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TEXTOS MÓRBIDOS DEMAIS PARA TEREM NOMES

Eu busquei um pontinho de luz, tateando pela escuridão. Almejava calor intenso, mas estremeci pela sua falta. Eu gritei o quanto pude, e ansiosamente aguardei a resposta do eco, que tardou a chegar. Tropecei mil vezes antes do último buraco. Vaguei descalço, até aprender a voar. Menti para mim mesmo, enquanto aguardava a verdade chegar. Passei por metamorfoses, fui muitas versões de mim, até não saber mais que eu sou. Cheguei no fim desse mundo, e sem opções, voltei ao início de tudo.

– Noah Souza.

Sangrei as mágoas em um mar vermelho, me afoguei nas palavras 
que não disse. Costurei os pedaços de mim que caíram, mas eles temem em se desprender e desmoronar novamente, quem me dera não fossem as partes mais importantes. Só queria ser inteiro, mas perco um pouco mais de mim à cada queda, e não sei até quando irá sobrar algo pela qual valha a pena lutar. Meu peito dói quase o tempo todo, preenchi meu vazio com pílulas, mas elas dissolvem rápido demais. Talvez minha alma não caiba nesse corpo frágil, talvez eu devesse deixar ela ir. Onde quer que eu olhe, o que quer que eu toque, com quem quer que eu esteja, sinto que não pertenço a nada e não me encaixo em lugar algum. Sou apenas um fugitivo num mundo sem saídas. Mesmo que me digam que a resposta está dentro de mim, eu lhes asseguro que aqui dentro não há nada. 


— Noah Souza 

Você me fez acreditar que eu podia voar, me convenceu que não  precisava de oxigênio, que seu amor era tudo pra mim. Cultivei flores nas crateras da lua, dancei nas nuvens antes da tempestade começar, me despi da minha essência para te agradar, fiz tudo por você, tudo para depois você me largar. Moldei meu coração de barro e me refiz todos os dias, você o quebrava sempre que queria, mas recolhia os cacos como se fosse o bastante para me ajudar. Até que incendiei meus jardins, passei a dançar com relâmpagos, arranquei as asas das minhas borboletas e amaldiçoei estrelas cadentes.

– Noah Souza

Estou perdido em histórias das quais não pertenço, vestindo máscaras que me servem como rostos. Distribui meus pedaços pelos becos, me dei aos viciados em abstinência. Cultivei santidade, mas o paraíso não me pertence, sou profano e o inferno aqui dentro é reluzente. Mutilei minha pele para curar meu coração, e agora ambos estão doendo. Sou um compilado de tragédias, boas histórias e doces pecados. Há um reflexo meu em cada rachadura desse universo de cristal.

– Noah Souza.



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