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Capítulo 17

Tema sombrio neste capítulo, caso de assédio/abuso infantil. Eu não tenho fetiche neste tipo de coisa! Estou escrevendo a trajetória de um personagem e não estou tentando ofender a religião de ninguém pelo ato ter sido cometido por um padre. 

       Capítulo 17: Leonhardt Sephalla, o maníaco de Gales.

Leo foi concebido em meio a um ataque viking, nasceu de uma escrava em um estábulo cheio de fezes e animais sujos. 

Os braços da escrava seguravam o bebê embrulhado em trapos velhos com força. Seus cabelos loiros estavam encharcados de suor. Entre suas pernas, sangue escorria em abundância. Seus olhos nebulosos e cheios de raiva encararam o bebê recém nascido com ódio. Mas não ódio da criança, mas sim de sua situação. A escrava previu que o seu pequeno filho não teria uma vida próspera. O mundo nunca fora bom. Não havia motivos para dar à luz. A situação daquela criança era triste, porém comum. 

Quantas escravas não haviam sido estupradas por seus donos? 

Quantas crianças bastardas não estavam nascendo em meio a um ataque? 

Um ruído no estábulo chamou a atenção da escrava. Mesmo tendo acabado de dar à luz, ela tirou uma adaga de sua túnica esfarrapada e fez um pose defensiva, ainda segurando o seu filho nos braços. Passos se aproximaram e ela abraçou o seu bebê fortemente e brandiu a lâmina da adaga para frente da pessoa que se aproximava. Um homem alto, com vestimentas de caça e botas pesadas. 

O homem notou a presença da escrava e arregalou os olhos. Tinha uma espada em suas mãos e ele a guardou na bainha. Ele se agachou na frente da escrava e a mão dela caiu por não ter força o suficiente em seu corpo frio. 

"Você é um residente de Gales?" O homem perguntou. Sua voz carregada de rouquidão e selvageria. 

Se a escrava respondesse que sim, ela morreria. 

Ela era uma residente de Gales e ele um viking selvagem. 

Porém, ela já estava nos últimos momentos de sua vida e perguntou sussurrando: "Por que devemos rotular? Eu sou uma pessoa. Um humano em seus últimos momentos de vida. Nobre viking, isso muda o fato de que você irá ceifar a minha vida?" 

O viking encarou os seus olhos vagos e viu os seus braços segurando algo. Ele aproximou-se e disse: "Sua força é surpreendente. Isso é motivo suficiente para eu não matá-la. Eu estaria sendo covarde ao brandir minha lâmina contra você. Uma guerreira." Ele estendeu a sua mão e colocou sobre os olhos da escrava, dizendo: "Não há o que temer, em uma próxima vida, lute comigo." 

"Sophia Leonhardt agradece o nobre viking." A escrava disse suspirando pesadamente. 

Os seus braços se abriram e o bebê embrulhado em trapos quentes caiu. O viking estendeu as suas mãos e o pegou. A criança estava suja de sangue ainda e o viking cutucou a testa dele suavemente, dizendo: "Sua mãe lutou por você. Não decepcione Sophia Leonhardt." 

O peito do nobre viking se encheu de um sentimento inexplicavelmente ao encarar o bebê. 

A criança chorou ao sentir o toque bruto e o viking ogro começou a se desesperar. Ele tentou acalmar o bebê e escutou passos se aproximando enquanto fazia isso. Um outro homem entrou dentro do estábulo e começou a gargalhar quando viu o viking segurando desastrosamente uma bebê nos braços. 

"Sephalla." O homem se aproximou com um sorriso suave, "Eu disse para você procurar por ouro e prata, e você me acha uma criança?" 

"Bjorn." O viking segurou o bebê pelo pescoço, imitando uma onça segurando o seu filhote e disse: "Acho que é um menino." 

O homem chamado Bjorn se apressou em tirar o bebê das mãos do viking ogro chamado Sephalla e se exaltou: "Não é assim que se segura uma criança, idiota! Devemos vendê-la?" 

"Você não compreende?" Sephalla perguntou tristemente, "Isso é um sinal dos deuses." 

"O quê?" Bjorn sentou-se em feno e tirou o manto sobre os seus ombros pequenos. Ele limpou o bebê recém nascido com cuidado e perguntou: "Você ainda está com aquela ideia doida de sair da Ilha de Reiwa?" 

"Sim." Sephalla sentou-se ao lado dele, "Eu perguntei para Odin o que ele pensava sobre isso. Não obtive a resposta, porém isso pode ter sido um sinal para mim. Eu nunca encontrei uma criança em meus furtos e saques. E você sabe o significado de ter uma criança, não é?" 

"Sephalla." Bjorn o chamou seriamente. 

Sephalla o impediu de continuar, "Essa criança acabou de nascer, bem quando eu lidero o meu primeiro ataque fora da Ilha de Reiwa. Não acha que fomos prometidos? Ele é meu sinal para sair. Foi um final de Odin" 

"Foi uma coincidência!" Bjorn gritou preocupado, "Você é o futuro sexto Lendário Viking de Reiwa. Se você fugir, quem irá governar a ilha?"

"Meu sobrinho." Sephalla disse animado, "Enon pode fazer isso." 

No instante seguinte, ele começou a rasgar as suas roupas, pegou a sua espada e fez diversos cortes em sua pele. O sangue manchou o seu corpo e roupas. Bjorn suspirou pesadamente em silêncio e apenas ficou encarando aquele show. 

"Diga que eu morri lutando com aquela brava mulher." Shephalla disse euforicamente e Bjorn bufou, "Você deve carregar o meu corpo até o meu barco favorito e me lançar ao mar. Depois disso, eu me viro com o fogo." 

"Para onde você vai depois?" Bjorn perguntou.

"Para onde o mar me levar." Shephalla disse e depois animou-se, "Isso foi bastante filosófico." 

Bjorn riu, "Ok, mas o fará com esta criança?" 

"Ela é meu sinal." Shephalla caminhou até ele e se inclinou para baixo. Os olhos de Bjorn encararam o semblante bonito dele e desviou o olhar, estendendo os seus braços e entregando a criança para Shephalla. 

"Temo por ele." Bjorn suspirou, "Você não sabe cuidar de crianças. Não tem organização nenhuma, não sabe o que eles tomam e comem, não sabe trocar uma fralda de pano também. Por quanto tempo você será um pai postiço? Sete dias? Um mês? Não é fácil ser um pai." 

"Sete anos, que tal?" Shephalla chutou brincando e segurou a criança fortemente, "Eventualmente, eu irei aprender. Bjorn, você terá que me carregar até o barco." 

Bjorn fez uma careta e levantou-se. Shephalla estendeu o bebê para cima e disse para ele: "Você não pode chorar." 

O bebê ficou em silêncio e Shephalla o colocou dentro de seu manto, o aconchegou em seu peito e o escondeu. No momento seguinte, passos se aproximaram rapidamente e ele se jogou no chão e fechou os olhos. Ele prendeu a respiração e começou a cantar um hino para o deus Thor, em busca de ajuda. 

Bjorn se ajoelhou ao lado do 'cadáver' e começou a chorar compulsivamente, "Não, não! Valhalla não pode te receber ainda. Por favor! Volte." 

Os passos se aproximaram e vários vikings entraram dentro do estábulo, eles encontraram o cadáver de Shephalla e começaram a se desesperar. 

"Que merda!" Um viking gritou, "Ele morreu?! Como?" 

Bjorn enxugou as lágrimas e disse com a voz embargada: "E-Eu já o encontrei assim. Ele lutou com aquela escrava." 

Ele apontou para o cadáver de Sophia Leonhardt e um homem se aproximou. Ele vasculhou o corpo de Shephalla minuciosamente e perguntou: "Por que o peito dele está estufado assim? Parece um pombo." 

O peito de Shephalla estava realmente estufado, pois o bebê estava escondido ali. 

Bjorn rapidamente explicou: "Meus pertences! Coloquei os meus tesouros ali. São itens pessoais, por favor não veja. São peças íntimas… entre outros, para que Shephalla leve uma parte de mim para Valhalla." 

O semblante dos vikings se contorceram ao escutar aquilo e aquele homem próximo franziu o cenho. 

"Enon, não posso apenas jogá-lo em seu barco favorito e lançá-lo ao mar? Realmente…" Bjorn fungou e começou a chorar novamente, "Eu realmente não suporto mais ver o corpo dele. Isso está sendo tão doloroso!" 

Enon se afastou rapidamente ao escutar itens pessoais e peças íntimas. Ele disse com repulsa: "Vocês dois são estranhos. Tão nojento, jogue logo este lixo no mar." 

Shephalla abriu os olhos ao escutar aquilo e tentou se levantar para se defender. Bjorn rapidamente deu um salto e se lançou em cima dele. O abraçando com força e evitando amassar a criança. Isso restringiu os movimentos de Shephalla e ele ficou deitado estático no chão. 

"Eu não suporto viver mais." Bjorn chorou desesperadamente o abraçando, "Eu tenho dependência emocional em você. Por favor, volte para mim!" 

A atuação dele era muito boa, quase que Shephalla se levantou para aplaudir. 

Enon e os vikings franziram o cenho ao assistir aquilo e se afastaram balbuciando: 

"Nojento." 

"Que trágico."

"Ele não é o futuro Lendário Viking de Reiwa? Se ele morreu, então quem irá assumir a ilha agora?" 

Enon ficou quieto em um canto ao escutar isso e depois gritou: "Façam alguma coisa que prestem, seus inúteis! Carreguem logo o corpo dele." 

Os vikings rapidamente balançaram as suas cabeças com desespero e caminharam até o corpo de Shephalla. Eles o ergueram e caminharam para fora do estábulo. A vila que eles invadiram havia sido destruída e havia cadáveres para todos os lados. Os cristãos haviam sido mortos brutalmente pelos Vikings de Reiwa e eles caminharam em direção ao mar. 

Bjorn ficou o caminho todo chorando e assoprando o nariz em um pano de seda. Os vikings colocaram Shephalla em seu barco e de repente escutaram um grito curto e manhoso. 

"O que foi isso?" Um viking perguntou suando frio. 

Os outros vikings não souberam responder. 

Bjorn sabia que era a criança que estava resmungando por estar embrulhada no peito de Shephalla e se aproximou do barco, dizendo: "São os deuses. Hela, a deusa da morte, veio buscar o corpo de Shephalla. Ela, que foi abandonada por Loki, chora sempre ao ver um homem. Ela os odeia!" 

Os vikings se assustaram com isso e acenderam uma tocha e jogaram para Bjorn.

"Jogue logo!" Um viking gritou e se afastou com os outros vikings. 

Bjorn agarrou a tocha e sorriu. Ele olhou para Shephalla, que ainda estava deitado em silêncio no chão do barco e disse: "Eles já foram, mas continue deitado. Enon está de olho em nós." 

"Você escutou as palavras repugnantes dele?!" Shephalla abriu os seus olhos e perguntou furiosamente. Ele bufou ficando emburrado e disse: "Idiota."

"Agora que você morreu, ele será o Lendário Viking de Reiwa." Bjorn deu de ombros, "Leggos sabe que ele não quer isso e irá obrigá-lo a isso."

"Ninguém quer ser o Lendário Viking de Reiwa." Shephalla puxou o seu manto e descobriu o bebê. Ele estava com os olhos abertos e o seu rosto parecia um joelho amassado. Shephalla sorriu com ternura e disse distraidamente: "É uma grande responsabilidade." 

"Sim, mas quem quer também ficar preso em uma ilha? Protegendo um combustível e perdendo a sua liberdade." Bjorn dizia até perceber que Shephalla não estava se referindo aquilo, "Qual vai ser o nome dele?" 

"Eu não sei." Shephalla respondeu a pergunta de Bjorn e o encarou, "Escolha você." 

"Faça uma homenagem." Bjorn disse simplesmente, "Você vai cuidar dele e deveria colocar o seu nome nele, como Carlos Júnior, entendeu?" 

"Não…" Shephalla respondeu. 

"Eu…" Bjorn queria suspirar pela burrice de Shephalla, porém não houve tempo. "Enon está vindo, jogarei fogo na frente no barco. Tome cuidado."

Shephalla balançou a cabeça afirmamente e Bjorn lançou a tocha em uma canto do barco. O fogo incendiou a madeira rapidamente. Bjorn pulou do barco e caiu na água. Ele arrastou um pouco o barco pelo mar frio e ofegou pesadamente por ser acidentário. 

Ele sussurrou brevemente: "Seu maldito ogro burro!" 

O barco se afastou dele rapidamente por conta das ondas agressivas. A água estava vermelha por conta do sangue que os vikings causaram na vila. O cheiro de morte permeava no ar. Bjorn ficou para trás e Shephalla embarcou em uma nova vida cheia de surpresas. 

Ao chegar na região sul do País de Gales, ele saiu do barco e construiu uma cabana na praia. 

Shephalla deu um nome para a criança depois de vários meses de convivência e a chamou com carinho: "Leonhardt Sephalla." 

A criança estava sentada na margem do mar. Ela colocou um bocado de areia na boca e Shephalla ficou em silêncio, ".................." 

"Bjorn tinha toda ração… não, razão!" Shephalla gritou desesperadamente e agarrou os seus cabelos, "Não é fácil ser um pai." 

"Pai." A criança repetiu as mesmas palavras de Shephalla e se levantou com dificuldade; ele ainda não sabia andar, porém tentou. Ele deu alguns passos e caiu na água. 

Shephalla arregalou os olhos por estar surpreso e bateu palmas, "Parabéns, você aprendeu a nadar com onze meses de idade." 

Ele começou a estranhar quando percebeu que Leonhardt Sephalla não estava se mexendo. Shephalla levantou-se em silêncio e agarrou Leonhardt Sephalla pelo colarinho da blusa. Os dois foram para dentro da cabana e Shephalla pressionou o peito do garoto com força. Ele virou-se para o lado e cuspiu água ao despertar. Leonhardt Sephalla começou a tremer de frio e espirrou. 

"Anão." Shephalla disse desesperadamente, "Resfriado não!" 

Os dias passaram-se calmamente e a criança foi crescendo. Estranhamente e incrivelmente, ela sobreviveu aos cuidados de Shephalla até os sete anos de idade. Leonhardt Sephalla era um pouco quieto e tímido. Em contraste, Shephalla era muito animado e falante. Os dois viviam na cabana e os dias eram resumidos em: Caçar ao dia, beber a noite, tomar banho no rio e dormir. 

"Pai, por que o céu está tão escuro?" Leonhardt Sephalla perguntou ao se deitar ao lado de Shephalla na areia. A sua inocência era muita e ele fitou o céu escuro cheio de estrelas. 

"Eu não sei, mas é lindo." Shephalla respondeu sem desviar o seu olhar do céu, "Eu amo." 

O cenho de Leonhardt Sephalla franziu-se com isso, ele não compreendeu as palavras de seu pai e perguntou: "O que é isso? Amo?" 

Só então Shephalla virou-se para ele e disse: "Eu não tenho a resposta disso, mas eu sinto o amor. Eu amo alguém, e desejo o melhor para ele. Eu gosto de algo e quero sempre estar perto deste algo. Eu amo você e demonstro com palavras ou ações. Eu me sinto bem e feliz quando estou com alguém ou algo que gosto e amo, mas isso também pode me deixar triste e frustrado. Mas mesmo assim o amor não se dissipa e dura por anos e anos. Isso é o amor." 

Leonhardt Sephalla não compreendeu as palavras de Shephalla, então ele perguntou confuso: "O que eu deveria sentir ao escutar isso?" 

"Eu não sei." Shephalla estranhou a pergunta dele, "Pode variar de pessoa para pessoa. Bjorn teria sentido raiva com as minhas palavras, meu pai teria se sentido frustrado, minha mãe ficaria toda boba com isso, e bom, o que você sentiu?" 

"Nada." Leonhardt Sephalla piscou e os seus olhos claros demonstraram confusão, "Eu não sinto nada dentro de mim."

Shephalla franziu as suas sobrancelhas e ficou em silêncio. 

Leonhardt Sephalla o encarou em busca de respostas, porém o silêncio deixou-lhe apreensivo e ele instigou: "Pai, o que há de errado comigo?" 

"Talvez você tenha puxado para o jeito da sua mãe." Shephalla deu de ombros sem pensar muito, "Se bem que eu não a conheci, então não sei se posso dizer se isso é hereditário." 

"Como assim você não conheceu a minha mãe?" Leonhardt Sephalla perguntou confuso e Shephalla engoliu em seco. 

O garoto era muito inteligente e notou que havia algo errado. 

"Você não é meu pai, não é?" Leonhardt Sephalla perguntou. 

"Não…" Shephalla respondeu hesitando. 

Leonhardt Sephalla não se abalou com aquilo. 

Nem por dentro e nem por fora sentiu algo e demonstrou algo. 

"Eu entendo." Leonhardt Sephalla disse tranquilamente e Shephalla estranhou isso. 

Os dois ficaram em silêncio pelo resto da noite. 

Na manhã seguinte, Leonhardt Sephalla saiu da cabana e foi para uma vila próxima da praia. Não porque queria, mas porque Shephalla havia pedido para ele ir comprar pão de centeio. A vila estava infestada de pessoas com vestimentas sujas e acabadas, os animais defecavam nas ruas e as crianças corriam enquanto roubavam dos comerciantes. 

A adrenalina percorria rapidamente pelos corpos das crianças, e uma esbarrou em Leonhardt Sephalla. Ele agarrou a criança do seu tamanho e perguntou: "É divertido fazer isso?" 

A criança assustou-se com isso e começou a tremer, "Um pouco se você estiver acompanhado." 

As outras crianças pararam de correr ao ver que seu companheiro havia sido capturado. Um garoto que liderava o grupo aproximou-se, dizendo: "Largue ele, os oficiais estão chegando para nos prender!" 

Ao escutar aquela ordem, Leonhardt Sephalla largou a criança rapidamente e ela correu junto com as outras. Logo, os oficiais chegaram com chicotes em suas mãos e se aproximaram do garoto estranho e suspeito. 

"Você é o pequeno ladrão?!" Um oficial brandiu o seu chicote e acertou o rosto de Leonhardt Sephalla. 

Ele não sentiu raiva com aquela injustiça e apenas sentiu dor. Ele respondeu sem muita emoção: "Eu não sou." 

Os oficiais não se importaram com a resposta dele e o agarraram. Leonhardt Sephalla não se debateu e apenas aceitou ser agarrado e jogado dentro de um calabouço fétido e escuro. Ele ficou em silêncio o tempo todo e sentou-se ao lado de um cadáver que estava jogado ali. Era a sua primeira vez vendo um morto e ele não se assustou. 

Os minutos se tornaram horas e depois dias, até uma voz surgir de repente. 

"O que você fez para estar aqui?" Alguém perguntou. 

A voz vinha de um lugar escuro e Leonhardt Sephalla não se assustou. 

"Eu não fiz nada." O garoto respondeu. 

"Estava no lugar errado e na hora errada." A voz disse e riu logo em seguida, "Por que você está tão tranquilo?" 

"O que eu deveria sentir diante desta situação?" Leonhardt Sephalla perguntou e os seus olhos brilharam, "Me diga, por favor." 

"Você será executado." A voz disse suavemente, "Todos que entram aqui, neste calabouço, morrem. Deveria estar desesperado." 

"Por quê?" Leonhardt Sephalla perguntou sem entender. 

"Porque você vai perder a vida!" A voz pareceu ficar furiosa, "Você não consegue compreender isso?!" 

"Eu não consigo compreender." Os olhos de Leonhardt Sephalla marejaram e ele começou a soluçar, "Eu realmente não consigo compreender, pai!"

A porta do calabouço rangeu por ser velha e um homem entrou com os olhos nebulosos e cansados. Ele abaixou-se e abraçou Leonhardt Sephalla com força, dizendo: "Você precisa compreender que ao morrer será incapaz de me ver novamente." 

Algo pareceu esmagar o coração de Leonhardt Sephalla e ele apertou o seu aperto ao redor do corpo de Shephalla. Ele começou a chorar compulsivamente, "Pai, eu não quero isso!" 

"O que você sente?" Shephalla perguntou afagando os cabelos loiros do garoto. 

"Eu não sinto nada." Leonhardt Sephalla engasgou-se com as lágrimas e sentiu falta de ar, "Não há nada dentro de mim." 

Shephalla não compreendeu. O garoto dizia não sentir nada, porém estava chorando como um bebê recém nascido. Ele levantou-se, levantando Leonhardt Sephalla consigo e fugiu de volta para a cabana na praia. Os oficiais tentaram impedi-lo e correram atrás dos dois. Shephalla arrumou as suas coisas rapidamente em sacos de batatas grandes e resistentes. Então, os dois partiram para o Reino da Nortúmbria. Ao chegarem lá, dormiram por alguns dias em um mosteiro cheio de padres. 

Leonhardt Sephalla não se importou muito com a sua nova vida e nem se interessou pela cultura e modos dos padres. Ele tinha um semblante frio e os padres o evitavam como um demônio evitava a água batizada. 

Shephalla forçava um sorriso educado no rosto ao dizer: "Sim, eu sou uma criação de Deus. Não sei quem é Odin não." 

Os padres sorriram e abriram a porta de um quarto para Shephalla e Leonhardt Sephalla ficarem. Os dois se acomodaram e Leonhardt Sephalla perguntou: "O que é Deus?" 

"É o criador deles." Shephalla se jogou em um colchão confortável e fechou os olhos, "Se eles perguntarem, diga que você é batizado." 

"Certo." Leonhardt Sephalla não se importou em mentir, "Irei conhecer o mosteiro." 

"Leo, tome cuidado no caminho, não faça nada de errado e não se meta em problemas." Shephalla disse levianamente e bocejou por conta do sono que lhe dominara. 

Leonhardt Sephalla não respondeu e apenas se retirou do quarto. Ele caminhou por corredores cheios de pinturas enquadradas em quadros gigantescos e o seu cenho franziu-se com a breguice. 

Vários padres usando túnicas marrons passaram por ele e sorriram educadamente enquanto balançavam as suas mãos timidamente. Leonhardt Sephalla não compreendeu aquilo e apenas ignorou, até um padre de vestimentas diferenciais atrapalhar o seu caminho e passeio pelo mosteiro. 

"Pequeno garoto, posso sentir uma aura sombria emanando de sua alma." O padre se ajoelhou para ficar do tamanho de Leonhardt Sephalla, "Você é batizado?" 

Leonhardt Sephalla balançou a sua cabeça várias vezes, afirmando. 

Os lábios do velho padre se ergueram em um sorriso e ele perguntou: "Onde está o seu livro sagrado?" 

"Não tenho uma." Leonhardt Sephalla disse a verdade, "Nunca tive." 

As sobrancelhas brancas de velhice do padre franziram-se e ele levantou-se estendendo a sua mão para Leonhardt Sephalla, "Venha comigo." 

Diante daquela ordem, Leonhardt Sephalla segurou a mão dele e foi com o padre para uma sala que tinha um cheiro estranho. O nariz dele se contorceu ao ver várias peças de ouro e prata ali. Leonhardt Sephalla lembrou-se que, antigamente, o seu pai era um viking e ele se perguntou se ele estava ali para saquear o mosteiro. Mas lembrou-se que Shephalla havia fugido de sua tribulação e, supostamente, ele não tinha mais interesse em saquear, roubar e matar. 

O padre deixou Leonhardt Sephalla em um canto e mexeu em um baú cheio de pedras brilhantes na tampa. O garoto não tinha o mínimo interesse em jóias e esperou o padre retornar com um livro sagrado em mãos. Leonhardt Sephalla encarou o livro de capa marrom e havia uma cruz desenhada ali que acabou chamando a sua atenção. 

"Pegue, meu filho." O padre disse estendendo o livro sagrado para Leonhardt Sephalla, "É sua." 

Por algum motivo, aquilo irritou o garoto e ele disse rispidamente: "Meu pai não é você." 

O padre não se importou muito com as palavras de Leonhardt Sephalla e disse sorrindo: "É modo de dizer. Pegue o livro, ela irá te ensinar muitas coisas." 

Leonhardt Sephalla pegou e perguntou com um semblante sem emoção: "Ela pode me ensinar a ter sentimentos?" 

"Mas é claro." O padre aproximou-se e segurou o ombro de Leonhardt Sephalla dizendo: "Nosso Deus prega amor, misericórdia e paz. Ele irá te ensinar muitas coisas. Converse com ele e diga o que lhe aflige. Ele irá te ajudar." 

Leonhardt Sephalla apertou o livro e a puxou para o seu peito cheio de esperanças. Ele perguntou: "Posso conseguir amar o meu pai?" 

"Você não o ama?" O padre perguntou um pouco confuso. 

"Não tenho certeza." Leonhardt Sephalla engoliu em seco e desviou o seu olhar envergonhado, "Estou sendo muito ingrato? Ele faz tudo por mim e eu tenho certeza que não faria nada por ele… acho que isso significa que eu não o amo." 

Leonhardt Sephalla parecia muito confuso e encarou o padre nervosamente. O padre perguntou: "Você tem medo de perdê-lo?"

"Tenho." Leonhardt Sephalla respondeu seriamente. 

"Por quê?" Os olhos do padre cerraram-se, "Se ele morrer, você ficará sozinho e você tem medo da solidão?" 

"Não temo a solidão." Leonhardt Sephalla respondeu retoricamente, "Eu não tenho medo de absolutamente nada, mas se eu perdê-lo, eu iria ficar sem a minha âncora, pois eu sou um barco perdido no mar, porém há uma âncora comigo e ela me prende de surtar por conta da minha antipatia com tudo e todos. Se eu perder o meu pai, isso significa eu me perder também." 

O padre ficou surpreso com as palavras de Leonhardt Sephalla e piscou várias vezes. Era surpreendente uma criança falar aquele tipo de coisa e o padre se calou. Leonhardt Sephalla disse: "Obrigado pelo livro, mas eu quero voltar para o meu pai agora." 

"Você sabe o caminho?" O padre perguntou e Leonhardt Sephalla balançou a cabeça afirmando, "Volte e diga a ele que o jantar será enviado para vocês daqui a pouco." 

Leonhardt Sephalla não respondeu e virou-se, partindo de volta para o seu quarto. Ele abriu a porta e encontrou Shephalla sentado, havia um pincel em sua mão e ele escrevia freneticamente, sem parar os seus movimentos ao notar a presença de Leonhardt Sephalla. O garoto sentou-se ao lado de seu pai no chão e se debruçou sobre a mesa à sua frente. O livro foi pousada ao seu lado, porém ele não teve interesse em ler. 

"Pai, o que você está fazendo?" 

"Estou escrevendo uma carta para o Bjorn." Shephalla respondeu, "Faz tempo que ele não entra em contato comigo. Será que algo aconteceu na Ilha de Reiwa?" 

"Não sei." Leonhardt Sephalla respondeu, "Eu não sou vidente, apenas Pan Ku pode lhe dar essa resposta." 

"Idiota." Shephalla disse, "Meu deus é Odin, não posso conversar com Pan Ku." 

Leonhardt Sephalla ficou em silêncio e abriu o livro para ler. Shephalla estranhou o silêncio do garoto e olhou brevemente para ele. Seus olhos captaram a cena de Leonhardt Sephalla lendo e o semblante dele se contorceu de desgosto. 

"Não acredite nas baboseiras que os padres te dizem sobre Deus." Shephalla estendeu as mãos e pegou o livro, "Você deve acreditar em Odin, você é o meu filho e deve seguir a origem." 

Leonhardt Sephalla não se importou nem um pouco com isso e sussurrou: "Mas o padre disse que ele irá me ajudar." 

"Como a porcaria de um livro irá te ajudar?" Shephalla arqueou as suas sobrancelhas ao perguntar. 

"Eu não sei." Leonhardt Sephalla respondeu timidamente. 

Shephalla suspirou pesadamente e entregou o livro para o garoto, "Tente se quiser." 

"Você já tentou?" Leonhardt Sephalla virou-se para olhar atentamente o seu pai. 

"Com todos eles." Shephalla o fitou profundamente, "Tentei conversar com cada deus existente. Mas nunca obtive respostas por parte deles. Mas um dia, eu tive um sinal. Minha resposta para fugir da Ilha de Reiwa foi você." 

Uma chama de ternura lampejou nos olhos tão serenos de Shephalla. Ele levantou-se fadigado e dobrou a carta, dizendo ao mudar de assunto: "Irei procurar um pombo para entregar esta carta. Fiquei aqui, eu volto rapidinho." 

Ele virou-se e caminhou até a porta. Porém, virou-se novamente e disse: "Leo…" 

"Já sei." Leonhardt Sephalla o interrompeu rapidamente, "Não faça nada de errado e não se meta em problemas." 

Shephalla sorriu com ternura e orgulho, abriu a porta e partiu. 

O quarto pareceu ficar solitário e os raios solares banharam o ambiente silencioso. A luz bateu nas várias cruzes de ouro que tinham pelo quarto e isso refletiu nos olhos verdes de Leonhardt Sephalla; que por um momento, ficou entediado e ajoelhou-se como os padres do mosteiro. Sua testa encostou-se no chão e ele fechou os olhos. 

Deus, eu não sei se você pode escutar Leonhardt Sephalla, mas espero que sim. É minha primeira vez rezando para ti e peço-lhe que me permita sentir algo. Leonhardt Sephalla não cometeu nenhum crime grave para receber esta punição. Porém, se esta for de sua vontade… Leonhardt Sephalla preza pela sua misericórdia. 

Ele levantou-se com os olhos frios e cheio de ferocidade ao encarar a cruz dourada. Leonhardt Sephalla não compreendia muitas coisas, e isso porque ele não tinha a mínima vontade de descobrir. Ele não saberia dizer se havia algum problema em seu cérebro ou se ele tinha uma doença que o impedia de ter emoções. Mas ele definitivamente sabia que, se isso fosse vontade de Deus, então ele estava condenado. 

O que há de errado comigo? 

Mas por que tenho que sentir algo também? 

Leonhardt Sephalla é vazio.

Não há nada. 

Não sinto nada. 

Uma batida suave soou na porta, tirando Leonhardt Sephalla de seu tormento. Ele levantou-se, abriu a porta encontrando aquele velho padre no corredor vazio do mosteiro.  

O padre estendeu uma bandeja e disse: "No mosteiro não temos gula, comemos poucas coisas, mas eu consegui doces e vinhos para vocês." 

Leonhardt Sephalla não expressou agradecimento em seu semblante por não senti-lo e ele também não fingiu. Ele apenas agradeceu e o padre estendeu a bandeja cheia de comida para ele. 

O cenho do padre franziu-se ao notar que o quarto estava vazio e ele perguntou: "Onde está o seu pai?" 

"Saiu para entregar uma carta." Leonhardt Sephalla respondeu. 

Não tenho sentimentos, mas tenho muita fome. 

Ele sentou-se na mesa e comeu alguns pães macios recheados com carne apimentada. O padre ficou com receio por um tempo e depois sentou-se ao lado dele, perguntando: "Você leu?" 

"Não." Leonhardt Sephalla não mentiu para agradá-lo, "Eu não tenho interesse e apenas rezei para Deus." 

"Compreendo." O padre disse estendendo a sua mão para pegar um pão também, "Terá tempo para você adquirir interesse. Acontecerá uma missa no domingo de manhã, não tem interesse em assistir?" 

Leonhardt Sephalla não tinha interesse em assistir e o padre pareceu perceber isso. O padre disse antes que ele pudesse negar: "Há muitas crianças parecidas com você na missa, você pode tentar conversar com elas e pedir por ajuda. Quem sabe você não encontra alguém que conseguiu driblar o problemas de vocês?" 

"Não acho que uma criança tenha estruturas para se livrar de algo tão sério e perturbador." Leonhardt Sephalla disse, tentando fugir da missa. 

"Uma criança se desenvolve rapidamente, vocês estão sempre fazendo coisas surpreendentes." O padre disse. 

"Tudo bem, eu irei." Leonhardt Sephalla disse. 

O padre sorriu e acariciou as costas da mão de Leonhardt Sephalla, dizendo: "Vamos te ajudar, eu prometo." 

Leonhardt Sephalla ficou em silêncio. 

"O que você está fazendo aqui?" Uma voz de homem perguntou sem modos. 

O padre levantou-se rapidamente sobressaltado e viu Shephalla aproximar-se e sentar-se ao lado do garoto. Leonhardt Sephalla respondeu por ele, sem compreender o nervosismo do padre: "Ele veio entregar a comida, pai." 

"Oh, isso." Shephalla sorriu e encarou a bandeja farta de comida. Suas sobrancelhas franziram-se e ele perguntou: "Uau, este é o tipo de jantar que o mosteiro oferece? Eu podia jurar que vocês viviam à base de água e pão." 

"Pai, isso é um pouco rude. Apenas agradeça." Leonhardt Sephalla estendeu a mão e puxou a orelha de Shephalla ao sussurrar, para que o padre não pudesse escutar as suas palavras. 

Shephalla, nervosamente, se afastou e disse ao padre: "Muito obrigado, padre." 

O padre sorriu educadamente e virou-se ao dizer que era o horário de dormir. Os lábios de Shephalla se contorceram com a partida do padre e ele virou-se para Leonhardt Sephalla, dizendo: "Eu não gosto de padres." 

"É notável." Leonhardt Sephalla ignorou o surto de seu pai e perguntou: "Conseguiu encontrar um pombo para enviar a carta?" 

"Consegui." Shephalla respondeu pegando um pão para engolir, sim, engolir. Ele nem ao menos mastigou o pão por conta da fome e pegou um cálice de vinho para tomar. "Se a resposta não chegar em sete dias, eu irei para a Ilha de Reiwa ver o que aconteceu." 

Leonhardt Sephalla não se importou com isso e deu de ombros, "Talvez Bjorn esteja ocupado." 

"Com o quê?" Shephalla perguntou indignado e bebeu dois cálices de vinho em um piscar de olhos, "Ele não faz nada da vida." 

Leonhardt Sephalla não queria conversar mais e foi se deitar. Shephalla ficou bebendo até o sol raiar e, ao amanhecer, dormiu profundamente com um bebê. Leonhardt Sephalla passou os seus dias no mosteiro e quando chegou domingo, o padre veio buscá-lo de manhã para a missa. 

O padre parecia de bom humor e disse: "Antes de entrar na missa, há um ritual. Você precisa limpar-se para entrar na igreja." 

Leonhardt Sephalla não se importou com isso e desviou o seu caminho para ir até um cômodo pequeno do mosteiro. Ele removeu as suas roupas e, com a ajuda do padre, se limpou. Um balde de madeira foi despejado em cima de sua cabeça e ele sentou-se em um banco para se esfregar com sabão e água gelada. 

Uma coisa que ele estranhou, foi o fato do padre ter o ajudado nesta parte. 








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