco incomum você vim até Báltica." 

"Não é incomum eu vir aqui." Thorfill disse franzindo as sobrancelhas. 

"Tem razão, mas Báltica não recebe tanto a sua atenção como as outras cidades da ilha também." Torquiu disse levianamente.  

Lendário Viking de Reiwa era sempre sincero e não ocultava as suas falas. Thorfill apenas respondeu sinceramente: "Eu confio em você, por isso o escalei como líder da cidade Báltica. Por esse motivo não fiscalizo tanto esse lugar." 

Torquiu ficou em silêncio por um tempo, mas não demorou muito para ele sorrir e agradecer sarcasticamente: "Obrigado?" 

Sem tom era sarcástico, mas Thorfill não percebeu e apenas concluiu que Torquiu de fato estava agradecendo por algum motivo. Thorfill disse: "Há rumores que a cidade Báltica quer se rebelar." 

"Oh, que coisa." Torquiu pareceu engolir em seco e apoiou na borda do lago para poder erguer o seu corpo para fora. Ele andou nu até uma cadeira de balanço e agarrou uma peça de roupa, ele se vestiu sem se secar e se sentou na cadeira cruzando as pernas e dizendo: "Você ficou explorando a Península Somali por tempo demais, Thorfill. Abandonou o seu cargo como Lendário Viking de Reiwa por meses e coisas ocultas acabaram acontecendo na ilha." 

Thorfill aproximou-se dele, "Que coisas ocultas?" 

Ele de fato estava distante da Ilha de Reiwa por um tempo. Navegando por aí e se negando a retornar enquanto não se sentisse mentalmente instável. Era cansativo cuidar de uma ilha que abrigava mil vikings e ele uma vez na vida tentou fugir para a Península Somali. Ficando por lá, cavando areia e encontrando riquezas. 

Por um momento, ele se arrependeu de não ter concluído a sua única obrigação: cuidar de seu povo. 

"O Vikings Mercantes estão vendendo IRIS para a cidade Báltica por um preço absurdo." Torquiu fintou profundamente o Lendário Viking de Reiwa, "Somos o seu povo também! Não deveríamos estar comprando algo que é distribuído de graça. A cidade Báltica está se revoltando contra você de fato e eu não sou capaz de controlar a voz do povo." 

Thorfill sentiu a têmpora latejar. 

Ele realmente estava negligenciando o seu povo. 

"Farei um pedido oficial para os Vikings Mercantes entregar os culpados deste ato." Thorfill disse seriamente, "Pedirei desculpa para a cidade Báltica também, mesmo não sendo o suficiente e reconhecendo isso." 

"Realmente não é o suficiente, Thorfill." Torquiu disse intimidante, "Meu povo gastou muito dinheiro para sobreviver e, punir e pedir desculpas não irá mudar isso. Peço por outra coisa." 

"O que você quer?" As sobrancelhas de Thorfill se arquearam. 

"Trinta barris de IRIS por mês." Torquiu se levantou e se aproximando relativamente perto de Thorfill, e disse: "Acredite, isso irá acabar com a fúria do povo." 

"Tudo bem." Thorfill declarou. 

Thorfill apenas queria evitar um problema grande e concordou rapidamente. 

Torquiu e o General Guts tiveram uma reação semelhante. Ambos encararam Thorfill em silêncio e com os olhos indicando confusão. 

"Tão fácil assim?" Torquiu franziu os lábios, "Por que está contribuindo tão facilmente?" 

"Porque os vikings da cidade Báltica também são o meu povo." Thorfill disse levianamente sem demonstrar muita emoção ao falar, "Que seja trinta ou cem barris, tanto faz, vocês tem o direito de ter IRIS igual a todos os Vikings de Reiwa. Mas, depois disso, toda a ilha terá o direito a trinta barris de IRIS também. Se ela ficar escassa, então, iremos declarar o fim deste suplemento." 

Torquiu ficou boquiaberto, com cara de tacho, sem ter como voltar atrás de suas palavras tolas. Ele engoliu em seco, dizendo: "Ótimo." 

"Mais uma coisa." Os olhos de Thorfill cerraram-se, "O que está acontecendo com as mulheres desta cidade? Há leis que devem ser seguidas aqui. Não há lugar que prospere sem lei e sem ordem." 

"Eu não faço ideia do que você está falando." O cenho de Torquiu se franziu, "Além do mais, as mulheres fizeram suas próprias leis, não posso intervir. A cidade Báltica está dividida, está um caos sem a sua liderança. Não me culpe ou me cobre por um erro seu!" 

Thorfill ficou sem palavras. Ele permaneceu em silêncio, sabendo que a culpa, mais uma vez, era sua. Depois ele disse: "A negociação acabou." 

Ele deu as costas para Torquiu e chamou Bellamy para ir embora. O General Guts permaneceu em silêncio e olhou brevemente para Torquiu antes de se virar e acompanhar Thorfill para descer a montanha. 

Eles partiram em silêncio de volta para Sukaipia. 

Thorfill galopou o caminho todo em silêncio. 

Ele estava submerso em pensamentos que o deixava extremamente desconfortável por um erro próprio dele: o erro de ter negligenciando o seu próprio povo e fazer o mesmo tomar uma decisão difícil como a revolta. 

Mesmo que ele estabelecesse uma boa relação com o povo da cidade Báltica no futuro, ainda sim, não existiria uma borracha para o que aconteceu no passado fosse apagado e nem deveria ser apagado. 

Thorfill não deveria esquecer esse erro dele, para não causá-lo no futuro novamente. 

"Você não deveria se torturar tanto." Bellamy galopou o cavalo dele para ficar ao lado de Thorfill, "Erros são cometidos." 

"Eu sei." Thorfill deu um sorriso suave, "Acontece que não estou pensando sobre isso tendo uma concepção de 'erros são cometidos', mas sim na concepção de que: nada do que eu fizer pode consertar um erro, pois ele já está no passado e eu não tenho poder para mudar o passado. Isso não dá um frio na barriga?" Thorfill se aproximou de Bellamy minuciosamente e sorriu, "Errar é humano, perdoar é comum, porém esquecer é difícil."

"Mesmo se o povo da cidade Báltica perdoar você, eles ainda se lembrarão do ocorrido." Bellamy divagou sozinho ao analisar, mas retomou a sua atenção para Thorfill. "Mas nesse caso, a culpa não deveria ser atraída para você! O Lendário Viking de Reiwa estava procurando por tesouros para que seu povo tivesse conforto. Além do mais, quando você está fora, é Torquiu que lidera a ilha! Por que diabos os Vikings Mercantes iriam tentar extorquir o povo da cidade dele?!" 

"Como você é inteligente." Thorfill disse surpreso, "Mas acontece que Torquiu não é o Lendário Viking de Reiwa, nem todo mundo iria respeitá-lo. IRIS está escassa, não demorará muito para se tornar uma raridade. Não é estranho os Vikings Mercantes tentarem vendê-la."  

"Que coisa…" Bellamy disse suspirando, "Isso é complicado."

"Você é a voz da razão." Thorfill disse sarcasticamente e apertou levemente sua panturrilha envolta da barriga do cavalo, e parou de galopar. "Irei para as montanhas ter uma conversa com os Vikings Mercantes. Volte para casa com o General Guts." 

O General Guts galopava distraidamente em seu cavalo, até ter o seu nome saindo da boca do Lendário Viking de Reiwa. Ele fez levemente um barulho confuso, exclamando: "Hum?" 

Thorfill achou engraçado ter capturado os olhos confusos do General Guts, mas seu semblante continuou sério ao dizer: "General Guts, aproveite o festival dos amantes em Sukaipia. Assim que eu voltar das montanhas prometo te treinar por vários dias seguidos!" 

"Montanhas?" O olhar do General Guts perdeu o toque de confusão e inocência que foram substituídos pelo olhar de águia, "O que tem de interessante lá?" 

"Nada muito interessante." Thorfill desviou o olhar, "Apenas montanhas." 

O General Guts franziu as sobrancelhas encarando o Lendário Viking de Reiwa em silêncio. 

Thorfill não sabia disfarçar ao mentir. 

No final, ele resolveu ignorar o assunto e levemente acariciou o pescoço do cavalo, dizendo sem olhar para Thorfill: "Ouvi dizer que a promessa de um viking é importante, estarei esperando por você… para o treinamento."

Os lábios de Thorfill se ergueram levemente em um sorriso silencioso. 

"General Guts, vamos para o festival dos amantes!" Bellamy trotou para perto do homem frio como gelo, "Você provavelmente não tem ninguém para levar neste festival, mas não se preocupe! Os solteiros podem ir também! Tem muita comida e cerveja por lá. Homens velhos e solteiros conseguem muita diversão no festival!" 

O General Guts encarou Bellamy friamente, mostrando indignação em seu belo rosto. "Quem disse que eu sou velho e solteiro?" 

"Você é novo e casado?" Bellamy perguntou surpreso, sem imaginar tal coisa. "Mas minha mãe disse que homens amargurados e frios como você não conseguem ter uma esposa! E você é grande, indicando que você é velho, mas não igual ao bisavô Leggos. Aquele lá é velho com o pé na cova já." 

O Lendário Viking de Reiwa sabia que o General Guts tinha trinta anos e de fato era solteiro. Pois César Oitavo de Atenas estampava folhetos por toda parte, pagando uma recompensa para quem pudesse fazer o General Guts cair de amores. Por anos ninguém foi capaz de tal fator e o César Oitavo de Atenas começou a se desesperar, pois seu sonho era ter um neto. 

O General Guts era alvo de muitos boatos como: ele era estéril, ele não gostava de mulheres, ele perdeu a sua esposa em um parto, ele era uma pessoa que não conseguia sentir atração sexual ou romântica, ele tinha uma paixão por seu próprio pai, ele tinha um parceiro escondido, ele matou o amor dele, ele se apaixonou por um soldado inimigo, ele tinha um caso com a imperatriz do imperador Tang, ele tinha um parceiro que era cristão. Ele era casado com uma mulher e um homem ao mesmo tempo e tinha que esconder o seu relacionamento. 

Eram tantos boatos que, Thorfill podia ficar o dia inteiro citando, mas todos os boatos foram declarados falsos publicamente pelo próprio General Guts. Depois disso, ele passou anos guerreando em Esparta e se negava a voltar para Atenas. 

O General Guts ignorou a pergunta de Bellamy e disse para o garoto: "Mostre-me o caminho para Sukaipia." 

Bellamy deu um breve aceno para o General Guts o acompanhar. O menino se virou para Thorfill e depois gritou: "EU SEI QUE VOCÊ TÁ TENTANDO FUGIR DO FESTIVAL DOS AMANTES APENAS PARA NÃO SE ENCONTRAR COM VILLAN!" 

"Oh, droga." Thorfill riu, "Fui exposto." 



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Apresentação da obra: O Tabuleiro e a Peça Viking, escrito e revisado por Laura Sampaio, tendo corpo de texto baseado em light novels asiáticas e tendo como gênero principal o BL explícito e fantasios.                                 O TABULEIRO E A PEÇA VIKING  Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Mistério, Sobrenatural, BL, História alternativa, Romance, Mitologias  Título Nativo: O Tabuleiro e a Peça Viking  Subtítulo: Diante da liberdade, eles dois farão de tudo Status do original: Quarta temporada em fase de escrita Avisos: Violência, gore, lemon explícito Autor(a): Laura Sampaio Capítulos: 45 + 1 extra   Classificação: [+18] Tipo: WebNovel Ano: 2022 Sinopse Em um mundo governado por diversos deuses, há um viking que procura domar os cinco oceanos informados pelos druidas.  Thorfill é o Lendário Viking de Reiwa. Ele é um jovem absurdamente forte que comanda mil homens vikings ao navegar em busca de tesouros perdidos. Thorfill, além do mais, pertence à uma ilha

Lúcifer, a estrela do amanhã

Heilel Ben Shachar, o portador da luz.  Ele, que foi contra Deus, caiu no mundo e espalhou a sua doutrina e ensinamentos acaba conhecendo Jesus. O mais conhecido como Lúcifer, o leva para um monte altíssimo, e lhe mostra todos os reinos do mundo e a sua glória.  Heilel Ben Shachar questionou Jesus sobre Deus várias vezes, este mesmo ficou em silêncio e se negou a responder. Sob o silêncio, Lúcifer imitou um ditador do qual ele venera, com ironia e sarcasmo.  Jesus, perante aquilo, calou-se no encontro. Depois disso, perante os seus seguidores, Jesus diz: A estrela da manhã tens bastante sabedoria. Ele é mais sábio que Daniel. Não somente é bonito, mas também muito inteligente.  Até o filho do adversário de Heilel Ben Shachar reconhecia a sua sabedoria!  Ao ouvir suas palavras, Heil Ben Shachar, com o seu jeito irônico e sarcástico, se torna um seguidor de Jesus. Sempre o questionando do porquê seguir Deus.  Porém, os questionamentos passam dos limites quando Heil Ben Shachar se aproxim