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Capítulo 13

  Capítulo 13: Apolo, me faça outro favor? 

O palácio de Apolo era imensamente grande por dentro! 

Havia até mesmo uma grande fonte termal dentro de uma das várias câmaras do palácio. Os serventes eram educados e bastante gentis. Os corredores estavam lotados de quadros e esculturas de gesso. Lustres dourados suspensos no alto, e tapetes de seda vermelho no chão. Os raios solares refletiam nas vitrines douradas dali e criavam um reflexo alaranjado pelo ambiente que tinha um cheiro de mel adocicado. Embora a área de Zeus fosse riquíssima, ele era bastante diferente de Odin, a tecnologia não permanecia em Atenas. Não havia aviões ou submarinos, ao invés disso, Zeus e seu povo preferiam um lugar mais rústico e calmo, suave como a brisa primaveril. 

Apolo parecia gostar muito de pinturas e até mesmo o teto do palácio tinha a pintura de um céu azul claro, com nuvens brancas esvoaçantes com anjos pequenos voando para todo lado. Nitidamente aquele lugar todo era mais bonito que a Ilha de Reiwa, como Odin poderia ganhar assim?! 

Thorfill olhou para cima; encarando o teto com admiração, enquanto Apolo andava na frente dele, dizendo: "Meu palácio não consegue acomodar tantos vikings. Posso oferecer apenas duas ou três câmaras de dormir." 

"É apenas uma para mim." Thorfill disse, ainda olhando para cima. "Os outros vikings ficarão no navio." 

"Quanto tempo pensa em ficar?" Apolo perguntou. 

Thorfill pareceu se aborrecer com essa pergunta, "Não muito. Se não quiser, eu posso apenas ficar no navio e vim ver Tilf pelas manhãs." 

Apolo ficou em silêncio por um tempo e depois disse sarcasticamente: "Melhor não, eu não quero ter que ficar recebendo você pelas manhãs na porta do meu palácio." 

Thorfill respirou profundamente, querendo cogitar a sua decisão, dizendo: "Apenas cuide dela então. Eu volto para vê-la em alguns meses." 

"Que irmão desleixado." Apolo encarou Thorfill minuciosamente, "Vai deixar a sua irmã sozinha nas mãos do homem que mentiu para você, roubou a sua ilha, o seu suplemento e matou alguns de seus vikings?" 

As mãos de Thorfill se fecharam em punhos e ele disse com raiva: "Você está me deixando sem opções!" 

"Apenas fique por quanto dias quiser na câmara." Apolo disse se afastando, "Preciso resolver algumas coisas agora." 

Thorfill o ignorou, porém o Apolo virou-se para ele novamente, dizendo: "Thorfill, meus favores não são de graça. Você terá que me retribuir mais tarde." 

Thorfill perguntou friamente: "O que você quer?" 

"Eu ainda não sei, mas com certeza irei precisar de você no futuro e irei contactá-lo." Apolo disse e se afastou novamente. 

Thorfill fechou os olhos e suspirou pesadamente. 

O que Apolo iria pedir? 

Thorfill tinha até medo disso. 

Apolo era imprevisível. Ele poderia pedir para Thorfill matar o imperador de Roma, poderia pedir para ele usurpar o trono do Imperador Tang, poderia pedir para decapitar alguém ou até mesmo mandar Thorfill se decapitar!

Thorfill ficou desesperado. 

Apolo era uma pessoa muito complicada de se lidar! 

"Excelência?" Alguém disse com receio. 

Thorfill virou-se para o lado, encontrando um homem de semblante velho e tímido. 

"Eu sou o eunuco Ravi e estou designado a cuidar de sua hospedagem." Ravi disse isso, enquanto nervosamente apertava as suas próprias mãos. 

"Prazer, eu sou Thorfill." Thorfill disse sorrindo. 

"Eu sei!" Ravi disse apreensivamente, "Vossa majestade real já comentou sobre você."

Thorfill franziu o cenho e perguntou: "O que ele disse?" 

"Disse que você é um Idiota." Ravi disse nervosamente e depois suspirou, "Disse que você é facilmente enganado, que você é inocente demais, um pouco trouxa e lerdo, disse que você é forte e bonito também, tem um pouco de burrice e é…" 

Thorfill interrompeu ele rapidamente e os seus olhos cerraram-se ao perguntar: "Ele disse que eu sou bonito?" 

"Disse que você acabava com a auto estima dele." Ravi franziu os lábios, "É o mesmo que dizer que você é bonito, não é?" 

Thorfill não sabia a resposta disso, pois a mente de Apolo era algo incompreensível para ele. 

"Eu agradeço aos seus serviços, mas dispenso." Thorfill disse educadamente, "Eu não ficarei por muito tempo e permanecerei na mesma câmara que a de Tilf." 

"Oh, aquele garotinho já disse que irá dormir lá." Ravi supostamente estava se referindo ao Bellamy, "Ouvi dizer que vikings compartilham a mesma cama e dormem amontoados. Porém, as camas deste palácio tem padrões pequenos para acomodar apenas uma pessoa. Venha comigo, irei te colocar na câmara antiga de Vossa alteza, pois não há outra disponível, tenho certeza que não…"

Thorfill resolveu não ir contra as ideias daquele velho senhor tímido e o seguiu pelos corredores cheio de serventes. As serventes começaram a sussurrar ao verem Thorfill, ele notou isso e acabou tropeçando por conta do nervosismo. 

Ele disfarçou os seus passos desequilibrados e seguiu Ravi até uma câmara afastada. A câmara tinha um cheiro de osmanthus ao abrir a porta, havia uma cama pequena na mesma e um baú de madeira; sob a sua tampa, havia um pouco de poeira. 

"Este quarto não é usado há muito tempo." Ravi suspirou, "Apolo ficou até os sete anos no palácio e depois partiu com o exército Paladinos de Bronze para várias guerras em Esparta. Foi triste vê-lo partir…"

"Você conheceu o General Guts desde quando ele tinha sete anos?" Thorfill perguntou por curiosidade. 

"Oh, sim." Ravi sorriu com as lembranças. Ele colocou a mão na frente de sua cintura e disse: "O conheço desde quando ele era deste tamanho! Ele sempre foi pequeno com uma saúde delicada. Na verdade, eu até mesmo o vi nascer! A mãe dele foi uma ótima mulher, é uma pena que tenha morrido no parto…" 

Thorfill não tinha a mínima noção de nada relacionado a Apolo e Ravi parecia ser do tipo de pessoa que sempre expunha as coisas sem ao menos perceber. Então, Thorfill o interrompeu rapidamente: "Isso é…" 

Thorfill queria dizer que era lamentável, porém ele não queria escutar algo pessoal de Apolo, aquilo poderia deixá-lo furioso e mal humorado! 

"Não, você não sabe o resto da história." Ravi o interrompeu. 

Por um momento, o semblante irritado de Apolo apareceu na mente de Thorfill, dizendo friamente: você ficou escutando fofocas sobre mim? Quem lhe deu o direito de saber sobre o meu passado? Paladinos! Decapite-o!

"Obrigado pelo quarto!" Thorfill disse desesperadamente entrando na câmara e fechando a porta na cara de Ravi logo em seguida.  

Isso foi rude, Thorfill! 

Ele suspirou aliviado ao se encostar na porta. Ele realmente não queria mais nenhum problema com Apolo! 

Os dois já não tinham uma boa relação e Thorfill imaginava que ao saber sobre o passado de Apolo, essa relação pudesse piorar mais ainda… o que ele não queria que ocorresse. 

Thorfill caminhou lentamente até a cama pequena e deitou-se. Ele fechou os olhos e adormeceu com o ambiente fresco e com cheiro de osmanthus. 

Não se sabe quanto tempo passou-se, até que três batidas suaves na porta despertaram Thorfill. 

Ele levantou-se com preguiça ainda dominando o seu corpo e abriu a porta, inesperadamente encontrando Bellamy. 

"Eu finalmente achei você!" Bellamy disse assim que a porta se abriu, "Eu estive procurando você por todo este grande palácio! Eu perguntei para o General Guts onde você estava e ele ignorou a minha pergunta, então eu perguntei para um velho de cara murcha e ele me disse que você estava aqui!" 

Obviamente, ao dizer velho de cara murcha, Bellamy só poderia estar se referindo ao Ravi. 

"Hum." Thorfill exclamou sem muito interesse, "Estou aqui."

O rosto de Bellamy se avermelhou pela raiva que lhe dominou, "Sim, eu estou vendo que você está aqui!" 

Thorfill revirou os olhos e deitou-se na cama novamente. Bellamy dificilmente procurava por ele, e provavelmente o garoto estava ali para pedir por algo. Então, Thorfill foi direto ao assunto, perguntando: "O que você quer, pequeno girino?" 

Bellamy sorriu e deitou-se na cama suspirando, dizendo: "Quero ficar aqui." 

Thorfill o fitou profundamente, "Onde?" 

"Eu quero realmente ser um feiticeiro médico." Bellamy mastigou os seus lábios e disse: "Não quero ser um viking mais. Irei ficar aqui com Tilf e irei ajudar o General Guts a cuidar dela e depois eu irei pedir para ele me ensinar algumas coisas. Quero ser discípulos dele, e no futuro irei retornar para o mar, indo de península em península para ajudar as pessoas e não apenas os nossos vikings." 

Thorfill suspirou pesadamente. 

Todos os seus irmãos estavam seguindo os seus sonhos. 

"Tudo bem." Thorfill sorriu e afagou os cabelos de Bellamy ao dizer: "Mas primeiro, você deve perguntar ao Apolo se ele aceita você como discípulo. Eu não posso deixar você na responsabilidade dele se ele não quiser. Apolo já estará cuidando de Tilf e terá uma responsabilidade com você ainda. Eu não quero ele sobrecarregado também…" 

Ao escutar isso, Bellamy sorriu nervosamente, dizendo: "O General Guts não sabe ainda…" 

Thorfill olhou para Bellamy com os olhos cerrados, advertindo que aquilo era um grande absurdo apenas com um olhar. 

"O que eu ainda não sei?" Alguém perguntou levianamente. 

A porta do quarto ainda estava aberta, pois Bellamy havia se esquecido de fechá-la. Apolo estava escorado no batente da porta com os braços cruzando, os seus olhos profundamente azuis encaravam Thorfill e Bellamy com cansaço.

Porém ele rapidamente escondeu isso em um semblante ignorante, dizendo: "Girino, não tenha nenhuma ilusão relacionada a mim. Eu já disse que sou do tipo de pessoa traidora e falsa, então não me trate com intimidade ou ache que eu sou bondoso…" 

Ele acreditava que Bellamy era uma criança inocente, que ainda o via como um bom médico salvador da pátria. Apolo não queria ninguém confundindo ele novamente como uma boa pessoa e ele sempre demonstrava a sua verdadeira cara: uma cobra sorrateira e venenosa. Não havia uma máscara para esconder a sua péssima personalidade, arrogante e ambiciosa. 

Era como Thorfill pensava: Apolo era alguém muito determinado, que fazia de tudo para alcançar os seus objetivos e não se importava em magoar alguém por isso. Ele era muito inteligente e racional, tudo o que ele fazia era pensando no objetivo final de algo e no que iria ganhar com isso. 

Porém, Bellamy e Thorfill não se importavam com o jeito de Apolo. 

"Eu não me importo, eu ainda quero ser o seu discípulo!" Bellamy interrompeu Apolo. 

O semblante de Apolo franziu-se com as palavras surpreendentes de Bellamy e ele pareceu ficar surpreso. 

Por que uma criança iria querer um professor arrogante e falso como ele? A única coisa que ele poderia ensinar era meio de traições infalíveis, como mentir perfeitamente, sem demonstrar qualquer tipo de remorso ao fazer isso, ensinar a destruir qualquer pessoa por causa de seus objetivos ignorantes e atuar. 

"O que você quer?" Apolo perguntou friamente. 

"Quero ser um feiticeiro médico igual a você!" Bellamy saltou da cama indo em direção à Apolo, "Eu sei porque você se tornou um feiticeiro médico, foi apenas para salvar os seus inimigos na guerra em busca de informações. Eu compreendo, porém, isso não muda as suas habilidades excepcionais e eu quero ser o seu aluno! Porque seremos diferentes, eu irei ajudar as pessoas."

Thorfill quase bateu palmas, porém disfarçou. 

"Você aí!" Apolo disse em um tom de voz alto ao ver que Thorfill estava em silêncio, "Você está prestando atenção nas coisas absurdas que o seu irmão está dizendo? Eu traí você, roubei a sua ilha, e várias outras coisas. Você ainda confiaria o seu irmão à mim?" 

Thorfill deu de ombros, "É o que ele quer." 

Apolo, "......................." 

Ele ficou em silêncio, com cara de tacho. 

Thorfill levantou o seu queixo e olhou atentamente para Apolo, logo em seguida, ele deu um belo e sedutor sorriso de escárnio. 

Apolo era um bom ator. 

Sempre dizendo: Eu roubei sua ilha, seu suplemento, te traí, te enganei, menti e blá blá blá. 

Porém, ele não negou em nenhum momento as investidas de Bellamy. 

Como se ele quisesse, todavia, se negava a dizer: Sim, eu aceito você como o meu discípulo, pequeno e chato girino. Sua primeira missão será lavar a minha roupa. 

Por um momento, Thorfill sentiu que havia compreendido um pouco o jeito complicado de Apolo. 

Bellamy encarou Apolo com os olhos brilhando de esperança,"Me aceite." 

Apolo suspirou pesadamente, colocou uma mão na cintura e com a outra mão apoiou a sua testa. Ele disse com fadiga: "Tudo bem." 

Obviamente, Bellamy não segurou a sua emoção. Ele pulou na direção de Apolo e o abraçou fortemente, perguntando animadamente: "Em que língua eu devo te chamar de professor? Ou você prefere que eu te chame de mestre? Shizun? Professus? Dáskalos?" 

Apolo rapidamente agarrou as mãos de Bellamy e o afastou dele, "Prefiro que você fique quieto e não me chame de nada." 

"Você é um pouco agressivo." Bellamy fez biquinho e se afastou sorrindo logo em seguida, "Thorfill, ele me aceitou." 

"Eu estava aqui escutando." Thorfill sorriu, "Parabéns, você adquiriu algo muito difícil." 

Os olhos de Apolo cerraram-se ao encará-lo friamente. Ele pareceu compreender o que Thorfill estava dizendo: que Apolo era alguém difícil de lidar e que nunca aceitaria um discípulo e Thorfill não estava errado. Apolo nunca aceitaria um aluno. 

Apolo encarou Bellamy logo em seguida e o seu olhar desviou-se rapidamente. 

Ele nunca aceitaria… 

Porém, Apolo parecia não querer deixar as palavras frívolas de Thorfill escaparem impune e ele disse arrogantemente: "Você não sabe nada sobre mim. Eu sou bastante imprevisível."

Thorfill não foi abalado pela ignorância de Apolo e disse pacificamente: "Eu sei que você é bastante imprevisível." 

Apolo pareceu enfurecer-se com o jeito calmo de Thorfill e mastigou os seus lábios com raiva, "Saia do meu palácio assim que a criança da sua irmã nascer." 

"Partirei depois disso." Thorfill disse com irritação em sua voz. 

Bellamy desenhou o contorno de seus lábios com nervosismo e encarou os dois querendo entrar em uma discussão. Bellamy não compreendia muito os adultos, mas ele absolutamente não gostava de ver Apolo e Thorfill brigarem ou levantarem o tom de voz um para o outro! 

"Oh, me lembrei de algo." Bellamy interrompeu Apolo de dizer algo para Thorfill, "Encontramos a sua esposa." 

"Você perdeu a sua esposa?" Apolo franziu os lábios ao olhar para Thorfill, "Não sabia que um ogro como você tinha uma…" 

Thorfill encarou Apolo friamente, "E eu não tenho." 

"Não a esposa de Thorfill. Ele é solteiro desde o dia em que nasceu!" Bellamy levantou as suas mãos e as agitou, tentando chamar a atenção de Apolo para ele. "A sua esposa! Princesa Hektar." 

O semblante de Apolo ficou nebuloso, e as suas feições pareceram ficar irritadas com aquelas palavras. Ele falou friamente: "Ela oficialmente não é a minha esposa. Mas como vocês a encontraram?" 

Apolo não explicou muito a sua relação com a Princesa Hektar e Thorfill revirou os olhos. Ele disse sem muita emoção: "Ela foi sequestrada por piratas esqueléticos e eu acabei levando ela para o País de Gales." 

A explicação de Thorfill havia sido tão breve que Apolo quase se desinteressou pelo assunto. Porém, Bellamy começou a explicar tudo detalhadamente, cada vírgula e cada ponto do que a Princesa Hektar havia passado e dito! 

"Não conheço a Princesa Hektar." Apolo disse após Bellamy finalizar a sua fofoca, "Foi César Oitavo e o imperador de Roma que combinaram o meu casamento com ela. Porém, meu pai fugiu e eu sou o rei agora. O casamento foi cancelado e eu não tenho nenhum vínculo com ela e eu realmente não teria ido salvá-la dos piratas." 

Thorfill e Bellamy já esperavam essa resposta e encararam Apolo em silêncio. 

"Por que vocês estão me olhando assim?!" Apolo franziu os lábios com indignação. 

"Nada." Bellamy deu de ombros e andou lentamente pelo quarto, "Eu irei ver Tilf agora." 

Ele saiu em passos apressados, porém, logo voltou novamente. Ele escorou-se no batente na porta e perguntou: "General Guts, em que horário vai sair o jantar?" 

Apolo olhou para Bellamy friamente e disse: "Não há jantar neste palácio. Se você quiser comer, vá até uma taberna no centro de Atenas." 

Bellamy ficou inconformado, "Como não há jantar? Você come o quê à noite? Você é um monge?" 

Apolo negou-se a responder e o ignorou com soberbidade. Thorfill suspirou pesadamente e disse: "Bell, eu o levarei até um lugar para comer. Vamos." 

Thorfill levantou-se, disposto a ignorar Apolo por conta de seu grande orgulho e soberbidade. Porém, Apolo pareceu perceber as intenções de Thorfill e disse cruzando os braços: "Os jantares ocorrem no salão festivo. Às sete da noite." 

"Vai demorar muito ainda!" Bellamy disse passando a mão sobre o seu estômago. 

"Vai demorar." Apolo reafirmou as palavras de Bellamy, como se quisesse chatear ainda mais o garoto. "Tenho certeza que você consegue aguardar por doze horas." 

"Oh, claro que sim!" Bellamy disse sarcasticamente e revirou os seus olhos. Logo em seguida, ele bufou e murmurou algo tão baixo quanto o zunido de uma mosca voando. 

Os olhos de Apolo cerraram-se, "Pequeno domador de grilos, o que você está rateando aí?" 

"Domador de grilos?!" Bellamy enfureceu-se, "Eu não domo grilos! Era apenas o pequeno Kiwi, e ele morreu ao ser carregado pela maré…" 

"Oh, sinto muito." Apolo disse levianamente e perguntou: "Quem é doido o suficiente para ter um grilo de estimação?" 

Bellamy pareceu ficar chateado com a forma de falar dele e disse: "Ter um grilo de estimação é tão importante quanto ter qualquer outro animal! A morte dele pesou em meu pequeno coração. Você nunca teve um animalzinho?" 

"Eu tenho." Os cantos dos lábios de Apolo se ergueram um pouco ao dizer: "Eu cuido de um pequeno tourinho. Ele me dá muito trabalho…" 

Thorfill sentiu a alfinetada, porém ficou em silêncio. 

Quando eu dei trabalho…? 

"Cadê o tourinho?" Bellamy perguntou com os olhos brilhando. 

"Você vai conhecê-lo em breve." Apolo disse com simpatia, "Ele estará no jantar de hoje." 

"Ele come ao seu lado?" Bellamy arregalou os olhos ao curtir a ideia. 

"Ele estará em cima da mesa." Apolo deu de ombros, "O tourinho será a nossa janta." 

Enquanto Thorfill suspirava com desgosto, os olhos de Bellamy começaram a marejar de lágrimas. 

"Você é cruel." Bellamy disse com a voz embargada pelo choro. 

Ele saiu correndo e sumiu rapidamente. 

Thorfill encarou Apolo em silêncio. 

"Por que você está me olhando assim?" Apolo perguntou. 

"Assim como?" Thorfill rebateu a pergunta. 

"Como se eu tivesse cometido um crime."

"Deixar uma criança traumatizada não é um crime?" Thorfill perguntou sem realmente estar muito preocupado com o assunto. 

"Aqui em Atenas não é." Apolo o fitou, "Além do mais, eu sou o professor dele agora. É assim que os alunos são tratados." 

"Realmente?" Thorfill perguntou sem ter a mínima noção. Ele nunca foi um aluno e nem ao menos sabia muito bem o significado disso. 

Apolo encarou Thorfill em silêncio, "......................" 

"Por que você está me olhando assim?" Thorfill franziu as sobrancelhas. 

"Você é muito fácil de enganar." Apolo disse sinceramente. 

Thorfill ficou indignado, "Vai basear isso em uma única ação minha?" 

"Vou." Apolo disse frivolamente. Porém, ele obviamente não faria isso. 

Thorfill pareceu bufar e revirar os olhos. 

"Mas falando sério agora…" Apolo encarou Thorfill seriamente e disse: "Se eu não aguentar cuidar do domador de grilos, enviarei uma carta rapidamente para você vir buscá-lo." 

Thorfill disse levianamente: "Se você não aguentar, eu irei te a concepção de que você é fraco." 

Os olhos de Apolo cerraram-se e ele pareceu ter se irritado com aquelas palavras. Ele disse cerrando os dentes: "Fraco ou não…" 

Thorfill o interrompeu rapidamente, sabendo que Apolo poderia se enfurecer com ele. "Apolo, eu preciso fazer outro pedido a você." 

Obviamente, ele estava tentando mudar de assunto. Porém, Apolo pareceu se distrair com as palavras de Thorfill e deu um breve sorriso com sarcasmo, perguntando: "Você não está abusando muito de mim?"

Thorfill ficou um pouco surpreso com a reação de Apolo, todavia, disfarçou e os seus olhos cerraram-se quando ele disse sem emoção: "Mas foi você que enfiou dezenas de agulhas em meus tendões. Eu preciso que você tire-as." 

"Ah, é sobre isso." Apolo fechou os olhos e suspirou franzindo as sobrancelhas escuras, "Isso vai demorar… é fácil enfiá-las, mas absolutamente difícil tirá-las. E é um processo esmagadoramente doloroso, lento e complicado." 

O semblante de Thorfill ficou distorcido pela raiva que lhe dominara, todavia, ele sorriu com ódio e disse cerrando os dentes: "Você me paga." 

É claro que ele estava com raiva de Apolo! 

Thorfill temia a dor, ele estava desesperado. 

Aquele mal bocado até mesmo fez gotículas de suor brotarem em sua testa franzida. 

Apolo desviou o olhar de Thorfill e apertou o seu antebraço com força, dizendo: "Eu só preciso perfurar o seu corpo novamente, com uma única agulha. Terei que mexer em sua carne e remover lentamente uma agulha de cada vez… Você também não precisa ficar acordado durante o processo, claro. Eu posso tentar encontrar um sonífero pesado ou ópio. Vai demorar um pouco…" 

Thorfill precisava de sua força para proteger a sua família de vikings, ele absolutamente não podia mais prolongar a hospedagem daquelas agulhas em seus tendões, pois elas, de fato, prejudicam o corpo do antigo Lendário Viking de Reiwa. Tendo conhecimento disso, Thorfill disse rispidamente: "Tire-as agora." 

Apolo mastigou os seus lábios, e eles ficaram em uma linha reta; como se não quisesse dizer algo, porém, no final ele disse friamente: "Me acompanhe." 

Ele se retirou apressadamente, deixando Thorfill para trás. 

[...] 

Os dois andaram por um corredor cheio de serventes silenciosos de semblantes bonitos, que usavam togas de diversas cores e estilos. Toda a extensão do corredor era cheia de pinturas riquíssimas em detalhes de deuses do Olimpo e semideus, como:Zeus, Atena, Hércules, Perseu, Aquiles, Dionísio e vários outros. 

Muitos dos quadros e esculturas do palácio eram relacionados ao nudismo, retratado em pinturas belas e esculpindo os belos corpos robustos dos homens helenos em esculturas de gesso. Thorfill engoliu em seco, compreendendo um pouco a arte de Atenas; vikings não eram muito diferentes, gostavam e apreciavam o nudismo. 

Thorfill encarou uma escultura estranha ao virar um corredor; um corpo nu masculino reluzente, pele retratada como brilhante, ombros largos, coxas fartas, nádegas fortes e uma pequena picada entre as pernas de gesso. As sobrancelhas de Thorfill se arquearam e ele perguntou à Apolo: "Você… gosta disso?" 

Apolo não sabia sobre o que Thorfill estava se referindo. Ele virou-se e encarou a escultura em silêncio, "........................." 

Havia muitas esculturas e pinturas pelo palácio. Então, Apolo apreciava a fertilização de corpos masculinos em esculturas que representavam homens poderosos e cheios de músculos?  

"Olha, eu não sou obrigado a te responder sobre isso." Apolo disse friamente, "Ignore essas coisas. Você ainda é novo para esse tipo de exposição. Siga em frente, criança." 

O semblante de Thorfill ficou nebuloso. Ele já tinha vinte anos, e Apolo parecia tratá-lo como uma criança por ser dez anos mais velho que ele! 

Obviamente, Apolo não apreciava as esculturas ou as pinturas. Aquilo pertencia ao palácio e aos reis passados, que queriam seguir a nova estética contemporânea: a retratação do corpo masculino como perfeito. 

Apolo achava aquilo uma grande besteira! 

Talvez ele tenha ficado envergonhado com a pergunta de Thorfill e tenha o chamado de criança para irritá-lo e, consecutivamente, fazê-lo esquecer sobre aquele assunto. 

E realmente funcionou. Thorfill esqueceu-se das esculturas e debateu a fala de Apolo com irritação: "Pare de dizer que eu sou uma criança. Quando você vai parar de me assemelhar com aquela criança que se enfiou em seu barco?" 

Apolo percebeu que conseguiu fazer Thorfill perder a paciência e disse sarcasticamente: "Aquele tourinho é inesquecível. Ele até mesmo comeu os meus bolinhos de mel e disse palavras fofinhas para mim. O que era mesmo? 'Eu vou te proteger'?" 

Quando Thorfill estava irritado, ele simplesmente não conseguia dizer nada! 

O semblante dele apenas demonstrou irritação e os lábios de Apolo se ergueram um pouco; o lampejo de um sorriso que nunca apareceu. 

"Vamos parar de perder tempo." Apolo voltou a andar e Thorfill o seguiu em silêncio; ainda irritado com Apolo. 

Os dois foram para uma câmara fria e silenciosa. Até mesmo os seus passos lentos ecoavam pela sala com cheiro medicinal. Parecia ser uma clínica, onde supostamente, Apolo atendia os seus pacientes. Thorfill deitou-se em uma cama de pedra alta e fria, encarando o teto baixo e branco da sala. 

Apolo estava nas proximidades, procurando por algo entre os seus equipamentos organizados e esterilizados. Ao contrário de Thorfill, ele era muito organizado. Ele virou-se e caminhou até onde Thorfill estava deitado e disse: "Tire as suas roupas." 

As sobrancelhas de Thorfill se franziram com a frase ambígua e ele perguntou: "Tudo?" 

"Sim, fiquei da forma que você veio ao mundo." Apolo disse com sarcasmo e revirou os olhos se corrigindo ao dizer seriamente: "Tire essas roupas de caça pesadas e apenas fique com algo cobrindo o seu…" 

"Eu entendi!" Thorfill disse agressivamente e levantou-se, removendo as suas roupas com agilidade logo em seguida. 

Seus braços se estenderam ao lado de suas costelas definidas ao remover completamente as suas vestimentas de caça. Os ombros de Thorfill eram largos, em contraste com as suas longas pernas estonteantes. 

Seu porte alto e esguio. 

Ele era visto como a imagem de um exemplo viking: forte, habilidoso, bonito e corpo exuberante. Seu corpo nu chegava até mesmo a ser mais surpreendente do que aquelas esculturas no corredor do palácio. Por sorte, Thorfill escondia os seus músculos em suas roupas de caça pesadas, caso contrário, um escultor poderia ficar louco para esculpir o corpo do antigo Lendário Viking de Reiwa!

Os vikings tinham o costume de tomar banhos comunitários em rios. Thorfill muitas vezes já havia ficado nu perto de homens, todavia, ele se sentia apreensivo agora e usou uma pano de seda branco para esconder o que havia entre as suas pernas. 

Apolo limpou a garganta e perguntou: "Você… você tem certeza que não quer esperar eu encontrar um sonífero?" 

Thorfill não queria dormir e respondeu: "Não." 

Apolo não tinha mais como argumentar, "Então, peço licença." 

Thorfill deitou-se novamente na cama de pedra fria.

No instante seguinte, Apolo aproximou-se e Thorfill sentiu uma picada em seu abdômen. Ele ergueu o seu queixo e viu Apolo próximo de sua barriga; ele parecia concentrado enquanto apoiava uma de suas mãos na superfície dura do abdômen e com a outra mão revirava uma agulha na carne de Thorfill. A mão de Apolo era forte e quente, mesmo remexendo na carne de Thorfill, isso parecia não afetá-lo; era incomodativo, mas não tão doloroso quanto ele imaginara. Apolo sentiu o movimento de Thorfill e o encarou profundamente. 

"Está doendo?" Apolo perguntou e não esperou pela resposta de Thorfill ao dizer com ignorância: "Se tiver doendo, eu não me importo também. É isso que a impaciência causa. Eu poderia ter encontrado um sonífero em dois ou três dias." 

"Não está doendo, continue." Thorfill pediu e deitou-se novamente. 

Apolo mastigou os seus lábios com raiva, porém continuou. Ele fez diversos buracos na carne de Thorfill, e depois apertava o abdômen dele, tentando impulsionar as agulhas daquela região para cima. Diversas pontas afiadas das agulhas se sobrepuseram e os dedos de Apolo as tirava rapidamente. Thorfill sentia cada agulha ser removida como se um pedaço de sua carne estivesse sendo rasgada; porém, realmente não era tão ruim como ele imaginou que seria. A mão de Apolo constantemente massageava a sua pele e, isso de certa forma, lhe trouxe um pouco de conforto. 

Algumas gotículas de suor brotaram na testa de Thorfill e ele mordeu os seus lábios. Apolo ao notar isso, estranhamente perguntou: "Para onde você vai depois de sair daqui?" 

Thorfill engoliu em seco e estranhou a tomada de atitude de Apolo para conversar. Todavia, ele respondeu ofegante: "Acho… acho que para a Índia." 

Apolo instigou Thorfill a conversar e perguntou: "Índia? O que você quer fazer por lá? Adorar vacas?" 

Thorfill franziu a sua testa com raiva e algumas gotas de suor deslizaram pelo seu belo semblante, "O que há de errado em adorar vacas?" 

"Nada." Apolo disse pressionando a lateral do abdômen de Thorfill. A palma de sua mão escorregou na pele bronzeada e suada de Thorfill e isso causou uma onda de cócegas nele. "Uns são fiéis a Deus, outros a Zeus, Odin, e vários outros deuses. Adorar vacas é até compreensível…"

"O que quer dizer com isso?" Thorfill perguntou, se esquecendo da dor. 

"Eu acho que adorar vacas é compreensível, pois dependemos dela para o consumo. Assim como dependemos dos outros deuses." 

"Pensando assim, é realmente compreensível…" Thorfill balbuciou, "Eu gosto de carne…" 

As palavras de Thorfill pararam abruptamente ao se lembrar que aquele assunto de carne iria deixar Apolo desconfortável. Com o silêncio, Thorfill acabou lembrando-se da dor. Ele deveria ter esperado pelo sonífero…

Depois, Apolo disse um pouco pensativo: "Mas parece que estamos sempre seguindo e sendo fiéis aos deuses com a ideia dê: o que eu irei ganhar no final da minha vida?" 

"Han?" Thorfill exclamou brevemente confuso. 

Apolo continuou, "Um céu repleto de riquezas, um banquete, valquírias virgens, uma moradia ao lado dos deuses. Estamos seguindo os deuses por fé ou por benefícios?" 

Thorfill ficou em silêncio, "...................."

Apolo se questionou e depois suspirou, "É muito complexo…" 

Thorfill era a criação de Odin, e ele não compreendeu as palavras de Apolo, porém as escutou até o final e depois perguntou pensativo: "Bom, isso é a retratação de um pai com o seu filho. Se for um bom filho, o pai dará recompensas e os deuses querem nos ver ao lados deles depois de nossa morte. Não se trata apenas de benefícios, estamos tentando dar orgulho para eles, em busca de conhecê-los no final de tudo." 

"Isso é verdade." Apolo disse, ainda concentrado no corpo de Thorfill. "Mas já conhecemos os deuses, Zeus está sempre andando por aqui. E aqueles que morreram, não estão ao lado dele. Você já viu Odin?" 

"Não." A voz de Thorfill disse em um tom calmo, ela acabou retumbando pela sala silenciosa. "Mas sinto a presença dele por perto, tenho certeza. Sempre tem um viking em meu navio que diz coisas estranhas… mas tive um encontro com Danu, a Deusa Mãe e ela também dizia coisas estranhas." 

"Os deuses são estranhos." Apolo disse pacificamente, "Espera, você teve um encontro com ela? Romântico? Ela não tem um marido?" 

Thorfill franziu suas sobrancelhas, impaciente. "Não foi um encontro assim…" 

Apolo arqueou as suas sobrancelhas, "Bom… imaginei que não fosse mesmo, eu quase tirei a conclusão de que você estava mentindo para mim." 

"Por quê?" Thorfill perguntou, franzindo o cenho. "Por que eu mentiria para você? Eu não faria isso, diferente de alguém." 

Thorfill cerrou o olhar como uma coruja ao encarar Apolo; que sentiu a alfinetada. 

"Sim, eu menti muito para você." Apolo disse tranquilamente, "Te dei um tapa na cara, te enganei… devo fazer uma lista?"

Ele suspirou, como se estivesse cansado. 

Depois ele disse em um tom de voz baixo: "Você pode revidar mais tarde." 

Thorfill balançou a cabeça negativamente, "Não irei."

"Bom tourinho." Apolo disse como se Thorfill fosse uma criança e ele fosse um pai elogiando a inteligência de seu filho, "Foi uma escolha sábia, você está crescendo."

Thorfill mastigou os seus lábios até sentir um gosto metálico em sua boca. Ele novamente ficou em silêncio, por conta da raiva que lhe dominara. 

Apolo era simplesmente insuportável! 

Qual era o problema dele? 

Eram apenas dez anos de diferença! 

"Não morda tanto os seus lábios, eles ficarão inchados." Apolo disse levianamente, enquanto suas mãos ainda estavam trabalhando em retirar as agulhas do corpo de Thorfill. "As pessoas vão achar que eu fiz coisas cabulosas com você." 

"Você já está fazendo." Thorfill bufou amargamente, "Você está me instigando a cometer suicídio por conta de suas palavras insuportáveis." 

"Que pena." Apolo o consolou falsamente. 

A carne de Thorfill foi cruelmente massacrada no instante seguinte, um gemido de dor escapou de seus lábios e Apolo olhou cinicamente para ele, dizendo: "Eu realmente sinto muito, mas esta agulha não quer sair." 

Aquelas palavras eram obviamente falsas, ele não sentia muito, mas realmente havia uma agulha presa próxima a virilha de Thorfill; que estava sendo tampada pelo pano branco de seda. Thorfill bufou outra vez e Apolo estendeu os seus dedos delgados e brancos para deslizar um pouco aquela peça branca para baixo, revelando um pouco a virilha vigorosa de Thorfill. As mãos de Apolo massagearam aquela área sensível, afundando a carne para que as agulhas pudessem ser submergidas para cima. 

Thorfill não sentiu dor nesta hora, porém ele arfou. 

Apolo estranhou isso e perguntou ao olhar para ele: "Isso doeu? Que estranho… estou apenas massageando."

Thorfill engoliu em seco e depois falou com ignorância: "Sim, doeu. Seja mais cuidadoso na próxima vez." 

"Quem você acha que é para exigir algo de mim?" Apolo perguntou indignado. 

"Você que enfiou essas agulhas em mim!" Thorfill disse cerrando os dentes com raiva. 

"E eu estou as tirando de boa vontade!" Apolo perdeu um pouco a compostura. 

Thorfill revirou os olhos, "Isso é a sua boa vontade? Você é mais ogro que eu!" 

"Em toda a minha vida eu nunca fui tão misericordioso com alguém!" Apolo afastou-se com raiva, "Você ainda está criticando o meu jeito?" 

Thorfill franziu as suas sobrancelhas, por não ter noção que Apolo ficaria tão furioso com uma simples crítica. Crítica da qual ele ainda inventou para escapar de um assunto delicado no momento. Thorfill limpou a sua garganta por conta do constrangimento e disse: "Não estou criticando o seu jeito estranho, eu já me acostumei com ele!" 

"O quê?" O cenho de Apolo franziu-se com confusão. 

Era bastante raro ver aquele semblante bonito confuso e distraído, então Thorfill o encarou profundamente e Apolo disse seriamente: "Thorfill, não teste a minha paciência." 

O General Guts já não tinha paciência, o que eu poderia testar? Thorfinn perguntou-se.  

Thorfill abriu a sua boca para poder dizer algo, porém Apolo rapidamente disse: "Fique quieto, caso contrário, eu deixarei essas agulhas em de corpo." 

Thorfill rapidamente se calou, "..………………." 

Ele deitou-se novamente e deixou as mãos de Apolo deslizarem por seu corpo, pressionando cada parte com mãos ásperas e fortes. Um choque percorria por sua espinha e o seu sangue estava agitado e fervendo. As pontas dos dedos de Apolo removeram cada agulha com extremo cuidado, porém, a pele de Thorfill ainda parecia arrepiar-se de dor e algumas gotículas de suor rasas ainda insistiam em brotar em sua testa franzida. Apolo removia as agulhas e as jogava em uma vasilha de porcelana funda. Logo, a vasilha estava cheia até a borda e os músculos de Thorfill estavam rígidos por ter ficado deitado por tanto tempo. 

"Seus tendões estão livres, o nobre viking pode lutar a vontade agora." Apolo levantou-se se espreguiçando, "Você aguentou essa sessão de tortura bravamente. Você merecia um prêmio." 

"Qual?" Thorfill se recompôs. Ele cruzou as suas pernas e disse: "Dificilmente você me daria algo." 

"Realmente." Apolo disse frivolamente, "Você com certeza merece, então busque, pois eu não darei nada à você." 

Thorfill deu um sorriso de escárnio, já esperando por aquilo. "Você é bastante difícil de se lidar…" 

Apolo pareceu se aborrecer com aquilo.

Ele pegou as roupas de Thorfill e jogou nele, dizendo com autoridade: "Vista-se, já são sete horas." 







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