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Capítulo 3

Volume 1 

     Capítulo 3: Ajoelhar-se e Implorar 

Veio a vociferar o provável título artístico do jovem Ah-Shen, um jovem sem resquícios de ter educação alguma. Ele portava um perfil pomposo, que patenteava sua ignorância pelo gesto superior, quando estendera sua xícara em meio a multidão, mostrando um sorriso muito esplendoroso ao “Mestre do Chá” e dizendo-lhe:  

– Sirva-me mais chá também, Ah-Shen. 

A voz dele soou de forma muito agradável a todos os clientes sentados no salão. 

Shen Shining franziu o cenho profundamente indo até ele, que aparentava ser um jovem mestre mimado de família rica, entre doze ou treze anos que fantasiava alta demais, já que sobre a pequena mesa cor de carvalho, continha sua espada de lâmina afiada e fria.

A xícara estendida fora preenchida até a borda com líquido quente, e a fumaça fumegante que chegou a acalentar o rosto deles dois, denunciou em como o chá estava indescritivelmente doce apenas pela fragrância. 

– Oh, o Mestre do Chá parece não ter seguido o conselho da nossa última conversa. Colocar muitos cubos de açúcar no chá irá deixá-lo assim; péssimo para o consumo. – disse o jovem de lábios venenos. – Está uma porcaria. 

– O que disse? – Shen Shining respirou fundo, com as feições delicadas ficando distorcidas. – Devo ter entendido errado… 

– Tenho certeza que você compreendeu muito bem. – O jovem mestre mimado levantou-se e, novamente, todos que estavam no salão olharam para a cena com grandes olhos curiosos, aguardando outro grande espetáculo. – Como sempre, o chá que a “Chacota do Chá” faz, está uma porcaria. 

– Céus, você é o único que está achando ruim. Ele não reclamou de nada! – Shen Shining apontara para o jovem circunspecto que acabara de conhecer na floresta. 

Ele permanecia em completo silêncio no fundo do salão, ainda olhando a paisagem vitrine afora, calmo como se nada estivesse acontecendo ao seu redor. 

Assim que o famoso Mestre do Chá, agora indignado pela crítica sem fundamentos, apontara o dedo para aquele desconhecido formidável, o jovem mestre mimado, que vestia túnica amarela, sentou-se como uma jovem dama, bebericando seu chá ruim com folhas queimadas.

– Bah. – murmurou. – Estou apenas brincando. Por que envolver outras pessoas na nossa conversa, Ah-Shen? 

Estarrecido, Shen Shining arqueou as sobrancelhas ralas sem compreender o porquê daquela reação tão exagerada, porém, sentiu-se gracioso no momento seguinte por saber que havia conseguido amedrontar aquele jovem mimado. As curvas maldosas de seus lábios se curvaram para cima; ele sorriu perante o poder do Mestre do Chá. Não obstante, o poder da vitória não durou muito, pois o ancião aparecera no campo de visão dele, fazendo sinais frenéticos para que o acompanhasse até uma sala afastada do salão.

– Você compreende o que fez? – O ancião fechara a porta da sala assim que Shen Shining passara pela soleira com os pés tensos. – Estamos em perigo por sua culpa! 

– Eu não fiz nada, acredite em mim. – Shen Shining entrou em desespero. – Foi aquele menino que começou tudo… 

 – Você trouxe o lobo faminto diretamente para a toca! – O ancião o interrompeu em sussurros lamentáveis. 

– Puxa, eu fiz isso? – Shen Shining não compreendeu o ditado, tampouco fez menção de querer também. Afinal, quando ele começaria a apanhar do ancião? 

– Chu Jiang disse que você trouxe a besta maligna que quer matar Shen Feng! – alardeou o ancião. – Ela comentou que um artista marcial, carregando seu embrulho nas costas, um dia apareceria procurando pelo meu filho mais velho. Não há como derrotá-lo. Aquela maldita vidente até mesmo disse que Na-Yiongli poderá perder a vida por causa das artimanhas da besta! 

– O quê? Não estou compreendendo.  

– Eu irei até Chang'an avisar para seu irmão mais velho sobre a vinda deste bastardo, e você tente atrasá-lo o máximo que puder. – O ancião agarrou os próprios fios de cabelo. – Se você falhar nisso, quem morrerá será você! 

– Espere! Eu realmente não estou compreendendo nada! – Shen Shining ficara ainda mais desesperado quando vira o ancião pegar duas malas dentro de um armário próximo, e ir em direção a porta em passos rápidos. – Está insinuando que o Lobo-guará é aquele jovem bonito de cabelos longos que eu trouxe? Ele irá matar todos nós?  

– Irá. – Lhe fora respondido seriamente. – Ah-Shen, você deve atrasá-lo agora. Não permita que a besta maligna chegue em Chang'an antes de mim. Atrase da forma que achar melhor! Tente envenená-lo ou assassiná-lo, você escolhe o método! Falhe miseravelmente, e eu juro que o matarei com minhas próprias mãos! 

Shen Shining empalidecera visivelmente. 

– E não tente nenhuma artimanha, bastardo. Pedirei que Chu Jiang lhe ajude com o trabalho no chalé. 

Sem mais delongas, o ancião atravessou a soleira da porta soltando fogo pelas orelhas que possuíam e partiu rapidamente, desbaratinando o novo homem transmigrado que ganhou outra missão, dada por aquele mundo injusto.

– Que maldição! – vociferou retornando para o salão. 

Varrendo o local com olhadas furtivas e rápidas, fora possível perceber que aquele jovem circunspecto já não estava sentado em seu respectivo lugar. 

– Mestre do Chá, não adianta olhar para todos os lados. Claramente, a pessoa que você procura já não se encontra mais aqui. 

Uma voz feminina fez Shen Shining olhar cautelosamente para trás. 

– Aquele jovem acabou de sair. Por que você não vai atrás dele? Eu posso cuidar de seu chalé novamente. Não se preocupe com isso. – Chu Jiang sorriu ao ver o suposto Mestre do Chá soltar suspiros de alívio. – Eu não pedirei nada em troca, já que o ancião me pediu para ajudá-lo. 

– Agradeço de verdade por isso, senhorita! Irei fazer questão de lhe ajudar sempre que precisar. Agora, poderia me apontar o caminho que o jovem seguiu? 

– Ele foi para o Centro Humanoide, Chang'an. 

A expressão de Shen Shining se contorcera com o dito. Centro Humanoide? Certo, mas em que direção ficava esse tal centro?

– Apenas vá para fora logo! – Chu Jiang levantou o tom de voz. – Você será capaz de achá-lo. 

O “Mestre do Chá” ficara notavelmente surpreso com a impaciência daquele mulher de orelhas pontudas. Fazendo vista grossa sobre isso, saiu correndo o mais rápido que pôde do chalé, conseguindo ver de relance, o fragmento de um manto azul marinho sumindo atrás dos eucaliptos prósperos. Ele fungou diversas vezes, correndo em direção a floresta, em busca de encontrar a besta maligna como se sua vida dependesse disso, porque de fato dependia. Bah, seria preciso agarrar as coxas do jovem e prendê-lo. Se Chang'an fosse próxima, seria necessário segurá-las por vinte ou trinta minutos no máximo. 

Não seria algo tão difícil.

– Aiya, onde ele está? 

Correndo pela aquela densa floresta, que aparentava ser mal assombrada por conta da névoa que pairava sobre o solo seco de coloração acinzentada e, devido ao céu nublado, Shen Shining ficou tão assustado que teve a ilusão de seus pulmões estarem prestes a colapsarem. Oh, ele estava pronto para morrer pela segunda vez, até que uma voz barítona pareceu ecoar por sua mente. 

– Procurando por alguém? 

A voz, naquele clima temporal, fez com que todos os pelos de Shen Shining se eriçassem. 

– O Mestre do Chá não pagou a dívida que tem com você. – Conseguiu agir rapidamente, e começou a atuar quando avistara a besta. Os olhos escuros dele estavam cerrados e as sobrancelhas profundamente franzidas; como se não compreendesse sobre o que o Mestre do Chá falava, arqueou-as. – Obrigado por me ajudar a recuperar os taéis de prata. Se não fosse por você, eu teria apanhado até virar do avesso! 

– Como pretende pagar essa dívida? – perguntou-lhe rispidamente.  

Shen Shining engoliu em seco. 

Na verdade, a única coisa que estava no plano dele era: correr pela floresta, não encontrar a besta maligna e, por fim, retornar para o chalé e chorar em posição fetal. Caso o jovem fosse encontrado, Shen Shining iria atacá-lo ou prendê-lo até o ancião retornar de Chang'an, dizendo que Shen Feng havia fugido para as montanhas. Agora ele precisava apenas de uma oportunidade para apertar o pescoço do jovem e deixá-lo inconsciente! 

– Posso servir você. – disse, perdendo toda sua dignidade. 

– Não preciso de um servo. – Lhe fora respondido.

– Posso ser o seu companheiro de viagem. – tornou a falar, apertando as mãos atrás de suas costas com nervosismo. 

– Não preciso disso também. – O jovem ameaçou partir. 

Shen Shining não o conhecia, não sabia quais eram suas ambições ou desejos, e era óbvio que não tinha nenhuma noção de como barganhar com pessoas desconhecidas e tentou o penúltimo recurso que possuía: 

– Posso fazer chá para você! Eu sou muito bom nisso. 

– … Eu não preciso de alguém para fazer chá também.

– Então… 

Ele havia vivido uma vida inteira tentando ser alguém de atitudes nobres, então nessa nova vida, não iria se importar em ajoelhar-se e implorar. E fora o que fez, ajoelhou-se perante o jovem e implorou fingindo lágrimas; não todas, depois de tanto apanhar, o corpo que possuía estava doendo cada parte, por isso fora fácil manchar os olhos claros com lágrimas quentes. 

– O Mestre do Chá tem um passado obscuro. Ele apanha frequentemente, vinte quatro horas por dia, desde que saiu do útero de sua mãe. O chalé onde vivo me traz más recordações, preciso fugir disso e me libertar das correntes que entrelaçam meus pobres braços finos cheios de hematomas. Me ajude, jovem aventureiro. Sinto coragem suficiente para fugir após conhecê-lo! 

O homem transmigrado tinha qualidades; era um ótimo ator, mas as palavras dele não foram capazes de fazer a expressão fria do jovem ser abalada por tanta tristeza fatídica; ou, clara humilhação. 

– O mundo é um lugar assustador, mas eu prometo lhe acompanhar por pouco tempo, até encontrar um vilarejo tranquilo que possa atender às minhas altas expectativas. Eu lhe prometo. 

O jovem não proferiu nenhuma palavra, ou mostrou concordar com aquilo; parecia estar enojado com as lágrimas e a encenação triste. Apenas virou-se e começou a caminhar, mas Shen Shining entendeu que aquilo significava um “Sim, pode me acompanhar já que você é alguém tão lamentável e depressivo” quando percebeu que o jovem andava em passos lentos, para que a pessoa atrás dele pudesse acompanhá-lo. 

Oh, isso de certa forma não acabou sendo muito fácil? Haha, basta humilhar-se um pouquinho e pronto! 

[...]

O vento ainda aflava através daquela montanha povoada por diversas pessoas humildes, tranquilamente desta vez. A brisa, só agora, estava fria, fazendo o Mestre do Chá tremer até os ossos. O céu acima da cabeça dele encontrava-se parcialmente escuro, deixando os últimos vestígios do crepúsculo marcar o fio entre o dia e a noite, que estava prestes a começar na longa estrada da vida. De certa forma, o âmbito rural era encantador, mesmo o desesperado Shen Shining conseguia apreciá-lo. 

O jovem andarilhava na frente. Observando de relance em como caminhada dele parecia ser meticulosamente calculada, e em como os passos eram tranquilos, Shen Shining percebera que ele estava aproveitando aquele tempo climático, deixando o vento gélido sacudir os fios finos de seu longo cabelo, e muito admirado pelo outro que encontrava-se atrás de si em absoluta mudez. 

A sensibilidade pareceu desaparecer do corpo dele e fora preciso abraçar a si próprio quando o manto e a túnica verde-clara já não estavam conseguindo manter mais a temperatura acalentando o corpo cheio de contusões. 

Não era preciso dizer que a visão era bastante lamentável… 

Como os dois jovens já estavam andando sem descanso o tempo que levava para queimar um incenso, cerca de vinte ou trinta minutos, Shen Shining já sentia incômodo pelos pés estarem dormentes. As bochechas salientes já estavam ganhando um aspecto avermelhado, por conta do esforço físico, e ele bufava desgostoso a cada passo dado. Estava fatigado, sem forças para continuar, diferente do jovem à frente.  

Tendo aquele porte exuberante e forte, nada de bochechas vermelhas e sim brancas como a neve, parecendo um jade frio, bem frio, ele poderia ser considerado um rei cigano? 

Shen Shining deveria perguntar? 

– Jovem bes… – Não pôde segurar a própria língua. – Jovem civilizado, como devo me referir a você?

Os passos do jovem cessaram como se uma parede sólida tivesse aparecido de repente diante dele; talvez não estivesse esperando que aquele tolo perguntasse seu nome? Ele não virou-se para trás, tampouco respondeu ao questionamento simples. Shen Shining se arrependera amargamente de ter tomado a iniciativa de iniciar uma conversa e colocou um dos pés em recuo, pronto para virar-se e sair correndo, quando a voz monocórdica do jovem soou baixa, chamando atenção: 

– Yin Chang. – Pacientemente anunciara. – Me chame assim. 

– Oh, Yin Chang. – Shen Shining veementemente aquiesceu sua cabeça, estando mais calmo. – Yin, Yin… Yin Chang?! 

Ele estava se perguntando o porquê de todos no salão do chalé terem ficado quietos com a chegada daquele jovem, ou o porquê do ancião ter ficado pálido quando vira o semblante inexpressivo dele. Acontece que, o homem transmigrado não havia encontrado ninguém mais, ninguém menos, que o protagonista daquele livro sobre harém e lutas marciais, que aparecera misteriosamente na área de trabalho do notebook! 

SHEN SHINING HAVIA SIDO TELETRANSPORTADO PARA DENTRO DO LIVRO GUERRILHA DE ZHOU! 

Puxa vida, poderia ter sido tantos outros livros, tantas outras obras literárias e libertinas. Mas não, a alma errante dele acabou sendo teletransportada para um livro de enredo tão miserável, que só fez sucesso pelos muitos capítulos de conteúdo sexual entre o protagonista e seu harém de belas duzentas mulheres; ele tinha certeza que era por causa disso.

Hodiernamente, estava definhando por conta dos pensamentos quando cambaleou para trás, quase desmaiando por causa da situação estrovenga e lamentável. 

– O que está acontecendo com o Mestre do Chá? – perscrutou o jovem, não mostrando nenhum esboço de preocupação, mas sim incômodo no semblante. 

Shen Shining estava estarrecido. Sentiu calafrios na espinha por achar que estava louco o suficiente para se auto internar no primeiro manicômio que achasse ou se jogar da primeira ponte que aparecesse em seu caminho. É claro que a expressão atual dele também não era muito boa. Na verdade, era horrorosa, como se estivesse chupando vários limões ao mesmo tempo. 

– Nada, nada. – respondeu, estando exausto fisicamente e mentalmente. – Devemos continuar. Aliás, para onde estamos indo mesmo? 

– Para Chang'an. – disse Yin Chang. – Como está escurecendo, teremos que interceptar nossa marcha. Continuarmos amanhã. 

– Mas onde iremos descansar? 

– Há um pequeno templo por essas redondezas, iremos descansar lá. 

O tolo regozijou-se além da medida com a notícia e não pôde evitar sorrir, mesmo que fosse um sorriso contendo desespero. 

Assim que chegaram no sopé daquela montanha povoada por muitas pessoas humildes, o pequeno templo comentado já pudera ser avistado pelos dois jovens. Composto por quatro andares com múltiplos beirais verde-capim curvados para cima, e três grandes pátios, sem nenhum meio de iluminação, o templo estava longe de ser considerado um lugar agradável para descanso. 

Na penumbra daquela noite, em total escuridão, Shen Shining sentira que ali seria o local em que iria perecer pela segunda vez. E ser assassinado ou possuído por algum fantasma ali, estava longe de ser uma morte mais honrada do que comer alimento envenenado. Mas como o protagonista avançara em direção às portas do templo sem hesitar, só restava a opção segui-lo. 

Se o edifício era assustadoramente fúnebre por fora, o interior provou-se ser muito pior. Estava tão escuro lá dentro que, caso você colocasse as mãos em frente aos olhos, não seria possível vê-las. Isso estava assustando Shen Shining até a morte! 

– Existem fantasmas nesse mundo? – perguntou, estando rente às costas do protagonista. 

– Sim. – respondeu ele, não indicando nenhum tom brincalhão. 

Shen Shining resolveu não dizer mais nada para descontrair o hodierno momento e seguiu o protagonista até o segundo andar do templo. Graças a Buda, sem ser atacado por fantasmas ou demônios! O segundo andar possuía grandes janelas abertas e, através delas, o brilho prateado do luar adentrava no salão de oração, clareando um pouco do antigo ambiente sagrado. 

Por sorte, havia um colchão gasto no chão empoeirado! 

– Talvez o Mestre do Chá não consiga descansar nesse tipo de lugar, apenas… – Yin Chang falava e, quando vira que o tolo já estava sentado no colchão gasto, calou-se. 

– Não precisa preocupar-se com isso. – Shen Shining deu de ombros ao sorrir. – Onde me deito agora, não é muito diferente do meu antigo quarto. A diferença é que não há ratos morando aqui. 

– … 

O protagonista franziu o cenho modestamente; talvez estivesse pensando em como a vida do Mestre do Chá era lamentável no chalé, sem imaginar que, na verdade, o falso Mestre do Chá estava referindo-se ao quarto universitário que dividia com Li Yan, outro leitor troll. 

Yin Chang resolveu ignorar a presença do outro e começou a andar pelo salão de oração, em busca de uma velha lamparina e, após conseguir encontrar uma de ferro jogada de escanteio no chão de madeira, acendeu-a com dois Talismãs Elementais, idênticos àqueles que secou as roupas de Shen Shining. Apenas o símbolo de cinábrio no papel arroz havia mudado. Depois disso, ele sentou-se na contra-verga de uma das janelas, olhando atentamente para fora. 

– Você não irá dormir? – Shen Shining, sem mais medo do jovem ao descobrir que ele era o protagonista da história, havia questionado-o, já estando deitado no colchão, totalmente vestido para descansar por toda a noite. 

– Irei observar os arredores. Você pode dormir primeiro… – Yin Chang cessou sua fala quando vira o Mestre do Chá retirar seu manto para usá-lo de coberta. 

– Certo. – disse o tal, já fechando os olhos para que pudesse dormir. 

Depois disso, não houve mais nenhum ruído por parte dele, como se realmente tivesse perdido a consciência em dez segundos. Todavia, o homem transmigrado estava definhando por dentro, um turbilhão de sentimentos e pensamentos fazendo-o sentir falta de ar. Mentalmente cansado, agonizando, naquele novo mundo. 

Patético. 

Shen Shining desejava que, quando abrisse os olhos, acordasse de volta em seu mundo científico e tecnológico. 

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