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CAPÍTULO 1 - A UTOPIA

Primeiro arco de quatro - O Lendário Viking de Reiwa e o General Guts se encontram! 
   
           Capítulo 1: A Utopia 
   
       Ao todo, o mundo apresentado agora, é controlado por diversos deuses diferentes, onde a Península Balcânica, Escandinava, Dapeng, Somali, Itapagipe e Ibérica são as superpotências. 

A Ilha de Reiwa fora criada por Odin após a Guerra dos Gigantes. O velho homem, de barba longa e branca, era apaixonado por magia e tecnologia. Então ele, com grande engenhosidade, criou o seu povo para habitar na ilha. Esse povo fora chamado de "Navegantes'' no começo e depois fora chamado de "Vikings de Reiwa", pois amavam construir navios de guerras e navegar pelo mar. Embora digam que a navegação fosse impossível naquela época, Odin abençoou o seu povo com um combustível misterioso e com bússolas. Ele queria que seu povo não fosse dependente dele, e deu conhecimento para os navegantes. As valquírias desceram do céu, cavalgando em corcéis em uma noite. Elas eram guerreiras inteligentes que alimentaram os navegantes com conhecimento. Então, os navegantes criaram motores de barcos, navios voadores e milfridris; embarcações especializadas e adeptas para explorar o fundo do mar. 

Depois, a Era Navegante acabou, e os Vikings de Reiwa nomearam o combustível dado por Odin de IRIS, e suas máquinas funcionavam com ela. 

Odin não poderia ficar cuidando da Ilha de Reiwa para sempre, então, entre os navegantes, Odin escolheu um nobre guerreiro para comandar a Ilha de Reiwa. E assim, nasceu o primeiro Lendário Viking de Reiwa. 

O território de Odin ficou conhecido como a Península Escandinava. 

Havia também a Península Balcânica, onde Zeus governava esplendorosamente, mas residia apenas na Grécia. Ele tinha muitos filhos, e cada um ficou designado a cuidar de uma cidade. Ártemis cuidava de Éfeso — cuidava entre aspas. Hermes cuidava de Peloponeso, lugar onde há muito tempo atrás havia abandonado as várias novilhas de seu irmão Apolo. Ilítia, a deusa parteira, cuidava de Delos, lugar onde havia feito o parto de Leto e deleitava-se em tristeza por causa das lembranças. Apolo, o Iluminado, chegou a cuidar de Piéria, mas acabou se envolvendo com a rebeldia e fugiu da Península Balcânica antes da Guerra dos Gigantes. A deusa Atena cuidava dos atenienses em sua morada principal, Atenas. Os helenos e os atenienses eram inteligentes e intelectuais. Tinha um grande talento para fazer escultura. Zeus orgulhava-se de sua criação. Ele olhou para Odin com um olhar cheio de orgulho, glorificando-se. 

No começo, os deuses conviviam separadamente, cada um tinha um território para si, onde a criação de cada um vivia isolada das outras. Mas houve uma época em que, um ateniense e um navegante, se encontraram. Esses dois homens não sabiam da existência de outro povo, e também não sabiam que existiam outros deuses. Os dois homens descobriram o maior segredo de seus criadores, espalharam as notícias e foram contra os deuses. Odin e Zeus não puderam mais conter a fúria de seus povos e, pacientemente, mataram aqueles dois homens. 

Mas eles já haviam feito um grande feito, o povo se revoltou e Odin e Zeus só puderam aceitar a unificação de seus povos quando Ártemis, a filha preferida de Zeus, revelou a identidade dos dois homens mortos covardemente. 

Enquanto isso, na Península Ibérica não havia nada, mas, de repente, em sete dias tudo ali fora criado rapidamente; a vegetação, as nascentes, os reinados, as igrejas e santuários. O deus dali era um pouco misterioso, se estabeleceu no céu, e declarou uma rainha para liderar o povo dele, conhecidos como espanhóis, portugueses e franceses. A rainha chamada Guilhermina era imortal e, particularmente, era apaixonada pela cultura dos atenienses. Ela era incontrolável, sempre estava viajando para Atena, que estabeleceu um líder chamado César Primeiro de Atenas para comandá-los depois da Guerra dos Gigantes.  

Na Península Somali, a deusa Rá governava junto com os seus filhos, netos e tataranetos. Enquanto ela aproveitava o Cairo, seus descendentes cobriam a vasta área de areia junto com os faraós e nativos. Milhares de anos depois, a deusa Rá, junto com os seus filhos, cuidaram do povo que se estabeleceu perto do Rio Nilo. Esse povo recebeu o nome de egípcios. Eles eram absurdamente inteligentes, íntegros, e tinham uma obsessão por limpeza. A deusa Rá riu ao olhar o rosto de Odin e Zeus, debochando por sua criação ser a melhor, pois limpeza era a coisa mais importante para ela. Se o seu povo seguisse os padrões cheirosos dela, então ela havia ganhado a disputa! 

O mundo estava relativamente tranquilo. 

Mas então… um deus menor apareceu!  

Um deus menor não tinha península, tinha apenas um local proporcionalmente pequeno para criar o seu povo. 

Na Gália, Danu, a deusa mãe criou o povo druida, que tinha uma beleza absurda e conhecimento abundante. Eles não aceitavam escrever os seus ensinamentos em papiros ou pedras, eles armazenavam o seu conhecimento em suas mentes e, após a morte, seus familiares decapitavam as suas cabeças e as guardavam, acreditando que assim, estariam preservando suas almas e inteligência. Danu, a deusa mãe, deu um sorriso sedutor para a deusa Rá, embora seu povo não fosse higiênico, era bem mais inteligente, até mesmo mais poderoso, pois, os druidas eram anciões, feiticeiros e bruxos. 

Olhe o que uma deusa sem península pode fazer! 

Então, as duas deusas resolveram fazer uma competição entre elas. Colocaram um egípcio e um druida para conversarem e guerrearem. Ambos, os dois homens, se negaram a fazer isso. Foram contra as deusas. Mas dessa vez, nenhum deles foi morto por suas superiores. As duas deusas sorriram e, com pensamentos ocultos, fizeram uma aliança, tirando a conclusão de que os egípcios e os druidas eram inteligentes e corajosos, e isso tudo por causa daquela dois homens bravos. Mas não apenas isso, elas absolutamente não podiam matá-los por causa do ocultismo que os rodeavam. 

As peças. 

Enquanto isso, na Península Ibérica, exclusivamente na Gália, nasceu uma das portas para a famosa Rota da Seda. Os povos dos outros deuses passavam ali para que pudessem chegar ao Mundo Novo, que ficava na Península de Dapeng; um território milenar que produzia roupas baratas e comidas mais baratas ainda. 

Na Península de Dapeng, o Mundo Novo era imensamente grande! 

Embora o povo dali fosse insuportavelmente chato, ficasse censurado as pessoas e fossem reservadas demais, o deus deles era completamente o oposto deles. Pan Ku era incrivelmente extrovertido, odiava o seu povo e não estava nem aí para nada depois que o seu precioso filho tirou a própria vida. Não demorou muito para que ele surtasse e deixasse a sua península ser tomada por um imperador. Deploravelmente, ele foi morar na Península Balcânica, e na época os deuses ainda eram inimigos. 

Na Península de Itapagipe havia muitos nativos que tomavam banhos todos os dias nos rios, e o deus deles apenas regozijou-se por ter até mesmo vencido os egípcios no quesito de limpeza. Ele era Tupã, o deus do trovão. Ele não tinha muita paciência, muito menos com Pan Ku, e era reservado até mesmo com o seu próprio povo, onde ocasionalmente via os nativos. 

O mundo estava relativamente tranquilo depois que os deuses se uniram e formaram o Conselho dos Deuses. Discutindo sobre as peças que Apolo havia feito para armazenar os elementos da alma de Thor, um deus de semblante bonito acabou se entediando com isso e, concentradamente, fechou os seus olhos na reunião e foi assistir a situação de alguns companheiros. 

Atualmente, Atenas já estava em seu César Oitavo.   

E a Ilha de Reiwa estava nomeando o seu sétimo Lendário Viking de Reiwa. 

O novo comandante dos navegantes acabara de receber a fita antiga de seu ancestral, indicando que ele era o novo comandante da Ilha de Reiwa. Uma fita de couro fina e marrom, emaranhada de belos e majestosos desenhos brancos, que fora amarrada sobre a sua testa, destacando os fios volumosos do seu cabelo curto e loiro. 

O semblante do novo comandante era sombrio, e suas sobrancelhas em formato de espadas relaxadas o deixava com um rosto jovial e absurdamente bonito. Ele estava ajoelhado, recebendo o título de Lendário Viking de Reiwa. Os seus olhos escuros mostraram um breve lampejo de raiva e ódio, que sumiram em segundos, como uma garoa de verão sobre o mar de águas turvas. 

O novo comandante se chamava Thorfill, e agora ele fora nomeado o Lendário Viking de Reiwa, após a morte de seu pai, que era o sexto e antigo lendário. 

Ele tinha apenas dezesseis anos e se sentia incompreendido. 

Porque ele era um navegante, mas o mar parecia estar muito distante dele agora. 

Seu pai se chamava Enon, e às vezes ele era muito ignorante e maldoso. Sempre buscava qualquer motivo para roubar, saquear, abusar e matar por aí enquanto navegava. Mas quando Enon se tornou o Lendário Viking de Reiwa, ele fora obrigado a permanecer na ilha; inconformado com isso, a sua liderança era brutal, até mesmo com o seu próprio povo, descontando toda a sua frustração sobre eles. 

Thorfill se curvou estando ajoelhado, colando a sua testa no chão e, respeitosamente, enviou seus agradecimentos às almas dos antigos Lendários Vikings de Reiwa, já mortos em combate enquanto o sangue de Enon fora derramado pelo próprio primogênito. 

"Eu, Thorfill, filho de Enon, pagarei pelas dívidas e pecados de meu pai. Para que a alma do antigo lendário possa descansar." Disse Thorfill, seu tom de voz era frio como uma nascente congelante. 

"Para que a alma do antigo lendário possa descansar!" Em um coro, os Vikings de Reiwa vociferavam juntos, batendo fortemente em seus capacetes de ferros três vezes, fazendo um barulho que poderia alcançar o céu acima de suas cabeças. 

Odin observou esse jovem em silêncio enquanto fugia do Conselho dos Deuses, imaginando que a sua ilha estava caminhando para um caminho sombrio nas mãos daquele garoto. Odin riu, era tão interessante, principalmente aquele Lendário Viking de Reiwa. Com certeza, muito interessante, mas a tristeza tomou conta de seu peito, esmagando-o. 

Eles são corajosos, mas não os mesmos, pensara ele. 

Se passarra um tempo após Thorfill se tornar o Lendário Viking de Reiwa. 

Nestes quatro anos, não houve nada de interessante em ser o comandante de homens agressivos e navegantes. Thorfill sentiu que a vida adulta, que a sua mãe dizia ser um pesado, não era tão ruim, mas simplesmente e insuportavelmente entediante. Por todos esses anos, ele lidou só em limpar o nome de Enon, pagando dívidas ou se vingando de ilhas vizinhas que atacaram a sua ilha em busca de suprimentos. 

Odin sabia que Thorfill buscava o prazer na navegação, e estudava mapas em seu espaço pessoal — que era a sua cabine, procurando ilhas sem donos que pudessem ter riquezas a serem disputadas e encontradas. O garoto era um líder que fazia de tudo para fugir da Ilha de Reiwa. Odin não julgou, aquela ilha era insuportável! Ele assistia com olhos atentos a história de Thorfill, se perguntando ansiosamente: quando a alma gêmea dele chegará? 

Porque, assim que isso acontecesse, Zeus iria surtar! 

Atualmente, Thorfill e um pequeno grupo composto por Vikings de Reiwa, estavam navegando pela Península Balcânica, perto da morada de Zeus e do palácio de Cesarino, um imperador louco que era responsável pelas disputas em um coliseu que ficava em Éfeso, cidade famosa por ter uma grande catedral em homenagem a Ártemis. Antes, ele estava na Península Somali, fazendo uma visita no Cairo, caçando tesouros e saqueando-os com os Vikings de Reiwa. 

O mar tinha uma brisa suave e o cheiro marítimo era uma fragrância maviosa para ser inalada. O vento fazia as mechas do cabelo cor de mel e franja acertarem os olhos escuros de Thorfill. A fita sobre a sua testa estava desgastada pelo tempo, mas ele se negava a removê-la. Seu rosto se tornou mais maduro nos últimos anos, mas a juventude permanecia gratificante, principalmente em seus lábios macios de cores saudáveis. Seu nariz de dorso reto com pequenas sardas claras sobre ele, e olhos vibrantes e pretos. 

Ele era incrivelmente bonito. 

Todos os seus quatro irmãos pareciam uma réplica dele, e ele era o mais velho deles, embora não fosse tratado como tal. Um líder nem um pouco respeitável por seus vikings e família. 

Thorfill agora tinha quase vinte anos. Seu semblante era belíssimo, ao ponto de não conseguir desviar o olhar.

Ele era um homem simples e ainda não havia se casado. 

Thorfill era um homem que fantasiava em se casar com uma pessoa que não fosse um viking, de certa forma, as leis de Reiwa não permitiam isso. Estava bastante claro que ele teria que se casar com uma mulher viking e logo ter um herdeiro para comandar a Ilha de Reiwa, em um futuro não muito distante… 

Thorfill riu contra a brisa fresca do mar. 

Ele odiava aquela ilha. 

Seus olhos vagavam pelo horizonte claro, o céu estava azulado e com nuvens brancas sendo carregadas pelo vento frio. A água do mar se agitou, chamando a atenção de Thorfill. Seus olhos vagaram por ali e arregalaram-se ao ver uma cabeça grande flutuando pela água clara. A gigantesca cauda da baleia dançou em movimentos circulares e jogou água para cima. Thorfill se afastou da janela do navio rapidamente, que mostrava o belíssimo mar à frente. Ele estava prestes a se sentar em uma cadeira de madeira rústica quando alguém abriu bruscamente a porta da sua cabine pessoal. 

Lei número cinco dos Vikings de Reiwa: bata na porta de seu líder viking e peça permissão para entrar. 

"Mano!" Vociferou um viking de cabelos loiros assim que invadiu a cabine pessoal de Thorfill. 

Lei número sete dos Vikings de Reiwa: chame o líder viking por títulos respeitáveis.

Thorfill apenas sorriu, balançando a cabeça negativamente. Ele olhou para o grande viking em sua frente, perguntando: "Flony, o que aconteceu?" 

Flony era o seu terceiro irmão, e era o mais animado dos filhos de Enon. Ele era incontrolável e inconsciente. Resumindo, quando Thorfill estava sem paciência, esse viking era a última pessoa que ele queria ver. 

"Irmão! A filha do Imperador Wei lhe enviou uma proposta de casamento por um pergaminho!" O outro viking continuou a vociferar, correndo como uma andorinha ao redor de Thorfill.

Thorfill colocou o pé na frente de Flony e ele capotou para o chão, ficando mais calmo e jogando um pequeno pergaminho dourado para cima; que o ágil Thorfill pegou rapidamente. O pergaminho continha um brasão de jade vermelho, indicando que era realmente da família imperial Wei.  

"O que a filha do imperador iria querer com você?" Flony se levantou do chão. "O mundo inteiro tem consciência de que um Viking de Reiwa pode apenas ter relações com um Viking de Reiwa! Por que esses pedidos de casamento não param de chegar?" 

Isso era um pouco óbvio. 

Ultimamente, Thorfill recebia muitos pedidos de casamentos de várias mulheres que pertenciam à realeza de vários países diferentes. 

"IRIS é a resposta." Disse Thorfill, que limpou a garganta logo em seguida e, guardando o pergaminho em uma gaveta qualquer, sorriu. 

Flony enrugou as suas sobrancelhas. "IRIS? O que o imperador do Novo Mundo quer com o nosso combustível? 

Thorfill deu de ombros. "Ele e o povo dele estão construindo navios voadores, precisam de nosso combustível para isso." 

"O Lendário Viking de Reiwa já fez um decreto, esclarecendo que não pode compartilhar nenhum litro de combustível. Pois, ele não é um recurso finito e ele é usado no dia a dia do povo de Reiwa." Disse Flony, com repúdio. 

IRIS era extraído do solo da Ilha de Reiwa. 

Desde o primeiro Lendário Viking de Reiwa, o combustível é usado pelos vikings para fazer os barcos navegarem em alta velocidade. Além disso, queimando o combustível, você poderia conseguir se aquecer, cozinhar comida, esquentar água, fazer armas, como: escudos, lança chamas, armaduras, bombas e lançadores de fogos. A Ilha de Reiwa existia há anos graças ao combustível! E Thorfill, estava absolutamente proibido de vender ou negociar esse suplemento de acordo com as leis de Reiwa. 

"Há também outro pergaminho que chegou." Flony não esperou pela resposta de Thorfill e retirou um pergaminho amassado de seu bolso. "Achei que era outra proposta de casamento e acabei amassando a pele de cordeiro, mas não parece ser o caso, já que o pergaminho pertence ao César Oitavo de Atenas. Como ele é um homem, deve ter algum outro motivo para ele ter lhe enviado este pergaminho." 

"Isso é um papiro, Flony." Disse Thorfill. 

Atenas e a Ilha de Reiwa não eram próximas em quesito de amizade, Vikings de Reiwa e atenienses nunca fizeram contato antes. Embora os Vikings de Reiwa tivessem navegado pelo mundo inteiro, Thorfill evitava aquele lugar, sem motivos aparentes para isso. 

Thorfill não disse mais nada. Suas mãos agarraram e abriram o papiro com bastante cuidado, retirando o brasão composto no rolo e o guardando logo em seguida. A letra no papiro amarelado era majestosa e graciosa, com curvas perfeitas e delicadas, não tinha excesso de tinta negra; o que deixou a escrita exuberante. Em um nórtico perfeito, o que estava escrito na carta deixou Thorfill irritado. 

   “Caro Lendário Viking de Reiwa, aqui é o César Oitavo, o rei de Atenas e este não é um pedido de casamento! Eu sou fiel à minha falecida esposa e tenho apenas um filho, mas se você tiver interesse em homens, estou propício a entregá-lo à você.”

Thorfill franziu o cenho. 

  “Retomando ao assunto… Você tomou banho hoje? Ouvi dizer que os vikings só tomam banhos aos sábados.”

O rosto de Thorfill ficou nebuloso e ele continuou lendo o papiro que continha mais coisas inúteis escritas em nórtico. 

  “Lendário Viking de Reiwa, há muito anos atrás eu tive o vislumbre de ver o senhor Enon, quando o seu navio afundou perto da gruta da deusa Atena. Eu fui o responsável por salvá-lo do naufrágio, e ele prometeu pagar-me um dia. Infelizmente, rsrsrs…”

Thorfill analisou a carta achando que havia alguma coisa errada.

César Oitavo de Atenas realmente havia escrito uma risada na carta!

  “Infelizmente, rsrsrs, eu preciso de ajuda. Enon uma vez comentou comigo que, seu filho mais velho, era muito bom em combate e eu preciso da sua ajuda. Meu território irá entrar em guerra atrás de mais territórios ao norte, e o General Guts é o meu filho e comanda o meu exército. Ele desde que nascera foi alguém de saúde frágil e, mesmo tendo um espírito forte, o seu corpo não é o mesmo. Os rins dele estão até mesmo falhando! Peço que por favor, treine o meu filho. Lendário Viking de Reiwa! Esse é o pedido desesperado de um pai que ama o seu filho!”

A cabeça de Thorfill latejou ao terminar de ler o papiro. Aquilo era tão fodidamente ridículo! Um plano e um golpe bastante visível. Contudo, isso não era importante agora. Enon de fato havia sido salvo de um naufrágio pelo César Oitavo de Atenas e Thorfill sabia, pois um estrangeiro que tinha problemas nos rins havia contado isso à ele há muitos anos atrás quando apareceu na Ilha de Reiwa. 

Ao ler o começo do papiro, Thorfill imaginou que César Oitavo de Atenas iria pedir para ele lutar na guerra, mas no final do papiro, era apenas um pedido de treinamento. Não era algo tão cabuloso. Thorfill, mesmo não querendo treinar alguém, estava cogitando a ideia com disposição, apenas por benefícios. 

Ele leu o papiro e permaneceu em silêncio, pensando que não era possível uma coincidência tão meticulosa bater em sua porta. Flony cutucou o mesmo e perguntou: "O que está escrito?"

O Lendário Viking de Reiwa suspirou retornando para a realidade e respondeu. "Foi uma solicitação para um pagamento da promessa de Enon. Avise os Vikings de Reiwa, estamos indo para Atenas." 

Thorfill sabia que toda cobrança um dia chegaria. Até mesmo um rei não é um ser imortal que não precisaria de um socorro. Mas era um pedido muito suspeito, ele compreendia isso, mas ele precisava investigar mais a fundo essa história, até descobrir quem era o estrangeiro. 

Thorfill suspirou pesadamente, até que outra figura loira atravessou a porta sem bater. A mulher alta usava uma armadura pesada de prata, seu semblante era fechado e impenetrável como a de uma imortal, sem qualquer vestígio de gentileza. Seu cabelo loiro e volumoso em ondas estava preso em um rabo de cavalo alto. As sardas eram claras em suas bochechas rosadas e nariz reto. Ela era a cópia feminina de Thorfill, um tanto educada e seu semblante sério poderia enganar qualquer um. 

Tilf era a sua irmã gêmea, nasceu alguns minutos depois de Thorfill. Ela era a mulher mais bonita da Ilha de Reiwa.

Os filhos de Enon imaginaram que teriam que protegê-la de qualquer homem que se aproximasse com más intenções. Mas no final, não foi necessário. Tilf era absurdamente forte e nada delicada, com uma espada de lâmina fina em mãos e um olhar frio, ela era capaz de fazer qualquer um tremer até os ossos. Tilf olhou para Thorfill e rapidamente sua carranca foi substituída por um sorriso suave. E o Lendário Viking de Reiwa esboçou uma tranquilidade em seu semblante e agradeceu à Odin por vê-la tão calma. 

"Meus ouvidos são bons ou Flony que fala alto demais? Ir agora para Atenas é arriscado." Disse ela. 

Thorfill encarou Flony com um olhar frio e o viking se escondeu atrás de Tilf. Ela respirou profundamente, dizendo: "O mar está absurdamente feroz, e o nosso navio pode ser destruído no caminho para lá."

"Tem razão, mas não precisa se preocupar, podemos usar mais combustível no Navio Primordial..." Disse Thorfill, estando pensativo, divagou. "Irei escrever uma carta para o César Oitavo, dizendo que eu aceito treinar o General Guts, mas..." 

"Treinar quem?!" Perguntou Flony, em um berro. 

Thorfill entregou a o papiro para ele e Tilf lerem e aguardou pacientemente pela enxurrada de críticas. 

"Vikings tomam banhos só aos sábados?! Quem esse César Oitavo de Atenas acha que é?! Tomamos banhos todos os dias…?" Disse Flony, ponto um indisfarçado tom de incerteza no tom de voz. 

"O General Guts é o único filho do César Oitavo de Atenas. Ele está em campos de batalha desde os sete anos de idade." Tilf enrugou as sobrancelhas, mostrando um pouco de confusão. "Um viking claramente é mais rígido em seus treinamentos e lutas, mas um general não é muito diferente. Por que César Oitavo de Atenas iria fazer um pedido como esse? O General Guts é dez anos mais velho que você, Thorfill, ele supostamente deve ter mais experiência… então, por que o César Oitavo de Atenas faria um pedido assim?" 

Flony, sendo acertado por um choque de realismo, concordou. "Ouvi dizer que ele leva o título de Corvo Negro do Coliseu, e ganhou muitos títulos ligados a destruição, como: o Homem de Armadura, Sangue de Amargura, Demônio do Caos, Fantasma da Vala, Sangue do Vale Nefasto."

"Dizem que o General Guts é tão monstruoso que ele pratica um ritual chamado 'Anjo do Trovão'. O ritual envolve separar as costelas das pessoas de suas colunas para simbolizar as asas de um anjo! Além do mais, ele arranca os pulmões das suas vítimas e obriga os soldados de seu exército a comerem!" Disse Tilf. 

"Atenas inteira tem medo desse homem. Os padres da Península Ibérica até mesmo dizem que ele é o próprio Heilel, o inimigo do deus Ni!" Disse Flony, temerosamente. 

Tilf afirmou várias vezes com a cabeça, concordando com as palavras de Flony. "Quando eu viajei para Atenas, me encontrei com ele! Ele carrega uma aljava de couro com flechas afiadas nas costas! Dizem que o passatempo dele é caçar pessoas. O arco e flecha dele estava banhado de sangue! Ouvi dizer que ele sequestra mulheres e ao total é casado com trinta e sete esposas. Eu fiquei morrendo de medo de ser cortejada por ele e saí correndo no momento em que o vi!" 

Ela se abanou como se estivesse tendo um mal-estar só de lembrar-se do ocorrido. "Eu sou incrivelmente bonita, imagina se ele tivesse me visto?" 

"Eu te protejo, irmã!" Vociferou Flony, protetoramente. "Thorfill, você não pode aceitar treinar esse homem!" 

Thorfill há muito tempo já estava escrevendo a sua resposta para o César Oitavo de Atenas, enquanto ignorava os surtos de seus irmãos. Havia um motivo oculto para isso, mas ele não deixou transparecer. César Oitavo de Atenas disse ter salvado Enon de um naufrágio, mas com o seu navio afundado, alguém deveria ter levado Enon de volta para a Ilha de Reiwa, e este foi o estrangeiro que tinha problemas nos rins, como o General Guts. 

Como ele não havia percebido antes?! 

Ele foi educado em suas palavras e escreveu em um ótimo grego e até mesmo ignorou a sensação de nostalgia com isso. 

  “César Oitavo de Atenas, a Ilha de Reiwa é muito grata por Vossa Senhoria ter salvo o antigo Lendário Viking de Reiwa, meu pai. Eu, o atual líder, Thorfill, filho de Enon, estou disposto a pagar a promessa de dívida dele. Espero o General Guts na gruta da deusa Atena, em Delos, em sete dias. Ficarei honrado em ter a presença do General Guts em minha ilha.”

Flony ficou em silêncio absoluto. "..................." 

Tilf também ficou em silêncio absoluto. "...................."

Os dois observaram Thorfill agarrar um pombo que estava preso em um gaiola pendurada na cabine pessoal dele e, com delicadeza, dobrar o papiro fino e pequeno onde se encontrava a sua resposta. Amarrando-o na perna do pombo branco, Thorfill acariciou o mensageiro algumas vezes e o soltou pela janela.

A sua resposta chegaria rapidamente até o César Oitavo de Atenas. 

"Você não fez isso!" Vociferou Flony, indignado. "Você irá trazer um monstro para o nosso lar!" 

Tilf não conseguia compreender as ações de Thorfill. "Por que diabos você irá treiná-lo?!" 

Thorfill se sentou calmamente em sua cadeira e olhou para os seus irmãos com seus olhos escuros. Ele não poderia dizer o que estava caçando e iria usar isso como um momento de conhecimento e lição de moral.  

"Eu já ensinei para vocês que não se deve acreditar em boatos. Além do mais, o General Guts é um homem solteiro e não tem histórico de sequestrar mulheres. Atenas faz muito boatos dele, pois o mesmo é considerado um herdeiro ignorante para ser o próximo rei, e os súditos tentam derrubá-lo com boatos. Alguns de fato, podem sim ser verdadeiros, mas eu não posso assumir qual e não devo assumir isso sem ao menos ter presenciado." Disse ele, em um tom de voz neutro, nem calmo nem bravo.

O olhar de Thorfill estava sereno e calmo, mas por dentro ele regozijava-se. O General Guts era uma figura muito famosa no mundo, mas como esta figura poderia ser relacionada ao estrangeiro?! 

"Nosso pai prometeu que ajudaria César Oitavo de Atenas quando o mesmo o salvou de um naufrágio. O pedido dele é completamente palpável, e eu, como o novo Lendário Viking de Reiwa, devo pagar por esse pedido, para que o espírito de Enon descanse." Disse ele, esclarecendo com mentiras. 

Tilf e Flony ficaram em silêncio. 

"Qual é a primeira regra de um Viking de Reiwa?" Thorfill cruzou os braços perguntando, querendo que seus irmãos parassem de criticá-lo mentalmente; convenhamos, eles estavam fazendo isso. 

"Sempre cumpra as suas promessas." Flony e Tilf responderam em uníssono.   

Thorfill fez um som de concordância e sorriu se levantando. "E eu prometi pagar todas as promessas e dívidas de nosso pai." 

Oh, não me recordo se prometi na verdade… 

Terminando de dizer isso, ele saiu de sua cabine pessoal e foi para o convés do navio, encontrando o céu claro e um sol vibrante do lado de fora. 

A brisa fresca do mar atacou o seu rosto, que fez sua franja, mais uma vez, se enfiar dentro de seus olhos. Ele fingiu que estava tudo bem, pois em sua frente havia uma dúzia de Vikings de Reiwa e ele precisava ter algum rosto como líder. 

Um viking apontou para Thorfill e gritou. "Lendário Viking de Reiwa, sua franja está muito grande! Deixe-me pegar minha adaga para apará-la um pouco." 

Esse senhor viking quase arrancou um olho de Thorfill da última vez, motivo esse, que o levou a não cortar mais a sua franja! 

Lei número vinte dos Vikings de Reiwa: Aquele viking que infligir dor para seu líder deve ser torturado e jogado em um redemoinho de tubarões. 

Thorfill sentiu que, por um momento, era um líder muito compreensível. Ele ignorou isso e olhou para os semblantes cansados dos Vikings de Reiwa à sua frente, escolhendo dar uma péssima notícia à eles. 

"Faz tempo que estamos longe de casa. Navegamos por diversos lugares e adquirimos muito tesouros sem donos, vocês até mesmo estão cheirando peixe depois de navegarem por tanto tempo!" Disse ele, indubitavelmente. 

"Você também está navegando com a gente!" À ele, vociferou um Viking de Reiwa. 

Thorfill abaixou a sua cabeça, deu uma fungada em suas vestimentas grossas de caça e exclamou: "Oh, mas esqueçam isso, estamos voltando para a Ilha de Reiwa!" 

O navio se encheu de risadas suaves quando os Vikings de Reiwa resolveram iniciar uma comemoração. Tanto os homens quanto as mulheres pegaram barris de vinhos com fragrância de framboesa e encheram a cara até suas bochechas corarem. 

Um homem embriagado pegou um chifre de boi e encheu-o com vinho de framboesa, oferecendo para Thorfill logo em seguida. "UM BRINDE AO MELHOR LENDÁRIO VIKING DE REIWA!" 

Os Vikings de Reiwa ergueram os chifres de bois que estavam cheios de vinho, e gritaram: "UM BRINDE AO MELHOR LENDÁRIO VIKING DE REIWA!" 

Thorfill engoliu o vinho de sabor doce e o álcool desceu rasgando a sua garganta. O vinho viking era absurdamente forte, mas nem mesmo um barril era o suficiente para embriagar um Viking de Reiwa, enquanto se uma pessoa comum tomasse, ela poderia ter um coma alcoólico!

Eles estavam comemorando, pois Thorfill havia encontrado um território cheio de areia. Os Vikings de Reiwa ficaram absurdamente descontentes com isso, mas Thorfill insistiu, dizendo que ali havia uma grande abundância de riquezas. Todos cavaram a areia por dias, até encontrarem diversas peças de ouro enterradas sob a areia quente do Cairo.   

A Ilha de Reiwa era infestada de riquezas, como: ouro, prata, diamantes, roupas feitas de ouro, móveis, acessórios e várias outras coisas. Desde que Thorfill assumira o comando da Ilha de Reiwa, não houve um único dia em que o povo passara fome ou necessidade. Thorfill não era um viking ogro, ele era absurdamente inteligente e fazia diversas alianças com várias penínsulas diferentes, exportando e importando coisas para a sua ilha e para as outras. Ele não estudou e aprendeu diversos idiomas diferentes para poder se comunicar com os aliados, mas por algum motivo já sabia falar grego, francês e outras línguas também. Ele era um ótimo navegador e comerciante. 

A força dele era absurda, carregando uma espada era como se nada pudesse ir contra a sua força e a sua inteligência. 

Era um dom. 

Naturalmente, era compatível que ele fosse considerado o melhor Lendário Viking de Reiwa, mas ele não concordava com isso de forma alguma e apenas sorriu saboreando o vinho até o amanhecer. Odin gostava de observá-lo, sempre comentando com Zeus ao seu lado, que Thorfill era modesto, mas isso era uma grande fraqueza. Zeus deu-lhe um olhar frio e o mandou calar a boca enquanto voltava a sua atenção para Thorfill que sentiu um aperto no estômago de repente e cuspiu o vinho que estava em sua boca por conta da dor que aparecera inexplicavelmente. 

"Bellamy?!" Exclamou ele, confusamente. 

Ele olhou para baixo, encontrando um pintinho amarelo agarrado em sua cintura. Bellamy era o seu irmão mais novo. Ele tinha cabelo loiro e era muito pequeno, mas com uma força gigantesca! Capaz de derrotar Thorfill. É isso com certeza era verdade! Bellamy era de natureza agressiva e tentou escalar o corpo de Thorfill até os seus ombros, enquanto falava incisivamente. 

"Ouvir dizer que você irá para Atenas! Me deixe ir com você!" 

Thorfill não era sem noção o suficiente para deixar seu caçula navegar com ele por um mar perigoso. Acontece que, Bellamy, com apenas sete anos, conseguia se infiltrar dentro de barris vazios de vinho e ficava em silêncio absoluto. E quando ele sentia que estava longe o suficiente da Ilha de Reiwa, ele saia gritando: irmão mais velho, você não pode mais se livrar de mim! Você não vai querer fazer uma viagem de volta para casa, não é? Não é mesmo?! 

Thorfill sentiu sua cabeça latejar, ele sentiu vontade de jogar Bellamy no mar e sair correndo para Atenas. Ele pegou Bellamy, que estava se pendurando em seus ombros, e o jogou nos braços de Tilf, que se encontrava ao lado em silêncio. 

"Enquanto eu estiver fora, não tire os olhos deste pequeno ouriço." Disse Thorfill. 

Ele temia que, enquanto estivesse em uma estalagem e rolasse pela cama, pudesse encontrar Bellamy olhando para ele. Tomando banho e o ouriço aparecer dentro da tina de lavagem. Comendo e Bellamy aparecer dentro do prato de repente. Usando uma latrina, e… ah, ter irmão era tão difícil! 

Fazia sete anos que aquele caçula era um constante pesadelo para ele. 

Bellamy se debateu nos braços de Tilf, fazendo os Vikings de Reiwa gargalharem. Os vikings começaram a balbuciar em um coro agradável. 

"Oh céus! O Bellamy estava nesta viagem?!" Perguntou um viking velho e barbudo, obviamente brincando. Encenando a cena, claramente ele era um intruso, fazendo participação na vida do Lendário Viking de Reiwa. 

"Como eu não o vi antes?" Uma mulher franziu as suas sobrancelhas ralas. "Será que ele se escondeu na cabine de banho?" 

"Esse pequeno ouriço é muito bom em se esconder. Me lembra o Aske! Falando nisso... cadê ele?!" 

"OH CÉU! ESQUECEMOS O ASKE DE NOVO?!" Vociferou um viking, enquanto segurava a sua cabeça. 

Os Vikings de Reiwa entraram em desespero e começaram a procurar pelo tal Aske. 

Thorfill ficou em silêncio… 

E se ele realmente tivesse esquecido Aske em algum lugar? 

Odin começou a gargalhar sem pudor algum dentro do navio. Aske era o irmão de Thorfill e, além disso, ele também era o gêmeo de Flony. Eles eram idênticos e Thorfill não sabia distinguir eles até porque ficou muito tempo longe de casa quando fugia com o estrangeiro. Ele sempre acabava esquecendo Aske em alguma ilha distante por achar que ele estava dentro do navio, quando na verdade, era Flony que estava. 

"Eu estou aqui!" Um grito raivoso chamou a atenção de todo mundo. "Eu não posso nem dormir mais?!" 

Um Viking de Reiwa suspirou estando aliviado quando viu um homem aparecer emburrado e de braços cruzados. "Flony, você viu o seu irmão Aske?" 

O rosto do homem ficou absurdamente vermelho de raiva e ele começou a praguejar. "Inferno! Eu sou o Aske. Faz só vários anos que você me conhece e você não sabe distinguir, Feup?! Está parecendo o Thorfill!" 

O Viking de Reiwa chamado Feup começou a gargalhar até os olhos lacrimejarem. "Eu sabia que era você! Hahaha, foi só uma piada." 

"Para de irritar o garoto, Feup!" Uma Viking de Reiwa bravejou. "Flony e Aske são tão diferentes! Não sei como vocês não percebem." 

De repente, Flony apareceu do lado de Aske. A Viking De Reiwa ficou subitamente em silêncio. "..................." 

Eles eram fodidamente iguais! 

"Qual o problema da sua mãe?" Sussurrando, um Viking de Reiwa se aproximou de Thorfill, que deu de ombros. "O útero dela deve ter alguma coisa para produzir tantos filhos idênticos." 

"Não faço ideia, Leonard." Respondeu Thorfill, sem querer tocar naquele tipo de assunto — gravidez era assustador, ele tinha muito medo até mesmo de se lembrar de quando a sua mãe estava grávida de Bellamy. 

O viking Leonard gargalhou, dando um grande gole em um jarro de vinho. "Ainda bem que não vamos ter filhos!" 

"O que você quer dizer com isso?!" Aske e Flony rosnaram bravamente ao mesmo tempo. 

"O meu pai morreu faz apenas alguns anos e você já está cortejando a minha mãe?" Vociferou Aske, furiosamente. "Absurdo!"

"Um viking de Reiwa não pode se casar duas vezes! E vocês dois são viúvos. Esqueçam a ideia de ter um relacionamento imediatamente!" Pediu Flony. 

"Até mesmo as vozes deles são iguais." Leonard deu de ombros, ignorando eles e dizendo para Feup.

"Então." Concordou Feup, que deu um sorriso suave no momento seguinte. "Mas há uma diferença entre eles que apenas eu começo…" 

Bellamy se soltou das garras de Tilf e correu para chutar os joelhos de Leonard. "Não corteje a minha mãe, seu bêbado!" 

Tilf se aproximou de Thorfill, negando negativamente com a cabeça e dizendo: "Tão protetores. A última vez que Leonard se aproximou da nossa mãe, Bellamy o mordeu e agora o chutou. Que educação você está dando para esse menino?" 

Os lábios de Thorfill se abriram em um pequeno sorriso. Ele disfarçadamente fez um sinal para Tilf ficar em silêncio e sussurrou. "Não conte para ninguém que fui eu que ensinei essas coisas para ele." 

"Oh." Tilf exclamou estando surpresa, mas logo em seguida ela riu levemente. "É segredo então." 

Thorfill sorriu em agradecimento para ela. Limpando a garganta, e chamando a atenção dos Vikings de Reiwa para si, ele subiu em cima de um palco alto improvisado e disse em um tom de voz alto: "Há algo que eu quero dizer para vocês." 

"Você está grávida?" Leonard parou a sua discussão com Flony e Aske para perguntar, e depois bufou, dizendo: "A gente já sabia. É bastante evidente também." 

Thorfill ficou em silêncio. ".............." 

Os Vikings de Reiwa ficaram em silêncio também, tentando analisar o que Leonard havia dito. O navio, mais uma vez, foi preenchido por uma gargalhada estrondosa. O viking velho e barbudo que estava rindo levou um tapa de outro viking e se calou. Thorfill fora atraído por aqueles dois e sentiu que os conhecia, mas não houve muito tempo para analisar a questão de nostalgia. 

Feup sabia que a visão de Leonard era horrível e disse algo para ele. "Velho pai, esse é o Thorfill e não a Tilf." 

"Ah sim!" Leonard passou as suas mãos sobre os olhos e focou a sua visão em Thorfill. "Lendário Viking de Reiwa, é você! Cafundi." 

"Cafundi?" Perguntou Thorfill, confusamente.  

Ele sabia que Leonard tinha mania de inventar o seu próprio vocabulário e, nada do que ele falasse, Thorfill conseguia compreender. 

"Significa 'confundi', é isso que ele quis dizer." À Thorfill, explicou pacientemente Feup. "A visão do meu pai não é muito boa e ele confundiu você com a Tilf." 

Thorfill, mais uma vez, ficou em silêncio absoluto. "................" 

Há um passo de desistir de ser o Lendário Viking de Reiwa. 

Thorfill limpou a sua garganta novamente e resolveu ignorar o desejo. "Estamos indo para Atenas agora. Muito tempo atrás, o meu pai sofreu um naufrágio e foi salvo pelo César Oitavo. Enon prometeu que, quando César Oitavo tivesse algum problema, poderia chamar por ele. Hoje esse pedido chegou." 

Os Vikings de Reiwa ficaram em silêncio. 

As pessoas não se aproximavam de vikings. Era absurdamente raro e ninguém queria contato com eles; por serem considerados sanguinários e agressivos. As pessoas mantiveram distância deles por muito tempo, até Thorfill se tornar o Lendário Viking de Reiwa. Os lordes e mercadores começaram a querer se aproximar socialmente da Ilha de Reiwa, que ficava isolada no mar e apenas os Vikings de Reiwa sabiam a localização correta.

"O que o César Oitavo, um ateniense, quer com um viking?" Perguntou uma viking, desconfiada. 

Thorfill se apressou em explicar. "Quer que eu treine o General Guts." 

"O QUÊ?!" Leonard pulou de surpresa, assim como todos os outros Vikings de Reiwa. "GENERAL GUTS?!" 

"O Fantasma da Vala?!" Perguntou Feup. 

"Aquele Corvo do Penhasco de Cadáver?" Perguntou um Viking de Reiwa, estando com os olhos arregalados. "General Guts? Aquele monstro sanguinário e horripilante?" 

"Corvo do Penhasco de Cadáver? Aquele parisiense que se banha nos sangue de pessoas?" 

"Sim! Ele mesmo!" 

"O General Guts é um guerreiro da Rainha Guilhermina! Ouvi dizer que ele comete tantos crimes que até os padres o consideram como o homem que irá destruir o mundo!" 

"Ouvi dizer que ele come carne de criança." 

"A corte de Paris considera ele um perigo!" 

Thorfill finalmente havia encontrado uma teoria do porquê havia tantos rumores do General Guts. 

Haviam dois generais com o mesmo nome. 

"Eu aceitei treinar o General Guts." Thorfill interrompeu a balbúrdia dos Vikings de Reiwa. "Iremos partir agora para Atenas e buscar o General Guts na gruta da deusa Atena." 

"Treinar um general não é estranho?" Perguntou Leonard, que depois disse: "Eles já são absurdamente fortes." 

"O Lendário Viking de Reiwa é muito mais forte!" Contestou uma viking. "Não há nada de estranho nisso. Deve ser apenas para aprimorar técnicas." 

"Lendário Viking de Reiwa! Uma pessoa comum irá entrar em nossa ilha?!" Perguntou um viking que claramente era contra essa ideia. "Isso nunca aconteceu antes! Uma pessoa de ideologias e cultura diferente. Isso pode ofender Odin!" 

"Por que eu irei me ofender com isso?!" Vociferou um viking velho.

Um outro viking puxou ele e pediu algo desesperadamente. "Cale-se." 

"Não podemos permitir um ateniense entrar em nossa ilha! O que Zeus pensaria desta traição? Não queremos a tirania dele!" 

Thorfill pareceu ficar magoado com isso. Ao lado, Tilf pareceu respirar profundamente. Seus cílios tremendo sobre o seu olhar tirânico e furioso. 

"Ele disse que Enon fez uma promessa para o César Oitavo de Atenas! Qual a primeira lei dos Vikings de Reiwa?" Vociferou ela ao perguntar com raiva. 

"Cumprir as suas promessas…" Responderam aqueles que temiam-a. 

"Há uma primeira vez para tudo." 

"O Lendário Viking de Reiwa sabe o que faz." 

"Estamos sempre isolados, fugindo do mundo e das pessoas. Sempre visitamos as áreas de outros deuses, mas ninguém nunca visita a nossa ilha. Isso não é um pouco hipócrita?" 

Os Vikings de Reiwa entraram em um debate e Thorfill esperou pela decisão deles. 

No final, eles entraram em harmonia, mesmo tendo opiniões diferentes e declararam: "Vamos buscar o General Guts!"  

Thorfill sorriu. 

O grande navio chamado Primordial rompeu as velas rapidamente e mudou a sua direção. O mar estava a favor dos Vikings de Reiwa naquela tardezinha quente e foi uma viagem rápida até a Península Balcânica. Thorfill não estava muito preocupado com Zeus se irritando com isso, há muito tempo outros povos estavam fazendo contato com pessoas de outras penínsulas diferentes. Parecia não haver mais ressentimento. Os deuses estavam em harmonia agora, vivendo no céu ou em um outro canto, não ligavam mais para os seus povos ou para as suas penínsulas. 

Finalmente, havia paz após a Guerra dos Gigantes. 

Os Vikings de Reiwa usaram IRIS como suporte no outro dia, para que o navio navegasse em alta velocidade e quebrasse as ondas e investidas agressivas do mar em dois dias. Relativamente, pôde-se considerar uma viagem harmoniosa e tranquila até a praia onde ficava a gruta da deusa Atena, em Delos, ilha onde nascera Apolo e Ártemis, os famosos filhos gêmeos de Zeus com Leto.  

Agora, os Vikings de Reiwa aguardavam a chegada do General Guts.

Mas ele nunca apareceu...

Thorfill esperou mais alguns dias e finalmente desistiu, retomando o seu caminho para a Ilha de Reiwa. 

"Isso é incomum." Tilf cutucou levemente Thorfill, para chamar a atenção dele. "Fazer um pedido e depois voltar atrás. É anormal." 

"De certa forma, sim." Concordou Flony. 

"Pode ter ocorrido algo." Aske cruzou os braços, e disse arqueando as suas sobrancelhas. "O papiro do Lendário Viking de Reiwa pode não ter chegado até o César Oitavo de Atenas." 

Thorfill escutou em silêncio. 

Ele encarou a praia à distância, mas declarou que não iria navegar de volta para lá. Thorfill escreveu algo para o César Oitavo de Atenas em um papiro novamente e explicou o que havia acontecido, dizendo que ele estava voltando para a Ilha de Reiwa e declarou que iria buscar o General Guts em um outro momento. 

Dias depois, um pombo apareceu no convés do Navio Primordial. 

"VAMOS FRITAR!" Vociferou Leonard, agarrando o pombo branco. 

"Esse é o pombo do meu irmão!" Bellamy correu pelo navio atrás de Leonard. "Devolva a Fifi!" 

"Quem é Fifi?!" Leonard parou de correr de Bellamy. O garoto que estava atrás, correndo em alta velocidade, acabou escorregando e batendo as nádegas no chão de madeira. "Bell, você prefere ele frito no óleo de girassol ou assado em uma fornalha?" 

Bellamy ficou com o rosto vermelho de raiva. "Essa é a Fifi! A pomba mensageira do meu irmão!" 

"Oh!" Leonard ficou surpreso e observou a pomba. "O que é isso no pé dela? Aliás, pode-se chamar isso de pé ou pata?" 

"Chame do que quiser!" Vociferou Bellamy, pulando em Leonard. Agarrando a pomba furiosamente, ele saiu correndo logo em seguida. "Mano! Irmão! A sua pomba chegou!" 

O garoto correu até a cabine pessoal de Thorfill e, sem bater na porta, entrou chutando a mesma, para que a porta pudesse se abrir magicamente. 

"Mano, Fifi chegou!" Disse Bellamy. "Leonard tentou fazer dela uma galinha frita! Mas eu a salvei, então agora, você me deve uma." 

Thorfill estava em pé no canto da cabine, com um livro de capa dura em mãos. Ele estava concentrado em sua leitura onde relatava o desaparecimento de um dos filhos de Odin, até Bellamy chegar tentando extorquir ele! 

"Bell?" Thorfill olhou para o pequeno garoto que estava com as bochechas avermelhadas. "Você estava correndo de novo? Cada vez que você corre…" 

Ele não terminou a sua bronca, pois no momento seguinte, Bellamy desabou no chão. 

Thorfill se apressou em segurá-lo e riu. "Cada vez que você corre, o seu pulmão se agita constantemente, fazendo o seu diafragma paralisar. Bell, você é um garoto saudável, mas isso não significa que você não tenha nenhum problema, então, evite correr!" 

Bellamy respirava com dificuldade, mas se esforçou para gritar. "Você é um viking ou um feiticeiro médico?!" 

No mesmo momento, Tilf entrou na cabine pessoal de Thorfill e encontrou o seu caçula caído. Ela se apressou em ajudá-lo, massageando o peito de Bellamy enquanto dizia: "Lendário Viking de Reiwa, deixe que eu cuido dele. Se apresse em ler a carta." 

Thorfill franziu os lábios, se sentindo um pouco incomodado. Ele poderia ser o Lendário Viking de Reiwa, mas ele também era o irmão mais velho de Bellamy e não deveria negligenciar o problema do garoto. A pomba Fifi estava pulando para chamar a atenção de Thorfill. O Lendário Viking de Reiwa agarrou ela e pegou um pequeno papiro preso em sua perna. Ele pôde reconhecer a quem o papiro pertencia apenas por causa da letra majestosa. 

Desta vez, César Oitavo de Atenas apenas escreveu um pequeno trecho no papiro, dizendo: 

  “Ele já está na Ilha de Reiwa.”

Thorfill estranhou isso e desviou o seu olhar. 

Ele já está na ilha? Ele poderia ser… o General Guts? 

Mas a Ilha de Reiwa tinha uma localização falsa e apenas os Vikings de Reiwa sabiam a localização exata. Se o General Guts, de fato, estivesse na ilha… isso significava que a inteligência e a dedução dele eram muito mais avançadas do que as de Trorfill. Ah, não, isso significava que ele já sabia a localização porque já havia ido até lá! 

Ele era realmente o estrangeiro?! 

O Lendário Viking de Reiwa franziu os lábios e saiu de sua cabine em passos firmes. Ele foi para o convés do navio e gritou para Leonard e Feup: "Abasteça o navio com IRIS, devemos voltar para a Ilha de Reiwa imediatamente!" 

Feup e Leonard concordaram rapidamente. 

O pai e o filho eram os responsáveis pelas navegações e eram excepcionais em seu trabalho. Feup, sem questionar, rapidamente escalou um mastro dianteiro com uma bússola em mãos e gritou: "Rota do sul! Sem presságios de chuva ou redemoinhos, vão em uma velocidade rápida! Puxe a âncora e leve barris de IRIS para o porão! Procurem por Aske!" 

Os Vikings de Reiwa rapidamente puxaram a âncora e levaram vários barris de IRIS para o porão. Aske surgiu de algum canto com uma tocha em mãos e iluminou o porão estando na companhia de Feup. 

"Segure." Aske bruscamente deu a tocha para Feup segurar. "Ilumine para mim, mas não se aproxime muito." 

"Já foi comprovado que IRIS em contato com o fogo não explode como uma bomba." Feup agarrou a tocha sorrindo. "Apenas intensifica o fogo e gera mais calor em mim… no fogo eu quero dizer." 

"Só não quero você perto de mim!" Grunhiu Aske, com raiva. "A última vez que você chegou perto de mim, eu contrai gripe e o Lendário Viking de Reiwa me obrigou a beber vários chás produzidos a partir Camellia Sinensis! Você tem noção que, por meses, eu vivi a base de pão e chá amargo por sua culpa?!" 

"Chá de picão é melhor." Feup apenas deu de ombros, inocentemente. 

"Feup!" Vociferou Aske. 

"Vamos deixar este assunto de lado." Feup gargalhou. 

Aske ficou tão sem paciência que se controlou ao abrir os barris de IRIS com raiva. A chama da tocha iluminava apenas um pouco, então Aske jogou a substância preta, que era IRIS na tocha e ela explodiu iluminando o porão inteiro! O ambiente ficou bem iluminado, como se o sol tivesse sido derrubado por Hélios, o verdadeiro deus solar que estava presente no panteão dos deuses da Península Balcânica. 

Aske tinha um rosto excepcionalmente atraente ao ser iluminado pela chama. E o que diferenciava ele de Flony era que Aske, ao sorrir, tinha covinhas fundas nas bochechas. Mas como ele nunca sorria, era difícil perceber isso. 

No porão do navio havia uma lataria de aparência velha. Aske mexeu nela e logo em seguida despejou IRIS em uma caixa cheia de tubos cilíndricos. O navio sofreu um baque logo após isso e rangeu como se tivesse ganhado vida. Pôde-se notar que os móveis do porão estavam se movendo um pouco com a ganhada de velocidade do Navio Primordial. Aske apenas ignorou isso e voltou com Feup para a proa do navio, observando o mar ao retornarem. 

"Incrível essa bugiganga que você construiu." Elogiou Feup e, se encostando em um mastro traseiro pequeno, disse: "Uma mente que carrega tanta irritação tem a sua qualidade." 

"A sua bunda que tem tanta irritação, seus ancestrais são irritados!" Explodiu Aske que olhou para a proa do navio tentando encontrar Thorfill. "Lendário Viking de Reiwa! Eu já abasteci o motor do navio com três litros de IRIS. Devemos chegar em Reiwa em dois dias!" 

Thorfill estava um pouco distante, mas escutou Aske gritando e enviou seus agradecimentos através de um aceno. Ele encarou Leonard ao seu lado e perguntou: "Contente com a volta para casa?" 

Leonard sorriu. "Oh claro, irei me encontrar com a sua mãe finalmente." 

Thorfill sorriu sombriamente e ergueu as suas sobrancelhas claras. "Se Bellamy não estivesse em repouso…"

Leonard interrompeu ele e ergueu os braços mostrando redenção. "Foi uma piada, uma simples piada que irei contar para os meus netos… se bem que eu duvido que terei algum. Feup é o meu único filho e bom…" Leonard riu coçando o pescoço. "Ele não têm muito interesse em se casar e ter filhos." 

Thorfill encarou Leonard sem entender as falas ocultas do homem. "Por que você não diz logo o que quer dizer?" 

Leonard sorriu mostrando os dentes e agarrou um jarro de vinho próximo, dando grandes goladas no álcool. "Sabe, homens não se reproduzem." 

"Seu filho é estéril?" Perguntou Thorfill, espavorido. "Feup nunca me contou isso…"

Leonard começou a gargalhar tanto que até mesmo cuspiu vinho no ar. 

Thorfill não entendeu essa reação muito bem e procurou por Feup, que estava ao lado de Aske. Mais uma vez, os dois estavam brigando. 

O Lendário Viking de Reiwa e Feup eram amigos desde crianças e os dois eram relativamente próximos da família um do outro. Thorfill até mesmo o considerava como um irmão, e Leonard, um pai de criação, já que Enon era um pouco distante e frio. A Ilha de Reiwa não era muito grande e todos conviviam em harmonia e prosperidade. O relacionamento próximo de Aske e Feup nunca fora questionado, os dois só viviam brigando a cada instante que estivessem juntos. 

Mas Thorfill começou a desconfiar um pouco, todavia ficou em silêncio, pensando que depois deveria ter uma conversa séria com esses dois algum dia, que não seria hoje e nem amanhã, porque ele iria se esquecer com certeza. Bellamy ficou acamado a viagem toda e Tilf ficou ao seu lado, sem sair por um instante sequer. Ela não gostava muito de crianças, mas era capaz de suportar esse caçula. O menino dormia profundamente depois de quase morrer por falta de ar. 

O Lendário Viking de Reiwa não aguentou esperar pelo almoço e invadiu a cozinha do navio em busca de algo para comer. Ele foi cruelmente massacrado pela cozinheira Villan; a Viking de Reiwa que era responsável pelo cardápio saudável dos navegantes. 

"Lendário Viking de Reiwa." Villan cruzou os braços e sorriu. "Não há nada aqui que o senhor goste. Estou fazendo ensopado de peixe acompanhado de cenouras." 

Thorfill suspirou de infelicidade. "En, não gosto disso, mas qualquer coisa está bom para encher o estômago." 

O Lendário Viking de Reiwa tinha a grande mania de dizer que não comia tal coisa, mas quando você menos esperava, ele estava comendo algo que tinha acabado de dizer que não comia! 

Villan estava ciente disso e se aproximou de Thorfill com um prato fumegante. "Está bem salgado…" 

Thorfill, ao saber disso, agarrou o prato com o ensopado que continha um cheiro avassalador. "Levarei para Tilf, ela gosta de ensopado de peixe salgado." 

"Oh, eu sei." Respondeu Villan, dando um sorriso curto. "Tome cuidado para a pressão dela não subir." 

"Você diz isso depois de atear três quilos de sal nesta sopa?" Thorfill ergueu as suas sobrancelhas por conta do sarcasmo de Villan. "É claro que a pressão dela irá subir!" 

"Isso é ensopado! Não sopa." Villan o corrigiu. "Lendário Viking de Reiwa, por favor, saía da minha cozinha!" 

Thorfill ficou indignado com a ordem, mas assim fez. Ele saiu saboreando um pouco do ensopado na borda do prato mesmo e voltou para a cabine que Bellamy estava acamado e entregou o pouco que sobrou do ensopado fumegante para Tilf, que estava com um semblante cansado. 

"Você não acha que ele está piorando?" Tilf pegou o ensopado, mas não o comeu. "Quando mais ele cresce… mais a condição dele piora. Temo que ele não irá nem ao menos chegar aos oito anos de idade."

Bellamy estava dormindo e às vezes ficava balbuciando algumas palavras sem sentido. O garoto era relativamente pequeno, com estrutura magra e com o rosto fino. Ele podia ter sete anos, mas ainda tinha a aparência de uma criança de quatro ou cinco anos. Thorfill já havia compreendido que Bellamy não viveria muito e nem ao menos alcançaria os dez anos, onde seria considerado um adulto. 

"Deveríamos fazer a cerimônia dele agora?" Perguntou Tilf, desconcertada. "Uma criança recebe o título de Viking de Reiwa com treze anos, mas ele não irá chegar até esta idade." 

Thorfill estava encostado em um móvel de madeira com os braços cruzados. Com a voz tão fria quanto gelo, ele respondeu: "Então aguardaremos." 

"Lendário Viking de Reiwa!" Tilf se levantou, alterando-se. "É o sonho dele ter uma cerimônia!" 

"Ele irá aguentar até os treze anos então." Thorfill recobrou a sua postura normal. "Um Viking de Reiwa não irá visitar Valhalla tão cedo." 

"Com que lógica você diz isso?" Tilf abaixou o seu tom de voz. "Ele claramente tem uma doença que irá matá-lo logo, por que não podemos realizar o desejo dele?" 

A cabeça de Thorfill latejou. 

Ele não queria fazer uma cerimônia e logo depois fazer um velório. 

Claramente, Bellamy não iria nem ao menos sobreviver até o inverno. 

"Lendário Viking de Reiwa!" Alguém gritou com todas as suas forças, conseguindo atrair a atenção de Thorfill. "Chegamos na Ilha de Reiwa!" 


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